Os Dois Cães. Rotimi Ogunjobi

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Os Dois Cães - Rotimi Ogunjobi


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      ROTIMI OGUNJOBI

      Tradutor: Denis Bruestle Pereira Da Silva

      Copyright © 2019 Rotimi Ogunjobi

      Todos os direitos reservados.

      ISBN: 9781713418702

      Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou meio sem a permissão por escrito do autor.

      Publicado por AM Book Publishing Limited

       www.ambookpublishing.com

      DEDICATÓRIA

      Este livro é dedicado à memória de meus pais:

      Samuel Mofolorunso Ogunjobi (21/07/1919 – 23/08/1963)

      Eunice Olufolaju Ogunjobi (04/04/1929 – 01/01/2014)

      ÍNDICE

       OS DOIS CÃES

       CAPÍTULO UM

       CAPÍTULO DOIS

       CAPÍTULO TRÊS

       CAPÍTULO QUATRO

       CAPÍTULO CINCO

       SOBRE O AUTOR

      Lucky, um cachorro vira-lata, caminhava cabisbaixo no quintal da casa de seu dono. Ele estava com fome e sozinho. Ele foi até a árvore em um canto do quintal, ergueu a pata traseira e fez xixi por um minuto inteiro. Aliviado, sacudiu-se rapidamente, sentou-se no chão e coçou vigorosamente suas orelhas com as patas.

      Era uma bela manhã que prometia um sol glorioso. Os pássaros cantavam alegremente em seus ninhos e uma brisa suave soprava pelo quintal. O orvalho da manhã na pequena relva onde Lucky estava deitado era agradavelmente fresco em seu corpo. Ao redor de Vizinhança Agradável, o imóvel suburbano onde a casa de seu dono estava localizada, e que estava longe do tumulto contínuo da cidade vizinha de Tempos Difíceis, havia uma sensação de completa paz e harmonia.

      Hoje deveria ser um dia de felicidade e gratidão, mas não para Lucky. Faz alguns dias que ele estava com fome, com um barulho ensurdecedor no estômago. E a cada nova manhã ele precisava se consolar com a decisão de que ter fome não era totalmente ruim, porque provava que ainda estava vivo e saudável. Como diz o ditado: "A esperança é a última que morre". No entanto, um estômago faminto precisava ser preenchido.

      Lucky riu com pesar. Como de costume, o problema desta manhã foi que o seu dono, o Sr. Salame, ausente desde a manhã anterior, não lhe deu nada. E assim, a oração de Lucky nesta manhã era que o Sr. Salame voltasse ao anoitecer com um pouco de comida. Enquanto isso, ele precisaria encarar sua fome pelo resto do dia.

      Frequentemente, pensamentos vinham até ele para que procurasse seus parentes e lhes pedisse um pouco de comida, mas ele rapidamente descartava tais pensamentos. Lucky nasceu no Vale da Escuridão, um bairro mais desafortunado do outro lado de Tempos Difíceis, onde o restante de sua família ainda morava. A situação infeliz era que seus irmãos, muitos dos quais ainda passavam as noites frias debaixo de árvores e arbustos, o consideravam um cão de grandes posses, tendo, por assim dizer, sorte de ter um teto sobre sua cabeça. Então, ele foi considerado como o campeão do clã de fato, o que foi um grande erro, considerando suas circunstâncias atuais.

      Certamente e literalmente era uma vida de cão para Lucky aqui em Vizinhança Agradável. Tudo o que ele fazia diariamente era se sentar no quintal e observar sua vida sendo reduzida gradualmente. Muitas vezes se perguntava quando e como tudo terminaria, e embora não tivesse resposta para essas perguntas difíceis, as possibilidades o enchiam de pavor. Recentemente, tudo o que ele conseguia pensar diariamente era sobre comida: como conseguir um pouco para comer e como manter a esperança de que a fome do dia seguinte não fosse tão forte quanto a do dia anterior.

      Lucky se levantou da grama e caminhou com passos firmes até a pequena cerca que separava o quintal de seu dono do quintal do vizinho. Ele tinha certeza de que um novo cachorro havia chegado no dia anterior na casa ao lado com o novo vizinho. De noite houve muitos latidos que incomodaram, como birra de uma criança mimada.

      - Cão! Ô cão! Ei, cão! - Lucky latia com esperanças através da cerca. E, assim como ele imaginou, um grande e corpulento buldogue enfiou sua cabeça para fora da porta da casa ao lado e, então, muito lenta e cautelosamente, caminhou até a cerca.

      - O que é este barulho horrível? Que tipo de fera mal-educada é você para fazer tanto barulho e perturbar a paz deste belo dia? - o buldogue perguntou rispidamente.

      - Ah, aí está você, cão! Eu que estava te chamando - Lucky respondeu alegremente.

      - Por que você me chama de cão? Este não é o meu nome! - o buldogue certamente estava irritado.

      - Mas isso o que você é, um cão! Todos os cães são chamados de cães! - disse Lucky.

      - É mesmo? Você acha que sou um cachorro qualquer? Sou um cão premiado e tenho um nome!

      Lucky ficou confuso por um tempo. Ele também se perguntou por que o buldogue estava sendo tão rude.

      - Então você é um cão premiado? Prazer em conhecê-lo, amigo. Qual é então o seu nome? Como te chamam? - Lucky perguntou.

      - O meu nome é Bonzo e sou um buldogue! - rosnou o outro cão. Lucky continuava confuso.

      - Que estranho! Que eu saiba, "bull" é "touro" em inglês e "dog" é "cão". Como você pode ser um cachorro e um touro ao mesmo tempo? Por acaso você é um experimento de algum cientista louco, igual o que se vê nos filmes? E que tipo de nome é esse, "Bonzo"? Nunca ouvi falar! O que significa? - Lucky estava perplexo.

      - Não sei e não quero saber! É como o meu dono me chama. Para mim, é um nome elegante - Bonzo rosnou. Lucky deu com os ombros. Foi bom finalmente ter um vizinho com quem pudesse falar de igual para igual.

      - Bem, se esse é o seu nome e você está feliz com ele, quem sou eu para te contrariar! A propósito, o meu nome é Lucky - ele disse alegremente, estendendo sua pata para cumprimentar Bonzo. Porém, o buldogue recusou arrogantemente.

      - Seu nome é Lucky? Parece muito comum. Não me surpreenderia se metade da sua família tivesse o mesmo nome! Na verdade, seu nome soa como de alguém inferior - zombou Bonzo.

      - Pode até ser, mas tem um propósito. Meu nome sugere alegria, sorte, benefício - Lucky deu com os ombros novamente.

      - Não me parece tudo isso. Na verdade, parece um nome comum, feio e sem sentido para um cachorro em sua situação obviamente lamentável.

      Lucky começou a se zangar com este cachorro mal-educado.

      - Parece feio? Olha quem fala! Sugiro que se olhe no espelho antes de chamar alguém de feio, amigo. Bateram em sua cara para ela ficar assim? Seu dono deve ser muito cruel! - Lucky repreendeu Bonzo.

      - Sou um buldogue. Ninguém bateu em minha cara. É assim que nós, os buldogues, somos - Bonzo respondeu presunçosamente.

      - Neste caso, sou grato por não ser um buldogue! Pois está parecendo que buldogues são cães desagradáveis de se conviver. Além do mais, não dá para saber se você


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