Desejo Mortal. Amy Blankenship
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Traduzido por José Albiran Albuquerque Santos
Desejo Mortal
Laços de Sangue - Livro 12
Amy Blankenship, RK Melton
Traduzido por José Albiran Albuquerque Santos
Copyright © 2013 Amy Blankenship
Segunda Edição Publicada por Amy Blankenship
Todos os direitos reservados.
CapÃtulo 1
Ren olhava para a garota em seus braços enquanto fazia seu trajeto pelo salão subterrâneo de Gypsy e passava pelas cortinas com miçangas que cercavam o quarto dela.
O principal detalhe que chamou sua atenção foi a fina camada de sujeira que ela tinha espalhado por todo o rosto, como se fosse uma maquiagem, para encobrir o fato de que ela tinha uma tez impecavelmente macia. Incapaz de conter-se, Ren deixou que seu olhar lentamente contemplasse mais uma vez aqueles lábios perfeitos e, em seguida, o leque de seus longos cÃlios negros na área em que eles lhes roçavam o rosto. Seria necessário mais que sujeira e roupas folgadas para esconder dele sua suavidade e beleza.
Ele podia sentir o tecido grosso que ela havia enrolado com tanta firmeza em volta do tórax e isso o incomodava. Não era de admirar que ela tivesse desmaiado daquele jeito no andar de cima⦠ele duvidava que ela pudesse sequer respirar corretamente com aquelas ataduras apertando-lhe os seios com tanta força. Ele imaginou em silêncio de quem teria sido a ideia brilhante de se vestir como um garoto... esperemos que não tenha sido dela.
Ren parou ao lado da cama e debruçou-se sobre ela para deitar Lacey sobre o colchão macio. Sorte dele que a garota escolheu esse exato momento para recobrar-se do desmaio e acordar brigando com ele.
A primeira coisa que Lacey observou foram os braços fortes que a envolviam de forma tão possessiva. Seu cérebro automaticamente entrou em ritmo acelerado quando sua mente paranoica achou sinceramente que o perigoso demônio do qual ela vinha fugindo durante as duas últimas semanas finalmente a havia alcançado.
Se este era mesmo o seu fim, então, como diabos ela ia deixar-se abater sem nenhuma resistência? Antes mesmo que a escuridão tivesse a chance de tirar-lhe a visão, ela começou a desferir golpes no monstro que a agarrava.
"Deixe-me em paz, seu bastardo de coração podre!", gritou Lacey e começou a chutar o demônio para fazê-lo perder o equilÃbrio.
Pego de surpresa por seu súbito despertar, Ren deixou que os óculos escuros voassem pelos ares quando ela conseguiu arremessá-los para fora do rosto dele, pois ele segurava a garota com as duas mãos. Ficando frustrado rapidamente, ele cerrou os dentes e a derrubou desajeitadamente no colchão.
Não se importando em colocar os óculos de volta por enquanto, Ren ficou totalmente ereto e viu quando ela saltou uma vez e, de alguma forma, conseguiu dobrar os joelhos em pleno ar para poder apoiar-se sobre eles. O movimento foi bem rápido para um ser humano⦠muito impressionante!
Lacey piscou os olhos e sentiu um enorme alÃvio quando sua visão finalmente ficou limpa e ela percebeu que era apenas a mão pesada de Gypsy que queria livrar-se do guarda-costas. Contudo, ela franziu a testa quando seu olhar foi atraÃdo para os olhos estranhos da criatura. Demorou menos que um batimento cardÃaco para ela percebesse que a cor da Ãris do monstro lembrava o mercúrio puro com um toque de azul-gelo em torno das bordas. Estranhamente, eles complementavam seu sex appeal, pois ela tinha certeza absoluta de que ele não era cego.
"Ah, é vocêâ, ela murmurou aliviada e, em seguida, encolheu-se mentalmente quando ele ergueu uma elegante sobrancelha em direção a ela de maneira inquisitiva.
"Quem você achava que era⦠o bicho-papão?", perguntou Ren enquanto recolocava no rosto os óculos escuros. Ele ainda estava um pouco atordoado que ela tinha acabado de olhar bem dentro de seus olhos e não se intimidou nem recuou de medo.
Lacey olhou fixamente para ele, forçando-se a tirar da cabeça a imagem assustadora do velho demônio e de seus lacaios. Ela cruzou os braços sobre o peito e disse, com o tom mais sarcástico possÃvel e o coração ainda batendo a mil por hora: "Você não é bicho-papão coisa nenhuma⦠apenas um sacana que parece não conseguir manter as mãos longe de mim".
Ren começou a esboçar um sorriso malicioso e terminou com um olhar de superioridade para ela, revidando com o mesmo teor de sarcasmo: "à o seu desejo".
"Meu desejo?" Lacey indagou e levantou-se para ficar ajoelhada no colchão.
Ela esticou os braços para baixo lateralmente e levantou os punhos cerrados enquanto tentava afastar o medo que ainda percorria sua espinha dorsal. Ela não tinha tempo para isso. Se não saÃsse dali, haveria uma possibilidade de ser tarde demais para sair e ela estava analisando diretamente a razão da demora.
"Sim... é o seu desejo", repetiu Ren, imaginando como uma garota dessas conseguia ficar tão bonita vestida como um menino.
"Vou lhe dizer o que desejo⦠Desejo que você simplesmente me deixe realizar o que eu vim fazer aqui para que eu possa seguir meu caminho em paz", ela voltou-se novamente para ele, erguendo o queixo.
"Por falar nisso... o que exatamente você estava tentando roubar e para quem estava roubando?" Ren precisou inclinar-se um pouco mais para perto a fim de forçá-la a responder uma pergunta que estava corroendo-lhe o cérebro. Ele não gostava da ideia de que ela se expusesse ao perigo trabalhando com demônios e resistiu à tentação