Amor o maior tesouro. Barbara Cartland

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Amor o maior tesouro - Barbara Cartland


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      Tyson abriu a porta do quarto mais próximo.

      Era uma pequena sala de refeições privada, onde a nobreza preferia comer a sós, quando era obrigada a pousar em hospedarias.

      Puxou Jake para dentro dela, fechou a pòrta, trancando-a, e subiu novamente as escadas.

      Seguiu rapidamente pelo corredor e, nesse instante, ouviu a voz da jovem:

      —Preciso de meu xale. Sentirei frio sem ele!

      —Eu a aquecerei em meus braços!

      Havia algo de zombeteiro e desagradável na maneira como o cavalheiro falava, e isso reforçou ainda mais o aperto que Tyson lhe deu, ao dominá-lo pelas costas.

      Ele soltou um grito sufocado e tentou virar-se, mas Tyson acertou-lhe um soco, da mesma maneira que fizera com seu empregado, deixando-o caído a seus pés! Ao fazê-lo, o cavalheiro bateu com a cabeça no canto de uma cômoda. Ficou totalmente inconsciente, jazendo de pernas estendidas sobre o chão!

      Tyson via que era um homem muito elegante, vestido conforme a moda, com uma gravata muito bem cuidada, que faria a inveja de muitos dândis!

      Ouviu uma pequena exclamação atrás de si e voltou-se, desviando seu olhar do homem que derrubara.

      —O senhor me salvou! Quem é o senhor? Como pode ter entrado para me salvar no momento exato?

      As palavras pareciam sair em enxurrada e Tyson viu que elas provinham de um par de lábios adoravelmente desenhados em uma pequena face oval, cujos grandes olhos estavam voltados para ele.

      Enquanto Tyson a fitava, achando que, sem dúvida, era a criatura mais bonita que vira até aquele momento, a garota pôs-se a bater palmas.

      —Como posso lhe agradecer?— perguntou ela—, e por favor, leve-me daqui!

      —Levá-la?— perguntou Tyson—, um casal idoso, que suponho sejam seus guardiães, foi drogado por este desagradável cavalheiro, mas tenho certeza de que estarão bem pela manhã, e você poderá continuar sua viagem.

      A garota olhou para trás, como que esperando ver o casal em questão atrás de si. E disse:

      —Você… não entende.

      —Acho que não— disse Tyson com um sorriso—, tudo o que ouvi foi que o cocheiro deste cavalheiro havia drogado os seus cocheiros e esta desprezível criatura que agora jaz aos seus pés colocou a droga também no vinho daqueles que estão a acompanhá-la.

      Viu que ela o ouvia espantada, e completou:

      —A princípio, pensei que vocês dois fossem um casal de apaixonados que estavam a fugir.

      A garota balançou os ombros.

      —Isso é o que ele queria. E como eu me recusei a casar-me com ele… resolveu a situação por seus próprios meios.

      Ocorreu a Tyson que não era surpresa que alguém quisesse se casar com uma criatura tão adorável.

      Ela não usava chapéu e seus cabelos, sobre os quais a luz do candelabro provocava reflexos vermelhos, emolduravam-lhe o rosto. Ela era tão pequena e tão delicada, que parecia difícil acreditar que já tivesse idade para se casar.

      Mas, ao olhar para seu corpo e para o vestido de viagem em seda azul que trajava, conforme a última moda, percebeu as curvas perfeitas de seus seios e o desenho delicado de sua cintura.

      Sir Neville era… muito persistente— disse a moça—, ele não aceitava uma negativa como resposta… e não sei o que aconteceria se o destino não tivesse enviado o senhor para me salvar.

      —Como já disse, não estou entendendo nada— respondeu Tyson—, mas, tendo salvo você, creio que posso ficar sabendo um pouco mais, se for possível!

      —Oh… obrigada… obrigada!— exclamou a garota—, posso ver que é bondoso e que posso confiar no senhor!

      —Como pode ter certeza disso?— perguntou Tyson.

      Ela fez um pequeno gesto com as mãos.

      —Não sei, mas confio… e além disso o senhor me salvou, quando pensei estar completamente perdida. . . Eu teria feito o que sir Neville queria, pois ele ameaçou…

      Ela corou e pareceu confusa.

      —Ouvi o que ele ameaçou. Esqueça!

      A garota olhou para a figura caída, com um olhar de apreensão.

      —E se ele se levantar?

      —Acho que ele está “fora do jogo”— disse Tyson.

      —Por favor, leve-me para algum lugar seguro… algum lugar onde possa me esconder.

      —Por que quer fazer isso?

      —Porque meu tio e minha tia estão me levando para Londres… para que eu me case com um homem que odeio… e detesto!

      —E você tem que fazer isso?

      —Eles são meus tutores! E eu tenho apenas dezenove anos.

      Tyson se esquecera de que as mulheres com menos de vinte e um

      anos e, frequentemente, até mais velhas, estavam sob completa guarda de seus tutores, mesmo que estes fossem o pai ou um tio.

      Achava, também, extremamente improvável que uma criatura indefesa como aquela ousasse desafiar alguém, não fazendo o que a obrigavam.

      —Pensei que preferia me matar, a casar-me com alguém que eu detesto— disse a moça, com voz trêmula—, mas não sei como fazer isso. Seria terrível se a arma negasse fogo… ou a faca apenas me cortasse.

      —Não deve falar dessa maneira!— disse, asperamente, Tyson—, você é jovem e muito bonita, e deve haver alguém com quem queira se casar, ao invés desse que você não gosta!

      —Nunca me deixaram conhecer muitos rapazes… somente aqueles que recebiam a aprovação de meu tio. Ele mandou sir Neville embora… e agora você viu o resultado.

      —Nem todos os homens são tão desagradáveis— assegurou-lhe Tyson—, e, talvez, quando seu tio se recobrar de seu sono, você possa conversar com ele e convencê-lo a mudar de atitude.

      —Nunca… nunca!— gritou ela—, ele colocou na cabeça que tenho que me casar com o cavalheiro com quem irei me encontrar em Londres, e a minha tia, que não gosta de mim, concorda que isso é a coisa certa a ser feita.

      Tyson permaneceu olhando para aqueles olhos suplicantes voltados para ele.

      Disse a si mesmo que, se tivesse alguma sensatez, pararia por ali. Já tinha salvo a garota de ser raptada. Agora deveria cair fora, e deixar que o destino cuidasse de tudo.

      A moça, como que percebendo a indecisão que lhe ia pela mente, reforçou seu pedido:

      —Por favor… por favor… o senhor é a minha única esperança. Se não me ajudar, realmente eu acho que me matarei. Não posso fazer o que eles querem… realmente não posso!

      —Por quê?

      —Porque, quando aquele homem me toca, sinto que há algo errado… algo de mau. Isso está em meu coração, mas quando tento explicar, dizem que é imaginação minha!

      Tyson ficou em silêncio e ela chegou-se mais perto dele.

      —Se pudesse me esconder por um dia ou dois… até saber o que tenho que fazer. Preciso de tempo para me lembrar se há alguém a quem possa recorrer. Eu lhe agradeceria durante toda a minha vida, do fundo do coração! Se o senhor se recusar… tentarei ir embora sozinha. Crê que seja possível alugar aqui uma carruagem que me leve até Londres?

      —Você não pode ir sozinha para Londres!

      —Então, para qualquer outro lugar. Dover não é longe daqui.

      Tyson pensou em Dover, onde es tivera


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