O playboy implacável. Miranda Lee

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O playboy implacável - Miranda Lee


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      Créditos

      Editado por Harlequin Ibérica.

      Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

      Núñez de Balboa, 56

      28001 Madrid

      © 2016 Miranda Lee

      © 2020 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

      O playboy implacável, n.º 108 - dezembro 2020

      Título original: The Playboy’s Ruthless Pursuit

      Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

      Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

      Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

      Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

      ® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

      ® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

      As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

      Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

      Todos os direitos estão reservados.

      I.S.B.N.: 978-84-1348-994-0

      Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

      Capítulo 1

      Devia estar mais contente, pensou Jeremy, enquanto se recostava na cadeira do escritório e punha os pés em cima da secretária. A sua vida era perfeita. Estava saudável, era imensamente rico e, graças a Deus, continuava solteiro. Além disso, já não era assessor-chefe de investimentos da sucursal em Londres do império bancário Barker-Whittle… E era um alívio!

      Trabalhar para o pai não era a ideia que tinha de um emprego divertido. No entanto, infelizmente, fazia especialmente bem o seu trabalho. Apesar de todos os elogios e das bonificações generosas que ganhara ao longo dos anos, preferia ser o seu próprio patrão e usara parte da sua nova fortuna para comprar uma editora em crise. Estava a transformá-la num sucesso surpreendente, algo quase incompreensível se se tivesse em conta que fora uma compra acidental.

      A sua primeira intenção fora entrar no setor imobiliário e comprara uma casa numa das melhores ruas de Mayfair. No entanto, fora muito difícil negociar com a editora que arrendava o edifício e o dono quisera ficar até acabar o arrendamento. Tivera de lhe fazer uma oferta que não pudera rejeitar com a intenção de mudar a empresa que comprara para um lugar mais barato e transformar esse edifício em três apartamentos de luxo.

      No entanto, tudo mudara. Gostara muito das pessoas que trabalhavam na Mayfair Books e que, naturalmente, estavam muito preocupadas com os seus empregos. Também gostara das divisões tal como estavam; um pouco desmanteladas, sim, mas cheias de personalidade e encanto, com móveis antigos e as paredes revestidas de madeira. No entanto, também ficara claro, depois de falar com os empregados e de ver os números de vendas, que a empresa tinha de se modernizar. Embora não soubesse nada sobre esse setor, era inteligente, estava muito bem relacionado e conhecia o chefe de marketing de uma editora muito famosa de Londres.

      Naquele momento, quase um ano depois, estava a gerir a Barker Books. Mudara o nome da editora e o seu destino. Tivera lucros no último trimestre e até se levantava todas as manhãs e ia, contente, para o escritório, ao contrário de quando trabalhava no banco e fazia quase todo o seu trabalho por telefone.

      Então, o trabalho não era o motivo dessa sensação estranha de descontentamento e também sabia que não se tratava da sua vida amorosa. Seguia o seu curso habitual, ainda que, desde que comprara a editora, tivesse estado mais concentrado no trabalho do que nas mulheres.

      Não se sentia sexualmente frustrado e também não lhe custava encontrar mulheres dispostas a acompanhá-lo aos muitos eventos sociais para os quais o convidavam. Um homem da sua categoria e fortuna era sempre um convidado cobiçado. A acompanhante acabava sempre por o acompanhar para a cama, embora deixasse sempre claro que sair com ele não ia levá-la ao altar. Não se apaixonava nem se casava. Felizmente, a maioria não se importava, porque ele também não partia corações.

      Quando continuou sem encontrar o motivo do seu descontentamento, viu-se obrigado a refletir mais, algo que tentava evitar por todos os meios. Não via as vantagens de se analisar ou de ser… ajudado. Não servira de nada para os irmãos mais velhos. Não precisava de um psicólogo para que lhe dissesse que a sua aversão pelo amor e pelo casamento se devia aos divórcios e casamentos constantes dos pais. A isso e ao facto de o terem abandonado num internato quando tinha oito anos, onde o tinham maltratado de mil maneiras.

      Odiava lembrar-se daquela época e começou a pensar nos tempos mais felizes. Desfrutara imenso da Universidade de Londres e, finalmente, conseguira usar plenamente o cérebro. Os resultados tinham entusiasmado a avó materna, que o tornara o seu herdeiro com a condição de que fosse estudar para Oxford. Fora para Oxford e os ganhos generosos (a avó falecera pouco depois de ele se matricular) tinham-lhe permitido ter um ritmo de vida a que se afeiçoara depressa. Estudara o suficiente para passar nos exames, mas a diversão fora a sua ocupação principal e chegara a tal ponto que poderia ter-se tornado um problema se não fosse amigo de dois rapazes um pouco mais sensatos.

      Pensou em Sergio e Alex e desviou o olhar para a fotografia dos três que tinha na mesa. Harriet tirara-a no ano anterior, no dia em que Sergio se casara com Bella. Sergio pedira a ambos para serem os seus padrinhos e o casamento celebrara-se numa villa impressionante à beira do lago de Como. Embora já não tivesse medo de que Bella fosse como a mãe dela, uma caça-fortunas, também não estava convencido de que o casamento ia durar. O amor não durava, pois não? Era uma pena que visse o melhor amigo tão poucas vezes. Os seus melhores amigos. Vira-os em fevereiro, no casamento de Alex com Harriet na Austrália. Sentia a falta de quando todos viviam em Londres e se viam habitualmente, quando ainda eram solteiros e não se tinham tornado multimilionários.

      Também não tinham trinta e cinco anos, tinham-nos feito no ano anterior, e isso fora a gota de água. Isso e a venda da WOW, a franquia de bares especializados em vinho. Tudo mudara de repente e o Clube de Solteiros que tinham criado em Oxford deixara de fazer sentido. Era possível que a sua amizade também já não tivesse sentido…

      Suspirou e tirou os pés da secretária. Inclinou-se para a frente, pegou na fotografia, franziu o sobrolho e olhou atentamente para as três caras que lhe sorriam.

      Não invejava os amigos e os seus casamentos, mas odiava a ideia de os ver poucas vezes a partir desse momento. As suas prioridades seriam as esposas e as famílias, não ele. Transformar-se-ia em algo do passado, algo que recordariam com um certo agrado quando olhassem para um álbum de fotografias a cada dez anos.

      – Quem é esse homem? – perguntaria o filho a Alex.

      Harriet estava à espera de um rapaz.

      – Ah, é o Jeremy. Estivemos juntos em Oxford. Foi o padrinho no nosso casamento. Caramba… Há séculos que não o vejo.

      Franziu o sobrolho, voltou a pousar a fotografia na mesa e agarrou no telefone.

      – Não vou deixar que isso aconteça – murmurou, enquanto procurava o número de Alex.

      Apercebeu-se de que seria de madrugada na Austrália e mandou-lhe uma mensagem de correio eletrónico a oferecer-se como padrinho do seu filho quando chegasse o momento. Depois, voltou a pôr a fotografia no seu lugar de honra e bateram à porta.

      –


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