Coisas Perigosas. Amy Blankenship

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Coisas Perigosas - Amy Blankenship


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ligar para o trabalho de Jason para saber se acontecera algo incomum quando Kriss a levou de avião para a Flórida.

      O telefone tocou três vezes antes de ser atendido.

      “Reserva Florestal, fala o agente Fox,” uma voz sexy recitou.

      "Olá Jason, é a Tabby." Ela sorriu pela primeira vez desde que entrou pela porta da frente.

      "Tabby?" Jason gritou e ela ouviu algo tombar, provavelmente a cadeira, porque normalmente ele estava inclinado para trás num ângulo perigoso sobre as duas pernas da cadeira. "Onde é que te meteste?"

      "O Kriss meio que me raptou a mim e à Envy e levou-nos para a Flórida por alguns dias." Tabby respondeu. “Acabei de chegar a casa e pensei em ligar e saber o que perdi.”

      Jason suspirou. “Além das coisas estranhas normais, não perdeste muito. A única coisa empolgante que aconteceu foi na outra noite em que recebemos um telefonema para um trabalho incrível.”

      Tabby sorriu e sentou-se no sofá. "Conta!"

      “O Jacob e eu estávamos apenas sentados, era uma noite calma, e o telefone tocou. Eu atendi e um tipo falava sobre ter visto um jaguar a perseguir um puma pelo centro da cidade com um telemóvel preso a uma das pernas.”

      Tabatha não conseguiu evitar e começou a rir. Se tivesse estado no lugar de Jason algumas semanas atrás, teria pensado a mesma coisa. "Merda!" Ela exclamou.

      “A quem o dizes,” Jason disse com uma risada. "O Jacob e eu andamos a fazer apostas sobre se haverá ou não mensagens de texto quando eles encontrarem a criatura."

      "Tens a certeza de que não andas a beber nenhuma das especialidades da Kat?" Ela perguntou em meio ao riso.

      “Eu não bebo em serviço!" Jason exclamou e Tabatha ouviu a risada de Jacob ao fundo. "Então, quando voltas ao trabalho?"

      Tabatha encolheu os ombros. “Ainda não sei. Preciso de mais alguns dias e tenho os dias de férias para gozar.”

      “Fixe, nós sentimos a tua falta. Mas não é a mesma coisa não ter um rosto bonito para alegrar o lugar. Tudo o que tenho agora é o Jacob, e ele não tem muito que se veja.”

      “Também senti a vossa falta,” Tabatha disse, e estava a falar a sério. “Estaremos juntos nos próximos dias.”

      Jason ficou quieto por um momento e Tabatha instintivamente sabia o que estava por vir. “Como está a Envy?”

      “Também está bem. Tal como eu, ela só precisava de alguns dias de distância.” Mordeu o lábio inferior quando houve vários segundos de silêncio.

      "É verdade?" Jason perguntou.

      "O que é verdade?" Tabatha indagou, tentando parecer à nora.

      “A Envy está mesmo a namorar o Devon Santos?” Os nós dos dedos de Jason ficaram brancos quando ele agarrou no telefone com um pouco mais de força.

      Tabatha suspirou, sabia que isto ia magoar muito Jason, mas até certo ponto a culpa era parcialmente dele. Alguém tão fofo como ele nunca deveria ficar tão preso a uma miúda que só pensava nele como o seu melhor amigo e irmão.

      "Sim, é verdade." Tabatha disse suavemente. “Eu sei que ela não te queria magoar. Ela ama-te... sabes."

      Jason exalou suavemente e Tabatha sentiu pena dele. Ele perseguira Envy por tanto tempo que ela foi a única rapariga para quem ele já olhou. Agora ela estava fora do seu alcance, mas Tabatha não lhe iria dizer isso. Esse era o trabalho de Envy.

      “Eu sei que ela não me ama,” Jason disse depois de um minuto. "Acho que deveria ter percebido quando ela nem sequer se apercebeu que eu estava a flirtar com ela."

      “Ela percebeu, Jason,” Tabatha disse. "Ela apenas pensou que isso iria prejudicar a vossa amizade."

      Jason cantarolou: "Sim, provavelmente iria, mas não podes culpar um tipo por sonhar, certo?"

      “Posso culpar-te por um monte de coisas,” Tabatha ouviu Jacob dizer ao fundo.

      “Está calado,” Jason rosnou a brincar e Tabatha o ouviu bater as pernas da cadeira na posição certa. “Tabatha, ligo-te mais tarde. A criança aqui decidiu começar a jogar maços de papel contra mim.”

      Tabatha riu e acenou com a cabeça. "Tudo bem, falo contigo mais tarde."

      Ela desligou o telefone e deixou-se ficar por um momento antes de colocar o telefone de volta no carregador. Olhando novamente em volta do apartamento, agora já não parecia tão solitário. Jason precisaria da sua amizade agora mais do que nunca e, o facto de ser necessária, ajudava a fazê-la sentir-se mais estável.

      Levantando-se e esticando os braços sobre a cabeça, ela caminhou pelo corredor até ao seu quarto. Despiu-se e vestiu uns calções masculinos e um top antes de afundar na maciez fria e familiar da sua cama.

      Desta vez, não tentou impedir que a cena se desenrolasse na sua mente enquanto adormecia. Afinal, ela precisava decifrá-lo e aquilo não iria desaparecer até que ela o fizesse... então por que lutar contra isso? Ela mergulhou na escuridão do sono ainda a olhar para a igreja e nos olhos de Kane.

      *****

      Jewel caminhou pela extensão do quarto de Steven. Os seus braços estavam cruzados sobre o peito e ela começou a roer as unhas, algo que não fazia desde que era criança.

      "A culpa disto é minha," disse ela suavemente, tentando afastar a imagem do seu pai crucificado acima do altar da mesma igreja que ele frequentou durante a maior parte da sua vida. Quantas vezes ele orou bem ali, por baixo de onde morreu? Ela sabia que Anthony era perverso, mas aquilo era sádico.

      Steven viu a mulher a andar de um lado para o outro e até conseguiu ver os seus lábios moverem-se silenciosamente enquanto ela tagarelava na sua própria mente. Ele estendeu a mão e colocou-a no braço dela suavemente, na tentativa de acalmá-la. "Jewel, não tens culpa de nada."

      Ela estreitou os olhos para a mão dele, em seguida, olhou para ele. “Tens uma certa razão. A culpa é tanto tua como minha. E agora que o Pai está morto, já não tenho que casar com o Anthony e definitivamente não preciso continuar casada contigo.”

      Jewel afastou-se dele para que a mão dele caísse. A última coisa que precisava agora era ser absolvida dos seus pecados... ela era completamente culpada. Dera a Anthony os pregos para crucificar o seu próprio pai.

      Steven não iria admitir, mas as palavras dela o feriram profundamente. Ele respondeu da única maneira que sabia neste momento, já que ela obviamente não queria ouvir palavras de incentivo ou gentileza.

      "Achas honestamente que o Anthony vai parar de vir atrás de ti só por matar o teu pai?" Steven gritou. Ele sabia que tinha razão e que ela não iria ouvir uma maldita palavra sobre isso.

      “Ele matou o meu pai... eu dançava com o diabo porque queria o meu pai em segurança e vivo. Se o Anthony se atrever a chegar perto de mim agora, eu estouro-lhe os malditos miolos." Jewel sentiu-se tão estranha. Era como se estivesse perfeitamente calma por fora, mas agitada como uma louca por dentro.

      Chorou durante horas, mas a raiva finalmente acalmou-a. Já derramara lágrimas suficientes. Agora estava na hora de retomar a sua vida. Arranjou um plano para armar uma armadilha a Anthony e rezou para que Steven estivesse certo... que Anthony viesse atrás dela, porque ela estaria pronta para ele.

      “Não te posso deixar ir,” Steven informou. Se ela não ia proteger-se, então como seu companheiro... ele teria que fazer isso por ela. Ele observou os seus olhos avermelhados virarem e se fixarem nos dele.

      “Então não és melhor que o Anthony e irei odiar-te para o resto da minha vida,” ela disse teimosamente. Ela queria que Steven ficasse zangado com ela, que a expulsasse e a deixasse de vez. Se ele fizesse isso... então talvez Anthony não o matasse da mesma forma que matou o seu pai. Não


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