Lash. L. G. Castillo

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Lash - L. G. Castillo


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sua mente.

      Incomodava-lhe que fosse expulso tão facilmente, que não reconhecessem como foi difícil para ele ajudar pessoas que eram tão ingratas. Chegou ao ponto em que muitos se sentiam merecedores do que ele tinha para dar, acreditavam que tudo o que tinham que fazer era pedir e receberiam. Sim, houve momentos em que ele foi contra as ordens, mas tudo deu certo no final, e suas atribuições foram deixadas melhores por isso. Quando se tratava da menininha que realmente merecia viver, ele seguiu puro instinto. Ele tinha certeza de que Michael estaria do seu lado sobre isso. Bem, foda-se isso e foda-se o trabalho dele.

      Um gemido o distraiu de seus pensamentos, e ele olhou para a fonte. Fios de cabelo pintados de loiro balançavam em sincronia com os quadris dele, roçando as coxas na sua. Sensações quentes e úmidas o envolveram enquanto pressionava nas profundezas escorregadias de sua boca mais rápido, desesperado por calor, por liberar-se da escuridão que o dominava.

      â€” Porra! — Ele gemeu quando a pressão dentro dele explodiu. Nesse pequeno momento, ele escapou das correntes invisíveis que o amarravam ao frio, e o calor se espalhou por seu corpo. Ele estava em casa novamente, andando sob o céu azul brilhante, o sol brilhando em seu rosto.

      Tão rapidamente quanto veio, desapareceu e um frio deslizou pelas costas, fazendo-o estremecer. O fedor de ovos podres e urina o atingiu abruptamente, e seus olhos se abriram. Ele estava de volta ao inferno que era sua vida agora. Ontem foi o Motel Triple Leaf; hoje era o The Lucky Seven Inn. Eles eram todos iguais, assim como as mulheres que o ajudaram a encontrar sua fuga, mesmo que fosse só por um minuto.

      Olhos verdes olhavam para ele. Ele imaginou que era o rosto dela, aquela que o condenara ao seu destino, a andar na terra longe da família e dos amigos. — Engole.

      Megan engoliu em seco, depois se levantou devagar, esfregando seu corpo magro e nu contra o dele. — Vamos, baby, me dê um pouco — ela ronronou.

      Ele pegou sua calça jeans, tirou um saquinho de cristal transparente e jogou para ela.

      Ela gritou e correu para o outro lado da sala onde sua bolsa estava. Ela jogou seu conteúdo no chão, fazendo com que uma enxurrada de baratas corresse para se esconder.

      Lash andou até a cozinha, se é que poderia dizer isso em um apartamento de um quarto, serviu um copo de uísque enquanto observava Megan. Como um cirurgião, suas mãos se moviam com precisão, segurando um isqueiro sob uma colher enferrujada com uma mão e uma agulha na outra. Por um breve momento, sua consciência pesou com culpa.

      â€” Oh, baby, essa é da boa! — Ela soltou a faixa de seu braço, rastejou para a cama, e olhou para ele sedutoramente. — Por que você não se junta a mim?

      Na penumbra, ele viu uma sugestão da beleza que ela fora uma vez. Era óbvio que seu vício em drogas havia cobrado seu preço ‒ o cabelo dela estava quebrado e oleoso, e sua pele parecia pálida. Braços furados por agulhas estendiam-se para ele. — Venha aqui. Vou te ajudar.

      â€” Eu precisaria de muito mais do que isso para conseguir qualquer tipo de barato. — Ele pegou suas roupas do chão e jogou-as para ela. — Coloque-as.

      Ela puxou uma camiseta roxa desbotada pela cabeça. — Por que isso? Você é algum tipo de super-humano ou algo assim?

      Ele bufou. — Se eu te mostrar uma coisa, promete manter isso em segredo?

      Ela rastejou até a beira da cama. — Juro por Deus. — Ela fez o sinal da cruz sobre a parte esquerda de seu peito.

      Lash sorriu e deu um passo para trás. Ele baixou os braços para o lado, as palmas voltadas para cima e relaxou os ombros. Então, ele empurrou.

      A garota ofegou ao som de pele rasgando.

      â€” O que você está fazendo? — ela gritou quando gotas de sangue caíram no chão.

      Ele sorriu. — Espere. Tem mais.

      Seus olhos se arregalaram quando dois objetos brancos surgiram, alinhando ao comprimento de suas costas. Ele deu um último empurrão e elas se expandiram.

      â€” O que... — Ela esfregou os olhos. — Porra! Você é um anjo.

      Ela pulou ao som de alguém batendo na porta.

      â€” Lahash, sou eu, Raphael. Abra a porta. Eu sei que você está aí.

      â€” Vá embora! — Lash rosnou.

      A porta se abriu e Raphael entrou. Frios olhos azuis olharam para Lash. — Eu tive o suficiente de seu absurdo, Lahash.

      â€” Oh uau — disse Megan, seus olhos se arregalando. — Você é Ele? Você é... — ela engoliu — Deus?

      Raphael olhou para a garota seminua. Seus olhos se suavizaram. — Qual é o seu nome, minha filha?

      â€” Megan. — Olhos vidrados olhavam para ele com admiração.

      Lash deu um passo à frente. — Raphael, você não tem...

      â€” Eu sei o que vai dizer e você está errado, eu tenho o direito de estar aqui. — Os lábios de Raphael pressionaram em uma linha fina enquanto olhava para frente e para trás entre as asas de Lash e o rosto chocado de Megan. — Você não deveria ter se exposto assim para ela. Será apenas um sofrimento para a pobre garota.

      â€” Oh, eu expus partes de mim que você sequer poderia sonhar. — Lash fechou sua calça jeans e sorriu.

      â€” O que aconteceu com você? — Raphael deu um passo à frente, seu rosto mudando de raiva para preocupação. — Você nunca falou comigo com tal desrespeito.

      â€” Trinta e cinco anos aconteceram! O que você esperava? — Lash cruzou as asas em seu corpo e pegou sua camisa. — Ela provavelmente vai pensar que é uma parte do barato por causa da droga. — Para o bem dela, ele esperava que ela não se lembrasse. Raphael estava certo ‒ ele nunca deveria tê-la trazido aqui. Ele não estava prestes a admitir isso para ele, no entanto. Gabrielle pode ter sido aquela a expulsá-lo, mas ele não tinha ouvido nada de quem achava ser seu amigo, até agora.

      Raphael balançou a cabeça e então, se virou para Megan com uma expressão de pena. — Venha cá, minha filha.

      Megan tropeçou em direção a Raphael e estava prestes a cair quando ele a pegou. Ele levantou a cabeça, estudando-a atentamente. — Você sabe quem eu sou?

      â€” Deus — ela sussurrou.

      â€” Eu sou Raphael, Arcanjo da Cura, Compaixão e Amor. Você corrompeu seu corpo para aliviar a dor que lateja profundamente em sua alma. Ele sabe o que seu coração deseja, você só tem que pedir e será dado.

      Ela piscou confusa. — Quem é ele?

      â€” Ele é conhecido por muitos nomes diferentes: Deus, Senhor, Allah, Yahweh… todos são um e o mesmo. Saiba disso: Ele te ama.

      â€” O que eu peço?

      â€” O que você quiser. — Raphael embalou seu rosto em suas mãos.

      Ela olhou nos olhos de Raphael e seu rosto se contraiu. Ela caiu de joelhos, envolvendo os braços ao redor de suas pernas. — Faça isso ir embora, por favor. Não quero mais sentir a dor.

      Raphael se agachou no chão e pegou as mãos de Megan na sua. — O homem que se auto titula de pai, não vai mais te machucar. Você não é um objeto sexual ou a escrava sexual pessoal que ele fez você ser. Você é filha de Deus e, com fé Nele, encontrará paz.

      O coração


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