Desejo Mortal. Amy Blankenship

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Desejo Mortal - Amy Blankenship


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      â€œTenho amigos muito poderosos agora e eles podem ajudá-la... a mantê-la protegida de quem ou do que quer que esteja te causando tanto medo ", disse Gypsy erguendo o queixo. “Depois do que aconteceu por aqui… Eu estou um pouco mais resistente do que você se lembra e posso lidar com isso”.

      Lacey fechou os olhos e respirou fundo. A loja que ela sempre adorou era metade dela… que a alma do avô seja abençoada. Ele sempre disse que ela se parecia com ele quando era mais jovem e finalmente passou a orgulhar-se disso em vez de pensar que era uma coisa ruim. Naturalmente, ela também conseguia se lembrar das longas palestras do avô sobre morrer assassinado. Isso mesmo… se ele pudesse vê-la agora, as primeiras palavras que sairiam de sua boca seriam: eu te avisei.

      Gypsy poderia dizer que ela saiu ganhando e acrescentou: "Você pode até me dizer o que queria retirar do cofre que eu vou pedir a Ren que o devolva para você, se isso vai ajudá-la a se sentir mais segura". Ela tinha ficado tão solitária desde quando Lacey tinha desaparecido e o avô havia falecido. Ela tinha sido convencida de que Lacey estava morta até mesmo havia chorado por ela. Vendo-a aqui agora… a última coisa que queria era perdê-la mais uma vez.

      A mente de Lacey estava a mil por hora. Ela queria tanto ficar, mas ousaria subestimar os demônios que a perseguiam, deixando baixar a guarda? Acima de tudo, um dos amigos de Gypsy era um demônio… ou um super-homem, ou algo parecido e isso a deixou um pouco trêmula. Foi aí que algo que Gypsy havia dito a fez pensar e um sorriso malicioso espalhou-se em seus lábios.

      "Gypsy", ela começou, cuidadosamente: “você falou do feitiço que tem na loja… que somente o proprietário pode convidar pessoas para entrar… certo? Eu sou coproprietária da loja, então, se eu mandar alguém se retirar… eles têm que sair?"

      "Isso mesmo: você determina quem pode e quem não pode entrar, se não for cem por cento humano", confirmou Gypsy com um aceno rápido de cabeça e, então, ofegou quando, de repente, Lacey inclinou-se para frente e deu-lhe um abraço apertado.

      "Isso significa que posso mandar sair qualquer um que me incomodar, inclusive seu guarda-costas prepotente", disse Lacey com uma risadinha, sentindo-se nervosa agora que tinha se convencido de que o movimento mais inteligente que ela podia fazer era ficar ali mesmo onde havia uma proteção contra demônios ao seu redor. Talvez ela apenas se tornasse reclusa ou, pelo menos, teria uma ideia sobre quando seria o momento de enfrentar os demônios.

      "Ah, por favor, não expulse os rapazes", disse Gypsy e virou-se para trás, quase rindo do beicinho desapontado no rosto de Lacey. "Se não fosse por Ren e Nick, eu estaria morta ou seria escrava de um demônio e você não teria tido uma loja para onde voltar. Eu devo a minha vida aos dois. E, até onde vai o conhecimento de Ren, você não pode usar contra ele o feitiço que ele mesmo ajudou a colocar neste lugar". Ela escondeu um sorriso de culpa, sabendo que já havia feito isso uma vez, ao testar o feitiço.

      Lacey quase revirou os olhos, mas concordou em deixar que a prima soubesse que ela iria se comportar... da melhor forma que pudesse, de qualquer maneira. "Você pode, pelo menos, guardar meu segredo? Quanto menos pessoas souberem o que eu tenho feito, melhor. Para ser honesta, eu não deveria nem ter-lhe contado. Além disso, eu prefiro conviver com seu harém em vez de lutar com eles”.

      Gypsy estava prestes a responder quando ouviu o giro da enorme maçaneta da porta, fazendo com que as duas garotas pulassem de surpresa. Ela suspirou profundamente, sabendo que os meninos tinham decidido que já haviam esperado pelo tempo suficiente ou que tinham ouvido tudo… ela preferia que fosse a primeira opção.

      As garotas observaram atentamente quando a espessa porta de aço se abriu e Ren entrou, seguido de Nick. Ren não parecia nem um pouco feliz, enquanto Nick trazia no rosto calmo uma expressão compreensiva.

      "Suponho que seja um pouco tarde demais para guardar segredos”, afirmou Ren com satisfação. "Nós já ouvimos tudo”.

      Lacey apenas fixou o olhar nele, sabendo que eles só tinham ouvido o que ela acabara de dizer a Gypsy e… isso era apenas a ponta do iceberg. Se eles realmente soubessem de tudo, já a teriam jogado para fora e trancado a porta.

      Nick percebeu o olhar intenso que Ren estava lançando sobre Lacey e imaginou se o idiota ia mesmo recriminar a garota por ser a ladra que ele havia originalmente acusado de ser. Bem no fundo da mente, ele esperava que Ren fizesse algo realmente estúpido para que as garotas pudessem colocá-lo no lugar que ele merecia.

      Decidindo esperar para ver o que aconteceu, Nick deu alguns passos até ficar em pé ao lado do sofá onde Gypsy estava e assistir ao show.

      Sabendo que eles estavam fracassados, Gypsy rapidamente afastou a mão do cristal e encolheu-se quando Ren olhou para ele com uma expressão de desapontamento. Ela não entendia por que, mas o fato de ser capturada por Ren fez com que ela se sentisse como uma criança e franzisse a testa, percorrendo todo o acolchoado para aproximar-se de Nick.

      "Em circunstâncias normais, um cristal de sigilo poderia ter funcionado com seu avô e seus outros parentes... mas eu não sou humano", informou Ren às duas, mas suas palavras foram direcionadas a Lacey. "E, depois do que acabei de ouvir, acho que guardar segredos não é a melhor ideia... na verdade, isso é muito ruim e você", acrescentou ele, fixando em Lacey um olhar severo: “não contou nem a metade da história".

      Lacey contraiu os lábios e lançou-lhe seu olhar mais incisivo e desafiador: “Ninguém lhe pediu para espionar, seu pequeno dissimulado!"

      Ren subitamente estava se debruçando sobre Lacey, encarando-a com seus intensos olhos prateados e os óculos escuros no punho. Como ela ousa chamar-lhe de pequeno, se ele tinha duas vezes o tamanho dela.

      Gypsy pulou e deslocou-se rapidamente para ficar atrás de Nick, quando Ren pressionou as duas mãos contra a parte traseira do sofá, prendendo Lacey contra os acolchoados.

      "Comece a falar", ordenou Ren com uma voz rouca, na esperança de que a intimidação era a chave para obter os detalhes que ele queria.

      Agora que Gypsy estava atrás dele e não podia ver sua expressão, os lábios de Nick se abriram em um largo sorriso. Ele deu um passo para trás, aproximando o corpo ainda mais do corpo da moça, informando-lhe silenciosamente que ele iria protegê-la do brutamontes descontrolado que era o Ren. Não era culpa dele que Ren estivesse fazendo com que ele parecesse um homem de bem.

      Lacey olhou para Ren com igual ferocidade e retirou algo do bolso rapidamente, apalpando o objeto sem ninguém perceber. Sentindo o fino metal quente tocar sua pele, ela surpreendeu a todos quando bateu a palma da mão contra o peito de Ren e facilmente empurrou-o para longe dela.

      "Para trás", insistiu ela, com calma.

      Ren sentiu algo furando sua pele através da camisa e realmente deu um passo para trás, relutante. Seus lábios se comprimiram ao saber que ela tinha na mão um tipo de medalhão encantado e, com um movimento rápido, ele o empurrou para longe dela. Quando o objeto queimou-lhe a mão instantaneamente, ele o atirou para o outro lado da sala.

      "Já não basta desses brinquedos infantis?" rosnou ele, desejando silenciosamente que sua mão parassse de arder. Seja lá o que fosse… não tinha gostado muito dele e o sentimento era mútuo.

      "Eu não tenho que te contar coisíssima nenhuma", disse Lacey, mantendo a voz pausada e uniforme enquanto se levantava.

      O fato de que o medalhão havia funcionado tão bem sobre ele mostrou a ela que ele era poderoso. O objeto apenas reagiu ao poder e, geralmente, nem mesmo funcionaria com demônios de nível inferior, pois eles não tinham poder suficiente. Honestamente, ela não tinha esperado que o medalhão funcionasse


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