Vizinho Silencioso. Блейк Пирс

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Vizinho Silencioso - Блейк Пирс


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dos perfis—tentando criar o perfil de um homem que, supostamente, estava liderando uma série de assaltos armados a bancos de Nova York. Rhodes havia mantido qualquer pensamento para si mesma. Mesmo depois da parceria entre as duas ter mudado de patamar – após Chloe salvar a vida de Rhodes – ela não havia demonstrado sinais de que queria conhecer Chloe a nível pessoal.

      E Chloe estava totalmente bem com aquilo.

      Na verdade, a maior parte do caminho de Washington a Falls Church, em Virginia, aconteceu em silêncio. Johnson não havia dado muitas informações. Elas não sabiam quase nenhum detalhe do crime. Tudo o que ele havia dito era que um oficial local estaria no lugar para recebê-las quando elas chegassem.

      O mais perto de uma conversa que as duas tiveram aconteceu quando elas saíram da rodovia para entrar em Falls Church.

      - Você sabe bastante sobre essa cidade? – Rhodes perguntou.

      - Um pouco. A maioria da população é de classe alta, eu acho. Mas esse bairro para onde estamos indo, pelo que eu me lembro do estudo de caso que fiz na academia, é uma das áreas mais ricas, principalmente por conta do que eles chamam de dinheiro velho.

      - Ah, você diz que as pessoas são ricas lá porque mamãe e papai eram ricos e não tinham o que fazer com o dinheiro antes de morrer.

      - Basicamente, sim.

      Rhodes riu e olhou pela janela.

      - Para mim, parece que eu e você nos tornamos as ‘agentes oficiais’ de casos assim. Mas enfim... o que você acha disso?

      Chloe não havia pensado naquilo antes. Ela simplesmente encolheu os ombros e respondeu com sinceridade.

      - Acho que todo mundo precisa ser especializado em algum nicho.

      Rhodes não disse mais nada depois disso. Chloe estava fazendo o possível para demonstrar que não estava afim de conversa fiada naquele momento—tentando ser sempre direta, sem ser rude. Aparentemente, sua estratégia funcionou. Elas chegaram à cena do crime—uma bonita casa de dois andares em um bairro chique—sem dizer mais nenhuma palavra. A maioria dos terrenos tinham árvores ou varandas enormes. O bairro em si ficava um pouco distante dos outros, mais populosos, e cada casa tinha seu próprio espaço bem delimitado e longe das outras.

      A simples presença de uma viatura na estrada já parecia algo estranho ali. Era como se aquela casa, agora, fosse um defeito naquele bairro perfeito.

      Chloe e Rhodes estacionaram o carro e foram até a entrada da casa. A porta estava fechada, então Chloe bateu, sem querer simplesmente invadir, já que havia um policial esperando por elas. A porta foi atendida imediatamente. O agente que abriu a porta parecia ter trinta e poucos anos. Ele tinha a barba feita, era bonito e aparentemente surpreendeu-se ao encontrar duas mulheres no outro lado da porta.

      - Somos as agentes Fine e Rhodes – Chloe disse. – Fomos enviadas para investigar o assassinato de Jessie Fairchild.

      O oficial estendeu a mão e apresentou-se.

      - Oficial Ed Nolan. Estou liderando o caso. Entrem.

      Ele as levou para dentro, onde Chloe percebeu que a casa era maior por dentro do que parecia por fora. O hall tinha quase o tamanho da sala do apartamento de Chloe, e o teto estava a pelo menos três metros e meio de sua cabeça. O local parecia estar sem vida há um bom tempo, o que fez com Chloe sentisse um arrepio.

      - Então, o que aconteceu aqui? – Chloe perguntou. – Tudo o que nos disseram é que precisamos lidar com a hipótese de uma conexão com um caso do ano passado.

      - Qual caso? – Nolan perguntou.

      - Três mortes por estrangulamento a cerca de sete quilômetros daqui – Rhodes disse. – Todas mulheres, todas entre quarenta e sessenta anos.

      - Hum, acho que vamos poder eliminar essa conexão bem rápido.

      - Por que? – Chloe perguntou.

      - Bom, o corpo obviamente já foi removido, mas eu posso mostrar as fotos para vocês. A senhora Fairchild não foi morta por estrangulamento, ainda que ela também tenha sido estrangulada. O que a matou foi um corte na garganta... mas de um jeito estranho que eu nunca vi antes.

      Ele as levou até a cozinha e pegou uma pasta de arquivos no balcão. Utilizou-a para apontar para as escadas e disse:

      - A diarista encontrou o corpo no quarto principal, no andar de cima. Ela foi até lá enquanto a pia da lavanderia ficou enchendo. Obviamente ela ficou assustada ao encontrar o corpo, tanto que a pia acabou transbordando.

      - Vamos olhar o quarto, então – Chloe disse.

      Nolan assentiu e as levou. Enquanto caminhavam pela casa, Chloe percebeu que ou a diarista era excelente em seu trabalho, ou os Fairchild sabiam como manter uma casa limpa.

      O corredor do andar de cima era tão impressionante quanto o de baixo. Uma estante de livros ficava no fim do hall, embutida na parede. Havia quatro cômodos no andar, sendo dois quartos, um banheiro secundário e um escritório.

      Nolan as levou até o quarto principal. O corpo obviamente já fora removido, mas Chloe viu que os lençóis seguiam os mesmos desde o assassinato.

      - O quarto está exatamente como estava quando o corpo foi encontrado? – Chloe perguntou.

      - Só mexemos no corpo – Nolan confirmou.

      - Você pode nos contar os detalhes?

      Ele falou enquanto Chloe olhava pelo quarto com Rhodes. Ela escutou cada detalhe, tentando criar uma cena em sua cabeça, imaginando situações que teriam acontecido no quarto onde ela estava naquele momento.

      - Rosa Ramirez, a diarista, encontrou o corpo cerca de onze e meia da manhã. A polícia chegou aqui antes do meio-dia. Eu estava na equipe que atendeu a chamada, então pude ver tudo em primeira mão. A garganta de Jessie Fairchild tinha sido cortada, mas de um jeito muito estranho. Nós acreditamos que houve sim estrangulamento, mas o corte foi feito com um anel de diamantes muito grande.

      - Vocês têm certeza disso?

      - Sim. Os peritos confirmaram isso ontem. O anel estava cheio de sangue, e as linhas do corte bateram com o corte do diamante. Além disso, o marido dela não tem certeza se o anel pertencia à esposa.

      - Espere aí – Rhodes disse. – Não é possível que um anel de diamante seja grande o suficiente para fazer um corte dessa profundidade.

      - Nós também pensamos isso – Nolan disse. – Mas o ângulo do corte acertou uma artéria vital e também perfurou a traqueia.

      - Algum motivo? – Chloe perguntou.

      - Primeiro, pensamos que tinha sido uma invasão à casa, um roubo. Tenho certeza que vocês perceberam que aqui tem muita coisa de valor – ele apontou para o closet no lado esquerdo do quarto e acrescentou: - Tem muitas joias ali. Quando falamos com o marido dela, ele mostrou um colar que vale cerca de trinta mil. E não estava nem em um cofre. Estava ali, no velho móvel das joias. Também há dois carros na garagem, sendo que um deles vale cerca de três anos do meu salário. Uma piscina enorme nos fundos, uma banheira dessas de spa. É pouco dizer que os Fairchild são ricos. E por eles serem novos no bairro, nós imaginamos que fosse um roubo. Mas não conseguimos encontrar evidências que comprovem isso.

      - Alguma coisa foi levada? – Chloe perguntou.

      - Fizemos o marido caminhar pela casa, mas ele não percebeu nada faltando. Claro, ele estava abalado por ter perdido a esposa assassinada, então ninguém sabe se ele olhou com atenção...

      - Você disse que acha que houve também um estrangulamento – Rhodes disse. – Você sabe com o que ela foi estrangulada?

      - Não temos certeza, mas achamos que com uma estola de raposa—essa coisa para por no ombro. Encontramos uma debaixo da cama. Os peritos dizem que estão certos de que as duas pontas da estola foram amarradas e puxadas com força. O marido também disse que não lembra da última vez que a esposa usou isso.

      -


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