O Escritor (Português Do Brasil). Danilo Clementoni

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O Escritor (Português Do Brasil) - Danilo Clementoni


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detalhada da área, mas o maior pedaço que encontrei é de aproximadamente alguns centímetros cúbicos.

      — Não tem como negar. O sistema de autodestruição funcionou muito bem.

      — Ei, Zak — Petri exclamou, de repente. — O que é isso, na sua opinião? — e apontou para uma mancha escura no monitor principal.

      — Não sei... Não é possível ver muito bem. O que dizem os sensores?

      — Não estão captando nada. De acordo com eles, não há nada exceto areia ali, mas acho que posso ver outra coisa.

      — É impossível que os sensores não possam captar nada. Tente fazer um teste de calibragem.

      — Só um segundo — Petri mexeu numa série de controles holográficos, então proferiu: — Os parâmetros estão dentro dos limites normais. Tudo parece estar funcionando corretamente.

      — Estranho... Vamos tentar chegar mais perto.

      A cápsula número seis se moveu lentamente na direção do estranho objeto, que parecia emergir da camada de pó e areia cinza.

      — Ampliação máxima — ordenou Azakis. — Mas o que é?

      — Pelo pouco que consigo ver, parece parte de uma estrutura artificial — Petri tentou chutar.

      — Artificial? Acho que ninguém de nós já instalou alguma coisa na Lua.

      — Talvez foram os terráqueos. Acho que li algo sobre terem feito várias expedições para este satélite.

      — O que é verdadeiramente estranho é que nossos sensores não estão captando nada do que nossos olhos estão vendo.

      — Não sei o que dizer. Talvez a explosão os danificou.

      — Mas se acabou de fazer um teste e tudo está funcionando — Azakis respondeu, perplexo.

      — Então essa coisa que estamos vendo deve ser feita de um material desconhecido, e portanto nossos sensores não conseguem analisar.

      — Está tentando me dizer que os terráqueos foram capazes de inventar um composto que nem nós conhecemos, trouxeram aqui e construíram uma base ou alguma coisa com ele?

      — E mais, nós até destruímos para eles — Petri comentou, desolado.

      — Nossos amigos continuam a nos surpreender, não?

      — Verdade... Bom, demos uma olhada por aqui. Acho que devemos esquecer isso por enquanto. Temos coisas mais importantes para fazer agora. O que você diz, chefe?

      — Acho que está absolutamente certo. Considerando que não parece restar mais nada utilizável da Theos, acho que podemos partir.

      — Rumo à Terra?

      — Vamos voltar ao acampamento da Elisa e tentar usar o H^COM para contatar Nibiru.

      — E nossos companheiros de viagem? Não podemos deixá-los assim aqui — disse Petri.

      — Temos que organizar uma base de apoio na Terra. Poderíamos montar uma espécie de acampamento próximo ao dos nossos amigos.

      — Me parece uma boa ideia. Devo informar ao restante da tripulação?

      — Sim. Forneça as coordenadas do sítio de escavação e peça para organizarem os preparativos de uma estrutura de emergência. Vamos descer lá primeiro e começar, entrando em contato com os Anciãos.

      — Vamos indo! — Petri disse alegremente. — E pensar que, até agora há pouco, estava ficando preocupado em como ia superar o tédio da viagem de volta.

      Ao mesmo tempo, a uma distância de aproximadamente 500 U.A. do nosso sol, um estranho objeto ovalado surgiu praticamente do nada, antecedido por uma faixa de relâmpago azul que rasgou a escuridão absoluta do espaço. Moveu-se em linha reta por quase cem mil quilômetros a uma velocidade incrível, antes de desaparecer de novo, engolido por uma espécie de vórtice prateado com reflexos dourados. A totalidade do evento durou apenas alguns segundos, e depois, como se nada tivesse acontecido, aquele lugar tão remoto e desolado, nas profundezas do espaço, mergulhou de novo na tranquilidade absoluta em que esteve submerso até então.

      Tell-el-Mukayyar – Contato com Nibiru

      — Sim, Coronel — disse uma voz polida do outro lado da linha. — Recebemos relatórios, de vários pontos de observação na Terra, sobre um clarão artificial supostamente emitido pela Lua.

      — Mas a Lua não emite "clarões" — Jack disse, contrariado.

      — Tem razão, Senhor. Tudo o que posso afirmar é que nossos cientistas ainda estão analisando os dados que recebemos para poder identificar quem ou o quê provocou esse acontecimento.

      — Portanto, basicamente, não tem a menor ideia do que foi aquilo.

      — Bem, eu não colocaria dessa forma, mas acho que a sua conclusão é justa.

      — Escuta só esse cara — disse Jack, voltando-se para Elisa, que se aproximou, enquanto ele cobria o microfone do celular com a mão. — Ok. Obrigado pela informação — continuou. — Assim que tiver mais notícias, por favor me chame imediatamente.

      — Sim, Senhor, com prazer. Até logo, tenha um bom dia — e terminou a conversa.

      — O que disseram? — perguntou a doutora.

      — Parece que algo estranho realmente aconteceu, mas ninguém achou uma explicação decente ainda.

      — Estou cada vez mais convencida de que alguma coisa aconteceu aos nossos amigos.

      — Ora, não diga isso. Com aquela espaçonave fantástica, sabe lá até onde chegaram a essa altura.

      — Espero que sim, de verdade, de todo coração, mas ainda tenho um pressentimento estranho.

      — Ouça, para eliminar qualquer dúvida, por que não usamos aquela coisa que nos deram e tentamos contatá-los?

      — Não sei... Eles disseram que somente conseguiríamos usar depois que chegassem ao seu planeta... Não acho que...

      — Vamos, traga para cá... — o Coronel a interrompeu. Então percebendo que talvez tivesse sido meio brusco, acrescentou gentilmente um "por favor", seguido de um sorriso cintilante.

      — Ok. Na pior das hipóteses, não vai funcionar — disse Elisa enquanto ia pegar o H^COM portátil. Voltou quase imediatamente, e depois de arrumar um pouco os longos cabelos, colocou o grande e estranho capacete.

      — Ele disse para apertar esse botão aí — disse Jack indicando o botão. — Assim o sistema vai fazer tudo sozinho.

      — O que devo fazer, apertar? — Elisa perguntou, hesitando.

      — Vá em frente, que acha que vai acontecer?

      A arqueóloga pressionou o botão, e exagerando um pouco a sua fala, disse: — Alô? Tem alguém aí?

      Esperou, mas não recebeu resposta. Esperou mais um pouco e então tentou de novo. — Alô... Alô... Petri, está aí? Não consigo ouvir nada.

      Elisa esperou mais alguns segundos e então abriu os braços e encolheu os ombros.

      — Aperte o botão de novo — o Coronel sugeriu.

      Eles repetiram esse processo várias vezes, mas o sistema de comunicação não emitiu nem um rumorejo sequer.

      — Não há nada a fazer. Talvez algo realmente aconteceu a eles — sussurrou Elisa enquanto removia o H^COM da cabeça.

      — Ou quem sabe ainda não chegaram dentro do raio de ação dessa coisa.

      O Coronel não havia terminado a última frase quando um som esquisito do lado de fora chamou a atenção dos dois.

      — Jack, veja — Elisa exclamou surpresa,


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