Amor italiano - Mistérios do deserto. Jennie Adams

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Amor italiano - Mistérios do deserto - Jennie Adams


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possível. Irei aos eventos sociais contigo, até a situação económica de Maria melhorar e, então, fá-lo-ei sem ti.

      – Uma escolha acertada.

      – Tenho de ir ou perderei o eléctrico. É… é por ali – disse, assinalando uma direcção ao acaso. – Entrarei em contacto sobre o nosso… acordo.

      – Não tens o meu número – disse Luchino, tirando um cartão do bolso e dando-lhe.

      – Está bem. Agora já tenho. Adeus! – despediu-se Bella, saindo dali a toda a pressa.

      Quando Bella chegou ao seu apartamento, tentou manter as suas emoções sob controlo, mas tinham acontecido demasiadas coisas muito depressa e não sabia como começar a assimilá-lo.

      – Estou em casa – disse, em voz alta, ao entrar. A sua irmã, Soph, veio recebê-la.

      – Olá! O que te parece esta cor de cabelo? Supõe-se que tenho de enxaguar, mas parece bastante… – Soph parou de falar. – Parece que viste um fantasma.

      – Sim – Bella riu-se, mas conteve-se de continuar a fazê-lo, já que roçava a histeria. – Vi um fantasma. E, se não fizer o que ele quer, vai arrebatar o sonho da minha vida.

      Soph ficou a olhar para a sua irmã e agarrou no telefone sem fios, telefonando com marcação rápida.

      – Podes vir? Parece-me que temos de fazer uma assembleia familiar.

      – Estou bem, Sophia. Não tens de te preocupar com nada – disse Bella.

      Mas era demasiado tarde. Soph já telefonara e a irmã de ambas não demorou a chegar.

      Chrissy chegou enquanto Bella estava a tentar esclarecer as ideias. As suas duas irmãs ficaram a olhar para ela e Bella soube que teria de lhes explicar o que se passava.

      – Hoje vi Luchino Montichelli. A sua filha estava com ele. Não exactamente com ele, mas estava lá, à espera no carro quando regressámos, com uma ama ao seu lado.

      – Voltou a cuidar da menina? – perguntou Soph, cujo tom de voz deixava claro que aquilo lhe parecia incompreensível. – Não disseste que a tinha abandonado após o seu divórcio?

      – Também me custa a acreditar e não faço ideia se a menina está permanentemente com ele ou não.

      – Pergunto-me se agora ama a menina – disse Chrissy, acariciando a barriga. – Porque uma criança precisa que a amem e, se os pais não conseguirem fazê-lo, não têm o direito nem de estar perto delas.

      – Tu amas muito o teu bebé. Todas amamos. Tenho muita vontade de ser tia – disse Soph, abraçando a sua irmã pelos ombros.

      Então, Bella explicou-lhes a ameaça a que estava submetida.

      – O que vais fazer, Bella? – perguntou Chrissy. – Não podes aceitar este ultimato. Terias de o ver constantemente e suportar que considere que és ambiciosa, e que usaste Maria.

      – Acho que não tenho outra opção – disse Bella, que começou a dar voltas pela sala.

      – Nate e eu podemos comprar os teus vestidos, para que assim devolvas o dinheiro a Maria. Podemos ajudar-te a estabeleceres-te por tua conta, Bella, para que recomeces. Com a tua própria loja, em qualquer lugar. Tenho a certeza de que Nate o verá como um investimento a longo prazo.

      – Ou isso, ou as três pedimos empréstimos ao banco para assim poderes resolver o problema – disse Soph.

      – Isso talvez permita a Bella pagar a Maria – disse Chrissy. – Mas não acho que consigamos dinheiro suficiente para que possa estabelecer-se numa loja nova.

      – Acho que tens razão – disse Soph, soprando uma madeixa do seu cabelo cor-de-rosa. – Suponho que, então, Nate tem de nos ajudar – olhou para Bella. – Sei que não tiveram um bom começo quando ele engravidou Chrissy e tudo isso, mas vejam como as coisas correram bem! De qualquer forma, ele ajudará e o mais importante é que não queremos que te aproximes do canalha que te magoou quando estiveste em Milão.

      – Um dos canalhas. Lembrem-se que o organizador do espectáculo também levou Bella para o seu quarto naquela última noite – recordou Chrissy.

      – Devias ter-nos contado a verdade toda quando regressaste daquela viagem – disse Soph.

      Bella levantou-se no meio das suas irmãs.

      Aquilo doía-lhe. Amava-as. Queriam ajudá-la, mas não podia permitir que o fizessem.

      – Contaste-nos agora a verdade toda, Bella? – exigiu saber Chrissy.

      – Sim, foi só isso. Sei que podia ter-vos contado muito mais do que aconteceu em Milão naquela altura, mas queria tentar esquecê-lo.

      Bella respirou fundo.

      – Agradeço a tua oferta para me ajudares, Chrissy, mas não seria correcto que Nate e tu se comprometessem com tanto dinheiro.

      Ao considerar a situação em que estava, Bella hesitou.

      – Neste momento, pergunto-me se fiz bem em abandonar a profissão de modelo. É verdade que não era o trabalho dos meus sonhos, mas talvez não tenha tido em conta todos os riscos do ramo dos estilistas. Simplesmente porque vos fiz a roupa toda durante anos…

      – Fizeste os conjuntos mais impressionantes com um orçamento muito pequeno. Tens talento, Bella! – insistiu Chrissy.

      – Também não posso consentir que Soph e tu peçam empréstimos para me ajudarem, embora agradeça muito.

      – Mas tens de sair da situação em que te encontras – disse Soph.

      – Não. Luchino disse que não tenho outra opção e tem razão. Tenho de vender os vestidos rapidamente. Se trabalhar para ele, é a única maneira de o conseguir… Terei de o suportar.

      – Resolveria o problema – Chrissy assentiu, contrariada. – Desde que não tente ultrapassar o acordo de negócios, tentando torná-lo mais pessoal – então, olhou para Bella, indagadora. – É provável que isso aconteça?

      – Não, pois ele pensa que sou ambiciosa e eu sei o que é capaz de fazer. A desconfiança de ambas as partes não dará azo a nenhuma relação pessoal.

      Negando-se a pensar na química que existira entre Luchino e ela, Bella abraçou, primeiro, Soph e, depois, Chrissy.

      – Obrigada por falarem comigo e por se oferecerem para me ajudarem.

      – E… a sua filha? – perguntou Soph, tentando esconder a sua vulnerabilidade perante aquilo. – Talvez devêssemos descobrir como está a tratá-la.

      – Oh, Soph! – exclamou Bella, a qual, na verdade, também a preocupava. – Vou descobrir.

      Bella tinha de enfrentar aquela situação, escondendo os seus sentimentos por detrás do muro que criara à volta do seu coração.

      – Consigo fazê-lo. Resultará. Cuidarei de mim e certificar-me-ei de não sair magoada.

      – Se a situação fugir do teu controlo, deixarás que te tiremos de lá! – sentenciou Chrissy.

      Bella assentiu, contrariada, embora, na verdade, não tivesse nenhuma intenção de permitir que as suas irmãs ou o seu cunhado lhe dessem tanto dinheiro.

      – Está bem, então suponho que já está tudo esclarecido. Quero mostrar esta cor de cabelo a Danni e a Michelle – disse Soph, dirigindo-se para o seu quarto. – É melhor ir ver o que posso vestir esta noite.

      Assim que as suas duas irmãs se foram embora, Chrissy para a casa onde vivia com Nate Barrett e Sophia para um clube com as suas amigas, Bella pegou no cartão que Luchino lhe dera e telefonou-lhe.

      – Montichelli.

      Só de ouvir a sua voz ao telefone


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