Os meus três amores - Tal como sou. Rebecca Winters

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Os meus três amores - Tal como sou - Rebecca Winters


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assinar os papéis?

      Ela riu-se.

      – Ainda melhor. Não vou assiná-los.

      Ele seguiu-a até ao Toyota e fê-la virar-se, com Jolie ao colo.

      – Onde pensa que vai?

      – Eu não vou a lado nenhum. O senhor é que se vai embora – tirou o saco com as coisas dos bebés, abriu a porta e atirou-o lá para dentro. – Queria os gémeos? Aqui os tem. Durante as próximas vinte e quatro horas.

      – Desculpe? Não estou habituado a receber ordens.

      – Claro que está, está no exército.

      Não podia discutir isso.

      A expressão dele não mudou, não ia ceder assim tão facilmente, mas ergueu-se, como se se preparasse para lutar e isso indicava que Rachel conseguira acertar onde mais lhe doía.

      Ela devia ter-se sentido envergonhada pela satisfação que sentia, mas aquele tipo estava a ameaçá-la a demasiados níveis.

      – Parece que pensa que é fácil tratar de dois bebés – continuou Rachel, abrindo a porta de trás, sentando Jolie e prendendo-a na sua cadeira. – Muito bem. Vai ter uma oportunidade.

      Sullivan deixara a porta aberta. Cody não gostava de ficar sozinho na casa e começou a gritar. Rachel olhou para Sullivan com desdém.

      – Talvez queira começar por ir buscar Cody – sugeriu.

      – Só quando entender o que se passa aqui.

      Ela fechou a porta do carro e manteve a distância, permanecendo afastada da sua atracção. Como era possível que aquele estranho tivesse tal efeito nela?

      – A primeira coisa que tem de saber é que não tem de se ir embora quando um bebé chora.

      Ele passou uma mão pelo cabelo escuro.

      – Tem razão.

      Voltou para a casa e regressou alguns segundos depois com o casaco debaixo de um braço e Cody enrolado numa manta.

      Está bem, Sullivan estava a começar a agir com bom-senso.

      Rachel tentou pegar em Cody ao colo, mas Sullivan segurava-o com força. Ela arqueou uma sobrancelha e esperou.

      – Antes temos de falar – afirmou ele.

      – Não, falaremos depois. Depois de ter tentado dar de comer e mudar dois bebés. Depois de ter passado a noite sem dormir a tentar adormecê-los. Depois de não ter conseguido lavar os dentes e de terem manchado a sua melhor camisa. Então, falaremos.

      Ele cerrou os dentes e abanou a cabeça.

      – Como sabe que não vou levá-los para San Diego?

      Ela olhou para ele com os olhos semicerrados e agarrou em Cody com força.

      – Porque sei que é um homem de honra. Íntegro. Falei com o seu comandante – deu a volta ao todo-o-terreno e instalou Cody na sua cadeira. Deu-lhe um beijo na cabeça e tapou-o com a manta.

      Depois, baixou-se, apanhou alguns brinquedos do chão e deu-os aos bebés. Eles levaram-nos imediatamente à boca. Confiavam nela. A vida de um bebé de dez meses não era nada complicada.

      – Faço-o por vocês, crianças – replicou. – Não tenham piedade.

      Depois, voltou para o outro lado do carro.

      – Além disso, não assinei os papéis – depois estendeu o braço com a palma da mão para cima. – As chaves.

      – Pensei que ia levar as crianças – recordou-lhe ele, com os ombros ainda em tensão.

      – Quero as chaves do seu jipe. Vai levar o meu carro. Eu precisarei do seu.

      Ele franziu o sobrolho, era evidente que não gostava da situação.

      – Olhe, não vou renunciar aos bebés sem lutar por eles, mas estou cansada, suja e faminta. Não estou preparada para discutir o assunto. E o senhor também não estará enquanto não passar algum tempo com os gémeos. Portanto, troquemos as chaves e vemo-nos amanhã.

      Ele hesitou por um instante.

      Finalmente, deu-lhe as chaves do seu carro e aceitou as dela.

      – Espero que perceba o que está a fazer – replicou Sullivan, entrando no todo-o-terreno e pondo o cinto. – A honra e a integridade não me transformam num cavalheiro – fechou a porta e pôs o veículo a trabalhar. Depois, abriu a janela. – Sou um soldado. Os soldados nunca abandonam os seus homens.

      Rachel observou como o carro desaparecia pelo caminho e rezou para que não tivesse cometido o maior erro de toda a sua vida.

      Capítulo 2

      Ford estacionou à frente do quarto do seu hotel, apoiou as costas no banco e fechou os olhos. Saíra da casa de Rachel Adams há vinte horas e já estava disposto a voltar lá com a cabeça baixa e o rabo entre as pernas.

      Que humilhante!

      Usando toda a prática que aprendera nos oito anos que passara no exército, arriscou-se a mexer-se para olhar para os bebés, que estavam no banco de trás. Jolie, tão limpa como a sentara, dormia com o gorro e abraçada ao biberão. Cody, que perdera o gorro e os sapatos há muito tempo, tinha a face suja de molho de tomate e uma batata frita na mão.

      Conseguira adormecê-los há uma hora.

      Acomodou-se no banco. Tencionava ficar ali, sem se mexer, enquanto os bebés estivessem a dormir.

      Só a sua teimosia é que o impedira de voltar para casa de Rachel há várias horas. Como é que ela conseguira fazer tudo sozinha durante seis dias?

      Telefonara para casa para que a avó e outros membros da família, e amigos, lhe dessem algum conselho, mas nada parecia funcionar com os gémeos. Nada do que fizera, dissera ou cantara, sim, também cantara, funcionara.

      Era evidente que as crianças queriam voltar para Rachel.

      E ele também queria voltar para ao pé dela e isso não tinha nada a ver com as curvas doces que se escondiam por baixo da sua t-shirt cheia de manchas. Muito bem, mentia. Nenhum homem teria podido permanecer alheio ao seu corpo esbelto, mas o seu rabo e o seu peito não tinham nada a ver com aquilo. Enganara-se com ela. Tinha de admitir que ela tratara das crianças durante seis dias com paciência e devoção.

      Não conseguira dormir mais de duas horas naquela noite. E ela estivera assim durante seis noites. Não era de estranhar que os seus bonitos olhos azuis esverdeados estivessem toldados pelas olheiras.

      Era uma mulher lutadora. Uma fera loira, decidida a interpor-se entre ele e as suas crias. Mas, mesmo assim, não conseguiria ganhar.

      Evidentemente, descuidara para cuidar dos bebés. Ford sentiu o instinto protector, em vez de pensar em como convencê-la de que as crianças estariam melhor com ele.

      Dissera-lhe que um soldado nunca abandonava um homem e era a verdade. Não podia deixar os gémeos de Tony aos cuidados de outra pessoa.

      Ficou tenso e olhou pela janela exactamente quando o xerife local aparecia à frente dele. Ford levantou uma mão e saiu do carro.

      – Agente – começou Ford, cumprimentando o homem, que parecia muito limpo vestido com o seu uniforme. Segundo a sua placa, era o xerife Mitchell. – Como posso ajudá-lo?

      – Senhor – respondeu o xerife, cruzando os braços e apontando para o todo-o-terreno de Rachel. – Algum problema?

      – Não – respondeu Ford, deixando as mãos à vista para que o outro homem não se sentisse ameaçado. Será que o dono do hotel o chamara? Fora duas vezes ao seu quarto para dizer que os outros clientes estavam a queixar-se dos choros das crianças. – Nenhum problema.

      A


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