Conexões Familiares. N.J. Nielsen

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Conexões Familiares - N.J. Nielsen


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ficou com falta de ar quando viu um sorriso torto brilhar timidamente em sua direção. Um calor estranho o percorreu, um que ele não conseguia entender. Ele sentiu uma vibração na boca do estômago enquanto ele lutava para colocar seus pensamentos em ordem. E ainda mais, ele não pôde evitar sorrir de volta.

      Que diabos estou fazendo?

      Estou fodido.

      “Bem, isso é a primeira vez”, Daniel ficou em choque. “Se eu não soubesse melhor, eu pensaria que o cantor estava vindo para…bem…você. E se não for engano meu, eu diria que você está flertando também.” Daniel olhou para Viv.

      Daniel mordeu seu lábio e Viv se perguntou se seu irmão sentiu a sensação estranha dentro dele, bagunçando tudo. Os olhos de Daniel se arregalaram ainda mais e ele ficou boquiaberto quando Viv virou os ombros, em seguida, olhou para o palco e sorriu para o cantor novamente.

      “Se você conseguir, mostre.” Viv sorriu, sem saber por que ele estava gostando da declaração inflamada de Daniel sobre o cara flertando com ele. Então, ele fez a única coisa que conseguiu pensar e descartou isso como uma piada antes de acrescentar, “Honestamente, ele provavelmente está olhando para você de qualquer maneira.”

      “Viv”, Daniel perguntou baixinho, tá escrito no seu rosto, “eu realmente te irrito?”

      Viv deveria saber que seu irmão voltaria ao seu comentário estúpido de antes. “Não, Dan. Você não. Desculpa dizer o que disse.” Às vezes, Viv odiava forma que ele falava demais e, nove em dez vezes, seu pobre irmão suportava o peso de uma de suas broncas.

      “Às vezes eu sinto que você está sempre decepcionado comigo”, Daniel disse com tristeza. Viv ficou em silêncio enquanto observava a apreensão de Daniel. Eles tinham doze anos de idade, mas eram próximos. Eles sempre se levantaram e lutaram um pelo outro quando necessário. Nos últimos dezessete anos, ele criou Daniel sem qualquer ajuda de sua mãe. Ela largou Daniel, com três anos, em seu colo e partiu em uma viagem com o pai de Daniel.

      Dava para perceber que criar um filho não estava de acordo com seus planos.

      “Não, Dan. Você nunca poderia me decepcionar.” Viv acariciou o braço de seu irmão. Daniel se sentiu bem com suas próximas palavras. “Você é como um filho para mim. Sempre terei orgulho de você, não importa que eu diga de outra forma.” Ele estendeu a mão novamente e deu um tapinha no rosto do irmão em conforto e segurança. “Sempre vou te amar.”

      Às vezes, Viv pensava que seu irmão não prestava nas coisas. Agora que ele tinha se assegurado de que ainda era querido e amado, Daniel mudou para o próximo assunto e, na verdade, Viv deu boas-vindas à distração de seus próprios pensamentos atuais e perturbadores. Pela primeira vez, ele estaria disposto a ouvir qualquer coisa que seu irmão quisesse dizer, especialmente se essa conversa mantivesse seus pensamentos e hormônios longe de onde eles não deveriam ir.

      “Eu te contei sobre a garota mais intrigante—e também a mais estranha—que eu que conheci hoje?”

      Viv balançou a cabeça e esperou que Daniel continuasse.

      “Eu estava atravessando a rua para comprar um hambúrguer para Tony, e uma garota passou por mim. Ela estava rindo alto. Fiquei fascinado e a segui.”

      Viv o observou com curiosidade. “Você perseguiu uma estranha?”

      Daniel meio sem jeito disse: “Não, eu não persegui uma estranha. Não foi perseguição. Eu meio que a segui até a loja de música e a observei enquanto ela olhava CDs. Eu não pude evitar. Eu precisava ver. Ela era linda pra caralho”, Daniel disse, e seus olhos brilharam. “Sabe, ela era uma daquelas pessoas que é linda sem nem tentar ser e, mais do que provavelmente, nem sabe que é. Eu poderia ter ficado olhando para ela o dia todo.”

      Quando seu irmão suspirou, Viv tentou não rir. “E como isso não é classificado como perseguição? A loja de música fica a quatro quarteirões daqui.”

      Daniel revirou os olhos. “De qualquer forma, o que estou querendo dizer é que ela me viu e largou os CDs que estava segurando, então se levantou e me encarou por um longo tempo. Ela colocou os óculos de sol na cabeça e revelou seus incríveis olhos azuis grandes que brilhavam felizes. Quando pensei que já era hora de dar o fora de lá, ela começou a mexer na bolsa e tirou um pacote de fotos. Ela as folheou, escolheu uma e disse: ‘Qual é o seu nome?’ E depois de dizer, ela escreveu meu nome na foto, colocou um coração com um S e disse, ‘Aqui está uma foto. Dura mais’.”

      Um lento sorriso surgiu no rosto de seu irmão segundos antes de ele falar novamente.

      “Então, antes que eu pudesse pensar em algo para responder, ela me agarrou pelo pescoço e me puxou em sua direção para que pudesse me beijar. Foi um beijo completo, sem frescura. Quando terminamos, ela pediu seu chiclê de volta, pois ele ficou dentro da minha boca. Então ela piscou para mim enquanto colocava o chiclete de volta em sua boca e pegou suas coisas. Antes que meu cérebro tivesse tempo de pensar, ela começou a rir e saiu da loja. Eu realmente queria continuar a segui-la pela cidade a tarde inteira—mas então isso teria sido uma perseguição.”

      Viv se perguntou se Daniel ao menos percebeu que havia suspirado e agora estava com um grande sorriso bobo. Brie, fez ar de deboche, não acreditando em nada, embora fazia careta como estivesse com raiva. Ela cruzou os braços e ouviu enquanto ela olhava com raiva para Daniel. Daniel a ignorava de propósito, e a merda estava prestes a explodir. Viv mal podia esperar.

      “Então, o que você fez em seguida?” Viv perguntou, sabendo que ele estava apenas aumentando a raiva de Brie. E isso não o deixou feliz?

      “Eu estava suspreso demais para fazer qualquer coisa além de ficar lá, e quando eu saí, ela tinha ido embora. Então, voltei e peguei o hambúrguer de Tony, depois de comprar uma moldura para colocar a foto dela na minha mesa do escritório. Me lembre de mostrá-la a você antes de irmos para casa esta noite.” Daniel balançou a cabeça surpreso com a memória da garota, com um sorriso em seu rosto. “Ela está vestida como uma hippie em tons de roxo e seu cabelo dourado parece uma auréola. Se eu a encontrar novamente, posso pedir-lhe em casamento, antes dela ter chance de ir embora.”

      “Então, qual era o nome dessa linda garota com quem você quer se casar?” Viv perguntou curiosamente. Ele quase podia ver a raiva saindo de Brie enquanto ela se irritava com o rumo que a conversa estava tomando. O olhar azedo em seu rosto era uma indicação de uma explosão iminente. Viv queria levar os dois ao escritório, então ele se levantou e fez um gesto para que seu irmão se levantasse. “Venha e me mostre a foto agora. Eu quero dar uma olhada na mulher que roubou seu coração.”

      A banda estava terminando seu show quando Viv se levantou. Daniel acenou com a cabeça e o levou até a entrada dos funcionários de seu escritório. Ele sabia que Brie o estava seguindo, mas Viv não se importou, contanto que seu ataque acontecesse a portas fechadas. A discussão seria épica.

      Uma Brie ainda mais irritada bateu a porta atrás deles quando Daniel se aproximou, pegou a moldura da mesa e entregou a Viv. A surpresa encheu Viv quando percebeu que a mulher era tão bonita quanto seu irmão havia afirmado.

      Daniel apontou para a assinatura. “Não sei o nome dela, mas tem que começar com um S.”

      A conversa terminou de forma bruta quando Brie começou a dizer palavrões para Daniel. Talvez eles realmente devessem ter guardado essa conversa em particular até que o clube estivesse vazio, porque com certeza os clientes da boate ainda seriam capazes de ouvi-los através das paredes, apesar da música. Viv ouviu seus palavrões sobre o que Daniel poderia fazer com a foto dessa garota linda pra caralho. Viv ficou impressionado com a calma de Daniel durante todo o discurso dela com uma sobrancelha levantada enquanto olhava para Brie.

      Este foi o fim. Viv sabia exatamente o que sairia da boca de seu irmão em seguida. Ele tinha ouvido esse discurso algumas vezes antes e poderia praticamente dizer palavra por palavra com Daniel. Desta vez, Viv esperou alegremente que Daniel falasse. Ele teve que morder a gengiva para não sorrir.

      Daniel balançou a cabeça fingindo desânimo, sua voz cheia de sarcasmo. “Eu te amo… Não, espere.


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