Agentes Da Lei E Assaltantes. Katherine McIntyre

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Agentes Da Lei E Assaltantes - Katherine McIntyre


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balançou a cabeça.

      — Poderia ser o caso se eu pensasse que você é quem anda cometendo esses assassinatos.

      As patrulhas pareciam estar em sua rotina habitual, tirando conclusões precipitadas antes mesmo de avaliarem a cena.

      — Não acredita que uma mulher é capaz da tarefa? — Ellie mostrou os dentes com seu sorriso. — Encontrará a morte em um beco com essa lógica.

      A ousadia dessa mulher era diferente de tudo que ele já havia encontrado. Bernard piscou por um momento antes de suspirar.

      — Eu conheci muitos assassinos, homens e mulheres. Só não acredito que você seja um deles.

      Uma carranca franziu a testa dela.

      — Você seria o primeiro.

      — Os padrões do Açougueiro são precisos e cuidadosos demais. Você é muito desleixada para caber na descrição, minha querida. — o dedo dele no gatilho começou a relaxar, contanto que ela não puxasse uma daquelas facas para ele, ele não planejava atirar.

      Os patrulheiros devem tê-la avistado quando roubava o cadáver e correram ao fazer suposições. Todos os detalhes somados.

      Ellie apertou a mão contra o peito.

      — Eu deveria estar ofendida, meu bom cavalheiro.

      Bernard ergueu as sobrancelhas e baixou a pistola.

      — No entanto, suponho que não esteja. — ele não largou o punho, pronto para erguer a arma de novo se ela tentasse fugir.

      No entanto, os olhos inteligentes da mulher já haviam se concentrado nesse movimento, e ela permaneceu plantada em seu lugar. A lasca de luar cintilou nos paralelepípedos rachados entre eles, destacando as rachaduras e fragmentos. Aqui, ao ar livre, não era o lugar para ter essa conversa.

      — Suponho que não prefira conversar em meio a uma dose de gim? — a mulher arriscou, ela colocou as mãos nos quadris. — A menos que queira continuar esta conversa no frio arrepiante.

      — Suponho que tem um lugar em mente? — Bernard respondeu, aliviado por ela ter feito a sugestão.

      Ele jamais gostou muito de ficar por aí com as costas expostas.

      A mulher balançou as sobrancelhas e deu um sorriso lascivo.

      — O Rato Afogado. — ela disse antes de lançar um olhar superficial para a própria roupa.

      Uma risada entrecortada escapou dela, e Bernard não pôde evitar que seu lábio se curvasse. Ela continuou:

      — No entanto, com toda a franqueza, a taverna fica bem nessa mesma rua.

      Bernard guardou a arma no coldre ao lado do corpo antes de oferecer a mão.

      — É melhor eu me apresentar então. Sou o detetive Bernard Taylor.

      Ela bateu a mão na dele com um forte tapa.

      — Sou suspeita de ser assassina em série e ladina, Eleanor Whitfield. Embora possa me chamar de Ellie. Agora, vamos voltar para a taverna. A lareira de lá viria a calhar para me aquecer após meu passeio pelo canal.

      Ellie deu o primeiro passo à frente, passou pela entrada da casa abandonada e entrou na rua de paralelepípedos.

      Bernard balançou a cabeça, roçando o queixo com o polegar para esconder o sorriso. Esta mulher o seduziu assim que começou a falar. Ela podia ser uma violadora da lei, mas quanto mais falavam, mais ele confirmava sua avaliação de que ela não era a Açougueira da Broad.

      — Mostre o caminho. — ele chamou atrás dela, embora ela já tivesse começado a caminhar.

      Ellie fez um gesto rude para o céu, mesmo enquanto continuava ao longo da rua, passando pelos barracos abandonados neste distrito. Com alguns passos rápidos, ele a alcançou para manter o ritmo enquanto viravam à direita na rua.

      — Estou chocada que um cavalheiro chique como você se atreveria a mostrar a cara neste bairro. — Ellie falou devagar e com um olhar de relance.

      — Considerando que não cresci longe daqui, essas ruas não me assustam como fazem a maioria dos patrulheiros. — ele murmurou.

      A mandíbula dele endureceu por um momento quando o cheiro de ferro floresceu na periferia, como às vezes acontecia. — Além disso, após passar algum tempo lutando na guarda naval, pouco nesta cidade me incomoda.

      Ellie soltou um assobio baixo, a mão apoiada no quadril como se fosse desembainhar uma lâmina a qualquer momento.

      — Então, não é um mero policial, mas um soldado? Está procurando por outras penas para enfeitar sua boina extravagante? Um sujeito de grande coração para os pobres miseráveis de Londres?

      Bernard bufou com a tentativa dela de irritá-lo. Pouco o fazia perder a compostura.

      — Hoje em dia, estou apenas procurando impedir o vira-lata que está massacrando inocentes pela cidade.

      No final do quarteirão, uma lâmpada a gás fraca piscava do lado de fora de uma taverna, luzes âmbar iluminando as janelas. A placa do Rato Afogado já tivera anos melhores, agora estava lascada e com tinta desbotada, mas Ellie não estava brincando com ele.

      Ela lançou outro olhar superficial.

      — Tem que parecer tão afetado e formal? Sua bolsa será furada, e terá uma faca enfiada no estômago se continuar assim.

      Bernard soltou um suspiro e desfez os botões da jaqueta externa, deslizando a gravata para enfiá-la no bolso. Com alguns movimentos hábeis, ele retirou as abotoaduras e qualquer outro item que pudesse ser arrancado de sua pessoa, colocando-as nos bolsos também. Arrastou o indicador e o polegar para baixo do bigode e da barba por instinto. Bernard não pôde deixar de notar como os olhos de Ellie piscaram para o movimento. A mulher parecia absorver tudo, em especial onde ele guardava suas sutilezas.

      — Tenho a sensação de que a maior ameaça à minha bolsa está ao meu lado. — ele arriscou quando pararam na frente do Rato Afogado.

      Alguns camaradas estavam do lado de fora, dando uma tragada em qualquer substância que fizesse a fumaça amarelada se infiltrar no céu diante deles. Bernard seguiu o protocolo dessas ruas, mantendo o olhar para a frente e a curiosidade para si.

      Ellie agarrou a maçaneta e abriu a porta antes de entrar na frente. Ele entrou em seguida, o barulho o envolvendo ao chegar. O bar a essa hora da noite estava lotado, a maioria dos lugares ocupados. O clamor comprimido por dentro o lembrou de estar de volta a um navio. Ele avistou uma mesa de canto no fundo dos aposentos apertados.

      — Por que você não pega a mesa enquanto pego o gim?

      — Se está pagando, seu Policial. — Ellie respondeu.

      O sorriso malicioso fez os olhos castanhos dela brilharem. Ele não pôde deixar de observar enquanto ela se afastava dele, os quadris balançando com a precisão de um pêndulo. Bernard se aproximou da bancada de mogno lascada, manchada pelos respingos de cerveja derramada em momentos anteriores, e se espremeu entre dois homens, meio-ratos e fedendo a gim barato.

      — O que posso fazer por você? — o atendente se aproximou com rigidez suficiente para que Bernard quase pudesse ouvir as articulações rangendo. O homem estava carrancudo, como se fosse cuspir na cara dele.

      Bernard ergueu dois dedos.

      — Doses de gim.

      O atendente soltou um grunhido e pegou uma garrafa aberta de gim no balcão à sua frente. Derramou o líquido em dois copos que já haviam visto dias melhores e os empurrou. Bernard colocou moedas no balcão e, em um movimento rápido com o líquido, agarrou os copos, indo até onde Ellie esperava. A mulher inclinou o assento para trás, até que batesse contra a parede e balançou os dedos na direção dele.

       Senhor, em que eu me meti?

      Ele se sentou em frente a ela


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