Comprometida . Морган Райс

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Comprometida  - Морган Райс


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se espanta com as diferenças entre aquela sociedade e a sociedade moderna, e com a tolerância que o povo demonstra diante da crueldade e violência. E aquela é Londres, uma dos lugares mais civilizados de 1599. Ela não quer nem imaginar como as coisas são longe de uma cidade civilizada como aquela. Ela acha curioso como a sociedade, e suas regras, tinham mudado.

      Eles finalmente terminam de atravessar a ponte e, enquanto estão parados do outro lado, Caitlin olha para Caleb. Ela pega o anel, e lê a mensagem de novo.

Across the Bridge, Beyond the Bear,With the Winds or the sun, we bypass London

      "Bem, se estamos interpretando isso corretamente, acabamos de ‘atravessar a ponte.’ O próximo passo seria ‘Além do urso.’” Caitlin olha para ele. “O que isso quer dizer?"

      “Também gostaria de saber," ele responde.

      "Sinto que meu pai está por perto," Caitlin diz.

      Ela fecha os olhos, e se esforça para pensar em alguma pista.

      Naquele instante, um garoto, carregando uma pilha enorme de panfletos, passa rapidamente por eles, gritando enquanto anda. "RINHAS DE URSOS! Cinco centavos! Por aqui! RINHAS DE URSOS! Cinco centavos! Por aqui!”

      Ele estica o braço e enfia um panfleto nas mãos de Caitlin. Ela olha para o papel e vê, em letras enormes, as palavras “Rinha de Urso,” com um desenho mal feito de um estádio.

      Ela olha para Caleb, e ele olha para ela ao mesmo tempo. Os dois observam o garoto que se começa a se afastar.

      “Rinhas de Urso?" Caitlin pergunta. “O que é isso?”

      “Estou me lembrando,” Caleb diz. “Costumava ser um esporte popular, na época. Eles colocam um urso no meio de uma roda, e o amarram a um poste, usando-o como isca para cães selvagens. Então eles fazem apostas para ver quem ganha: o urso ou os cães.”

      "Isso é doentio," Caitlin fala.

      "A charada,” ele diz. “‘Atravessando a ponte, e Além do urso. Você acha que pode ser isso?”

      Juntos, eles se viram e começam a seguir o garoto, agora um pouco adiante deles e ainda gritando.

      Eles viram à direita na base da ponte e caminham ao longo do rio, agora do outro lado do Tamisa, andando por uma rua chamada "Clink Street." Este lado do rio,Caitlin pode perceber, é bem diferente do outro. Ele é menos desenvolvido, e há menos gente. As casas também são mais baixas, mais simples; este lado do rio é bem mais negligenciado. Certamente há menos lojas, grupos menores de pessoas.

      Eles logo chegam até uma estrutura enorme, e Caitlin percebem pelas barras nas janelas e guardas diante da porta, que se trata de uma prisão.

      Clink Street, Caitlin pensa; que nome apropriado.

      O prédio é gigantesco e ao passarem diante dele, Caitlin vê as mãos e os rostos de alguns prisioneiros pelas grades, observando-a enquanto ela anda. Há centenas de prisioneiros presos lá dentro, provocando e insultando os transeuntes.

      Ruth rosna para eles, e Caleb se aproxima dela.

      Eles continuam caminhando, e passam por uma rua com uma placa que diz “Lugar do Homem Morto.” Caitlin olha para o lado e vê outro tablado, com outra execução sendo preparada. Um prisioneiro, tremendo, está em pé na plataforma com os olhos vendados e a corda ao redor do pescoço.

      Caitlin está tão distraída que quase perde o garoto de vista, e sente quando Caleb segura na sua mão para continuarem descendo a Clink Street.

      Ao retomarem o caminho, Caitlin de repente escuta um grito à distância, e então um bramido. Ela vê o garoto, um pouco à frente, virar em uma rua e depois ouve outro grito. Ela fica surpresa ao sentir o chão tremer sob seus pés; não sentia nada assim desde aquele dia no Coliseu. Ela percebe que deve haver algum estádio virando a rua.

      Ao dobrarem a esquina, ela fica espantada com a cena. O estádio é uma estrutura circular enorme, parecida com uma miniatura do Coliseu. A construção tem vários andares e é fechada, mas há portas de acesso em todas as direções. É possível ouvir os gritos, mais altos agora, vindos de dentro do estádio.

      Centenas de pessoas esperam ao redor do prédio, algumas das pessoas mais mal cuidadas que Caitlin já tinha visto. Alguns estão quase despidos, com barrigas enormes aparecendo, com a barba por fazer e sem tomar banho. Cães selvagens vagam pela multidão e Ruth rosna; os pelos de suas costas se arrepiam, ela está claramente incomodada.

      Vendedores empurram seus carrinhos pela lama, alguns deles vendendo quartilhos de gim. Pelo visto, a maior parte da multidão havia aproveitado a oferta; pessoas se empurram bruscamente, muitos deles claramente bêbados. Outro grito é ouvido, e ao olhar para cima, Caitlin localiza uma placa pendurada diante do estádio: “Rinhas de Ursos.”

      Ela se sente mal ao ver a placa. As pessoas daquela sociedade eram mesmo tão cruéis?

      O pequeno estádio parece fazer parte de um complexo. À distância, há outro pequeno estádio, com uma placa enorme onde se lê: “Rinhas de Touros”. Um pouco adiante, separada destes dois estádios, há outra estrutura circular – embora esta seja um pouco diferente das demais, com um pouco mais de classe.

      "Venham conferir a nova peça de Will Shakespeare no Teatro Globe!" grita um garoto, enquanto passa carregando uma pilha de panfletos. Ele se aproxima de Caitlin e lhe envia um panfleto nas nãos. Ela olha para o papel, onde está escrito: “a nova peça de William Shakespeare: A tragédia de Romeu e Julieta.”

      "Você irá comparecer, senhorita?" o garoto questiona. "É uma peça nova, e será apresentada pela primeira vez no teatro recém-inaugurado: o Globe.”

      Caitlin olha para o panfleto, sentindo-se animada. Aquilo era sério? Estava mesmo acontecendo?

      “Onde é o teatro?" ela pergunta.

      O garoto ri, se vira e aponta. "Bem, fica por ali, senhorita.”

      Caitlin olha para a direção que ele indica, e vê uma estrutura circular ao longe, com paredes de estuque e a borda de madeira ao estilo Tudor. O Globe. O Teatro Globe de Shakespeare- é incrível; ela realmente está ali.

      Milhares de pessoas perambulam diante do teatro, vindas de todas as direções. E a plateia parece ser tão mal encarada quanto o grupo que se dirige às rinhas de urso e touro, o que a deixa surpresa. Ela sempre havia imaginado que os frequentadores do teatro de Shakespeare fossem mais civilizados e sofisticados. Ela nunca tinha realmente considerado que se tratava de um entretenimento para as massas – e o pior tipo de gente. O teatro parece ser tão apreciado quanto as rinhas de ursos.

      Sim, ela adoraria assistir a nova peça de Shakespeare, adoraria conhecer o Globe. Mas ela está determinada a completar sua missão primeiro, e a resolver a charada.

      Um novo grito irrompe no estádio das rinhas de ursos, e ela se vira e concentra suas atenções novamente no local. Ela se pergunta se a resposta de sua charada estaria além daquelas portas.

      Caitlin se dirige a Caleb.

      "O que você acha?" ela pergunta. “Devemos ir até lá ver do que se trata?”

      Caleb parece hesitar.

      “A charada realmente fala em uma ponte,” ele diz, “e em um urso. Mas meus sentidos estão me dizendo outra coisa. Não tenho tanta certeza—”

      De repente, Ruth rosna e sai em disparada.

      "Ruth!" Caitlin grita.

      Mas ela se foi; nem ao menos vira para escutar, e continua correndo com tudo que tem.

      Caitlin fica chocada. Ela nunca tinha visto Ruth se comportar assim antes, mesmo quando estava completamente faminta. O que teria a atraído dessa forma? Ruth não costumava ignorá-la.

      Caitlin e Caleb começam a correr atrás dela, ao mesmo tempo.

      Mas mesmo com sua velocidade vampire, é difícil atravessar toda aquela lama, e Ruth é mais rápida do que eles. Eles veem quando ela vira e atravessa a multidão, e eles precisam empurrar para não perdê-la de vista. Caitlin consegue ver, adiante, quando Ruth


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