A mentira mora ao lado . Блейк Пирс
Читать онлайн книгу.Assassino de uma família relacionado a gangues. Rumores dizem que já tem uma prisão a caminho. Isso deve ser meio que um recorde, certo?
- Não faço ideia – ela disse, ainda que sentisse que tudo havia acontecido muito rápido.
- Ei, sabe, nem todos os agentes vão para campo já no primeiro dia atualmente – Riggins disse. – Alguns são mandados para pesquisas ou para mexer com a papelada. Estão falando que alguns de nós vão se reunir para tomar uma hoje. Você deveria vir. O lugar fica a duas quadras daqui, se chama Reed’s Bar. Poderíamos usar uma bela história de sucesso para renovar nossos espíritos. Mas acho melhor não convidar a Rhodes. Todo mundo... quer dizer, ninguém parece ligar muito para ela.
Chloe sabia que não deveria, mas não conseguiu deixar de sorrir ao ouvir aquele comentário.
- Pode ser que eu vá – ela disse. Foi a melhor resposta que ela poderia dar... muito melhor do que explicar que ela era introvertida e não era do tipo que ia a um bar com pessoas que não conhecia.
O elevador chegou e suas portas se abriram. Chloe entrou e Riggins acenou com um tchau. Era bizarro ver alguém invejando sua situação, especialmente depois da conversa com Johnson. Aquela sensação, de certa maneira, a fez querer ir ao bar, mesmo se fosse para tomar apenas um drink e ficar lá por meia hora. A outra alternativa era voltar para seu apartamento e continuar tirando as coisas das caixas. E aquilo era algo que, definitivamente, não a animava.
O elevador a levou para cima, até o terceiro andar, onde seu espaço ficava, ao lado de lugares idênticos de outros agentes. Ao caminhar pelo andar, passou por Rhodes na entrada. Pensou em dizer “olá” ou em agradecer ironicamente pela reunião com Johnson. Mas no fim, decidiu passar por cima disso. Era melhor não cair nos joguinhos de Rhodes.
Ainda assim, apenas passar por aquela mulher e trocar olhares sórdidos foi o suficiente para que Chloe tomasse uma decisão: sim, ela iria ao bar naquela noite. E a não ser que seu dia mudasse completamente, ela provavelmente tomaria mais do que apenas um drink.
Parece que isso está acontecendo tarde demais, ela disse a si mesma.
Aquele pensamento a perseguiu pelo restante do dia, mas assim como aconteceu com os recorrentes pensamentos sobre seu pai, ela conseguiu enviá-lo para os cantos mais profundos e escuros de sua mente.
CAPÍTULO CINCO
Quando chegou ao bar, às 6:45, Chloe percebeu que o local era quase como ela imaginara. Ela viu vários rostos familiares, mas nenhum que conhecia bem. Isso porque, de fato, ela não conhecia ninguém. Outra desvantagem de Johnson tê-la trocado de departamento na última hora era que pouquíssimas pessoas do PaCV haviam feito os mesmos cursos ou treinamentos que ela.
Os dois rostos que Chloe reconheceu eram de homens. Primeiro, Riggins. Ele estava sentado com outro agente, conversando animadamente sobre algo. E havia também Kyle Moulton, o agente boa pinta que havia se oferecido para almoçar com ela no primeiro estágio da orientação—o homem que havia perguntado sobre suas tendências violentas. Chloe ficou um pouco desanimada ao ver que ele estava conversando com outras duas mulheres. Mas não surpresa. Moulton era muito bonito. Ele parecia um pouco com Brad Pitt no passado.
Ela decidiu não interrompê-lo e foi sentar com Riggins. Por mais pretencioso que pudesse ser, Chloe gostava da ideia de sair com alguém que havia encarado seu trabalho daquele dia como algo a ser admirado.
- Tem alguém nesse banco? – Ela perguntou ao tomar um lugar ao lado dele.
- Não – Riggins disse. Ele parecia feliz de verdade em vê-la, e suas bochechas um pouco gordas sorriram. – Fico feliz por você ter vindo. Posso te pagar uma bebida?
- Claro. Pode ser uma cerveja, por enquanto.
Riggins chamou o bartender e pediu que ele trouxesse a primeira cerveja de Chloe. Riggins estava tomando Rum com Coca, e aproveitou para pedir a segunda dose.
- Como foi seu primeiro dia? – Chloe perguntou.
- Foi legal. Passei a maior parte do tempo pesquisando sobre um caso envolvendo um corredor interestadual de drogas. Parece chato, mas eu gostei muito na verdade. E você, como foi passar um dia inteiro com Rhodes a seu lado? – Riggins perguntou. – Claro, resolver o caso deve ter sido ótimo, mas ela tem fama de ser difícil se lidar.
- Foi tenso. Ela é uma ótima agente, mas...
- Diga – Riggins disse. – Eu não posso dizer que ela é uma vadia porque eu não gosto de chamar uma mulher de vadia na frente de outra mulher.
- Ela não é uma vadia – Chloe disse. – Ela só é muito direta e meticulosa.
A conversa se estendeu por mais alguns minutos e foi muito casual. Chloe olhou discretamente algumas vezes para o Agente Moulton. Uma das mulheres havia saído, deixando-o falando com apenas mais uma. Ele se inclinava para perto dela e sorria. Chloe tendia a ser um pouco ingênua quando se tratava de relacionamentos, mas ela estava certa de que Moulton estava afim daquela mulher.
Aquilo a decepcionou de uma maneira que ela não esperava. Fazia apenas dois meses desde que ela e Steven haviam terminado. Ela imaginou que estava interessada em Moulton apenas porque ele fora o primeiro a se importar em conversar com ela depois da mudança imposta por Johnson. Além disso, a ideia de voltar para seu novo apartamento completamente sozinha não era nada interessante. O fato dele ser muito bonito também contava.
É, foi um erro sair. Posso beber gastando muito menos em casa.
- Você está bem? – Riggins perguntou.
- Sim, eu acho. Só que foi um longo dia. E amanhã tem tudo para ser também.
- Você vai voltar a pé ou dirigindo?
- Dirigindo.
- Humm... Melhor não te oferecer outro drink então, né?
Chloe sorriu e respondeu:
- Muito responsável da sua parte.
Ela olhou novamente para Moulton e para a mulher com quem ele estava conversando. Os dois estavam se levantando. Quando saíram em direção à porta, Moulton colocou gentilmente sua mão na cintura da mulher.
- Posso perguntar como você entrou num caminho que te levou a uma carreira dessas? – Riggins perguntou.
Chloe sorriu de um jeito nervoso e terminou sua cerveja.
- Problemas na família – ela respondeu. – Obrigada por me convidar, Riggins. Mas preciso ir para casa.
Ele assentiu, como se entendesse. Chloe percebeu que ele olhou em volta e viu que seria a única pessoa restante no bar. Aquilo a faz pensar que talvez Riggins também tivesse seus próprios fantasmas para lutar contra.
- Cuide-se, agente Fine. Que amanhã seja tão bom quanto hoje.
Chloe saiu, já fazendo planos para o seu fim de noite. Ela ainda tinha algumas caixas para esvaziar, uma cama para montar, e uma muda de roupas e coisas da cozinha para organizar.
Não é a vida mais animadora que eu poderia imaginar, ela pensou, com ironia.
Ao ir em direção a seu carro, ainda estacionado no terreno da sede do FBI, seu telefone tocou. Quando viu o nome na tela, a raiva tomou conta de seu corpo, e Chloe quase ignorou totalmente a chamada.
Steven. Ela não tinha ideia do porquê ele estaria ligando. E exatamente por isso resolveu atender. Ela sabia que, se não atendesse, a dúvida a deixaria louca.
Ela atendeu a chamada, sem transparecer o quão nervosa estava se sentindo.
- Oi, Steven.
- Chloe. Ei!
Ela esperou, querendo que ele dissesse logo o que quer que fosse. Mas Steven nunca fora muito de ir direto ao ponto.
- Está tudo bem? – Ela perguntou.
- Sim, está sim. Desculpe... Eu nem