Transformada . Морган Райс

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Transformada  - Морган Райс


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na mesa. Ela ficou parada lá e esperou que ele olhasse para cima, mas ele nunca o fez.

      Ela finalmente limpou a garganta.

      “Com licença.”

      Ele baixou o jornal relutantemente.

      “Meu nome é Caitlin Paine. Eu sou nova. Acho que tenho que lhe dar isso.”

      “Eu sou apenas um substituto,” ele respondeu, e levantou o jornal, bloqueando-a.

      Ela ficou parada ali, confusa.

      “Então,” ela perguntou, “…você não faz a chamada?”

      “O seu professor vai voltar na segunda,” ele retrucou. “Ele vai cuidar disso.”

      Percebendo que a conversa havia acabado, Caitlin pegou seu cartão de identificação de volta.

      Ela se virou e olhou para a sala. O caos ainda não havia acabado. Se houvesse alguma esperança, pelo menos ela não era óbvia. Ninguém ali parecia se importar com ela, ou até mesmo notá-la.

      Por outro lado, observar a sala lotada era preocupante: não parecia haver nenhum lugar para sentar.

      Ela se preparou e, agarrando seu diário, caminhou hesitante pelas fileiras de carteiras, vacilando algumas vezes enquanto caminhava entre garotos brigões gritando uns com o outros. Quando ela chegou ao fundo, finalmente conseguiu ver a sala inteira.

      Nenhuma cadeira vazia.

      Ela ficou parada lá, se sentindo como uma idiota, e sentiu que os outros garotos começavam a notá-la. Ela não sabia o que fazer. Com certeza ela não iria ficar ali parada pelo período inteiro, e o professor substituto não parecia se importar com o que acontecesse. Ela se virou e olhou novamente, procurando, indefesa.

      Ela ouviu risos vindos de algumas fileiras distantes, e tinha certeza de que eles estavam direcionados a ela. Ela não se vestia como estes jovens, e não se parecia com eles. As suas bochechas coraram e ela começou a se sentir totalmente visível.

      Quando ela estava se aprontando para sair da sala de aula, e talvez até desta escola, ela ouviu uma voz.

      “Aqui.”

      Ela se virou.

      Na última fila, ao lado da janela, um garoto alto estava em pé ao lado de sua carteira.

      “Sente-se,” ele disse. “Por favor.”

      A sala se silenciou um pouco enquanto os outros esperavam para ver como ela iria reagir.

      Ela caminhou até ele. Ela tentou não olhar em seus olhos—grandes, verdes e brilhantes—mas não conseguiu evitar.

      Ele era lindo. Tinha a pele macia, levemente bronzeada—ela não sabia dizer se ele era negro, hispânico, branco, ou alguma combinação—mas ela nunca havia visto pele tão macia e suave, complementando o maxilar delineado. O cabelo dele era curto e castanho, e ele era magro. Havia algo nele, algo fora do lugar ali. Ele parecia frágil. Um artista, talvez.

      Não era comum para ela ficar encantada com um rapaz. Ela havia visto as suas amigas terem suas paixões, mas ela nunca havia realmente entendido aquilo. Até agora.

      “Onde você vai sentar?” ela perguntou.

      Ela tentou controlar a voz, mas não soou muito convincente. Ela esperou que ele não ouvisse o quão nervosa ela estava.

      Ele deu um sorriso largo, revelando dentes perfeitos.

      “Aqui mesmo,” ele disse, e foi em direção do grande peitoril da janela, a apenas alguns centímetros de distância.

      Ela olhou para ele, e ele retornou o seu olhar, seus olhos se encontrando totalmente. Ela disse a si mesma para deixar de olhar, mas não conseguiu.

      “Obrigado,” ela disse, e ficou instantaneamente furiosa consigo mesma.

      Obrigado? É só isso que você conseguiu dizer? Obrigado!?

      “É isso aí, Barack!” uma voz berrou. “Dê a sua cadeira para a boa moça branca!”

      Os risos seguiram, e o barulho na sala de repente começou de novo, enquanto todos os ignoravam novamente.

      Caitlin o viu baixar a cabeça, constrangido.

      “Barack?” ela perguntou. “Esse é mesmo o seu nome?”

      “Não,” ele respondeu, ficando vermelho. “É apenas do que eles me chamam. Como Obama. Eles acham que eu pareço com ele.”

      Ela olhou atentamente e percebeu que ele realmente se parecia com Obama.

      “É porque eu tenho descendência negra, branca e porto-riquenha.”

      “Bem, eu acho que isso é um elogio,” ela disse.

      “Não do jeito que eles dizem,” ele respondeu.

      Ela o observou enquanto ele se sentava no peitoril da janela, sua confiança diminuída, e ela pôde perceber que ele era sensível. Vulnerável, até. Ele não pertencia à este grupo de garotos. Era estranho, mas ela quase sentiu como se precisasse protegê-lo.

      “Eu sou Caitlin,” ela disse, esticando a mão e olhando nos olhos dele.

      Ele olhou para cima, surpreso, e seu sorriso voltou.

      “Jonah,” ele respondeu.

      Ele apertou a mão dela firmemente. Uma sensação de dormência subiu pelo seu braço quando ela sentiu a pele macia dele envolver a sua mão. Ela sentiu como se os dois se fundissem. Ela continuou segurando a mão dele um segundo a mais, e não conseguiu deixar de sorrir de volta.

      *

      O restante da manhã foi confuso, e Caitlin estava com fome quando chegou até a cantina. Ela abriu as portas duplas e ficou impressionada com o enorme salão, o incrível barulho que parecia vir de mil garotos, todos gritando. Era como entrar em um ginásio. Com exceção de que, a cada sete metros, outro guarda de segurança estava parado, nos corredores, vigiando cuidadosamente.

      Como já era de se esperar, ela não tinha ideia de onde ir. Ela examinou o enorme salão e finalmente encontrou uma pilha de bandejas. Ela pegou uma e entrou no que ela pensou ser a fila para a comida.

      “Não entra na minha frente, vadia!”

      Caitlin se virou e viu uma garota grande e acima do peso, quinze centímetros mais alta do que ela, olhando para baixo com um olhar ameaçador.

      “Desculpe, eu não sabia—”

      “A fila é lá atrás!” outra garota retrucou, apontando com o dedão.

      Caitlin olhou e viu que pelo menos cem garotos estavam na fila. Parecia uma espera de vinte minutos.

      Quando ela começou a ir na direção do fim da fila, um garoto na fila empurrou outro, e ele voou na frente dela, caindo duramente no chão.

      O primeiro garoto pulou em cima do outro e começou a socá-lo no rosto.

      A cantina explodiu em um rugido de excitação, enquanto dúzias de garotos se reuniam em torno deles.

      “BRIGA! BRIGA!”

      Caitlin deu vários passos para trás, assistindo horrorizada à cena de violência à seus pés.

      Quatro guardas finalmente chegaram e pararam a briga, separando os dois garotos ensanguentados, carregando-os para longe. Eles não pareciam estar com nenhuma pressa.

      Depois que Caitlin finalmente pegou sua comida, ela examinou a sala, esperando por um sinal de Jonah. Mas ele não estava em lugar nenhum.

      Ela caminhou pelas fileiras, passando mesa após mesa, todas cheias de garotos. Haviam poucos lugares vazios, e os que estavam vazios não pareciam muito convidativos, ao lado de grandes grupos de amigos.

      Finalmente, ela escolheu um lugar em uma mesa vazia perto do fundo. Havia apenas um garoto na ponta da mesa,


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