A Casa Perfeita. Блейк Пирс

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A Casa Perfeita - Блейк Пирс


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passo seguinte era entrar. Ela usou uma chave tradicional para abrir um ferrolho, depois pegou o cartão e ouviu o outro ferrolho abrir também. Ela entrou quando a advertência do alarme do sensor de movimento disparou, largou a mochila no chão e ignorou o alarme, enquanto fechava de novo as duas portas e puxava a barra deslizante de segurança também. Só então ela digitou o código de oito dígitos.

      Depois disso, agarrou o cassetete que mantinha junto à porta e se apressou para o quarto. Ela levantou a moldura removível ao lado do interruptor de luz que revelou o painel de segurança escondido. Jessie digitou o código de quatro dígitos para o segundo alarme silencioso - que iria direto para a polícia se ela não o desativasse em quarenta segundos.

      Só então ela se permitiu respirar. Enquanto ela inspirava e expirava devagar, ela andou pelo pequeno apartamento, com o cassetete na mão, pronta para qualquer coisa. A varredura em todo o lugar, incluindo os armários, chuveiro e despensa, levou menos de um minuto.

      Quando ela ficou confiante de que estava sozinha e segura, ela checou a meia dúzia de câmeras-de-bebê que havia colocado em toda a unidade. Depois ela verificou as trancas nas janelas. Tudo estava em ordem. Faltava um lugar para revisar.

      Ela entrou no banheiro e abriu o armário estreito que continha prateleiras com suprimentos como papel higiênico extra, um desentupidor, algumas barras de sabão, esponjas e produto de limpeza de espelho. Havia um pequeno fecho no lado esquerdo do armário, invisível a menos que se soubesse onde procurar. Ela virou-o e puxou-o, sentindo o estalido do trinco oculto.

      A estante se abriu, revelando uma abertura muito estreita na parede atrás dela, com uma escada feita de corda presa à parede de tijolos. Aquela abertura dava acesso a um tubo, que se estendia, junto com a escada, desde o apartamento de Jessie no quarto andar até um espaço rasteiro na lavanderia do subsolo. Foi projetado como sua última saída de emergência caso todas as suas outras medidas de segurança falhassem completamente. Ela esperava nunca precisar daquilo.

      Ela recolocou a prateleira e estava prestes a voltar para a sala quando se viu no espelho do banheiro. Era a primeira vez que ela realmente se observava bem desde que tinha partido. Ela gostou do que viu.

      Na superfície, ela não parecia tão diferente de antes. Ela tinha feito aniversário enquanto estava no FBI e agora tinha vinte e nove anos, mas não parecia mais velha. Na verdade, ela achou que parecia melhor do que quando tinha partido.

      Seu cabelo ainda era castanho, mas parecia de alguma forma mais resistente, menos mole do que quando saíra de LA todas aquelas semanas atrás. Apesar dos longos dias no FBI, seus olhos verdes brilhavam com energia e não tinham mais as olheiras pesadas por baixo que se tinham tornado tão familiares para ela. Ela ainda tinha seumetro e setenta e sete de altura e continuava magra, mas se sentia mais forte e firme do que antes. Seus braços estavam mais torneados e seu abdômen estava definido por causa de intermináveis abdominais e pranchas. Ela se sentiu... preparada.

      Movendo-se para a sala de estar, ela finalmente acendeu as luzes. Levou um segundo para lembrar que todos os móveis do espaço eram dela. Ela havia comprado a maior parte antes de partir para Quantico. Ela não tinha tido muita escolha. Ela vendera todas as coisas da casa que possuía com Kyle, seu ex-marido sociopata, atualmente encarcerado. Por um tempo depois disso, ela tinha ficado no apartamento de sua antiga colega de faculdade, Lacy Cartwright. Mas depois de o apartamento ter sido invadido por alguém que queria mandar uma mensagem para Jessie em nome de Bolton Crutchfield, Lacy insistiu em que ela saísse, praticamente na mesma hora.

      Então, ela tinha feito exatamente isso, passando a morar em um hotel semanal por um tempo até encontrar um lugar - esse lugar - que atendesse às suas necessidades de segurança. Mas como não estava mobiliado, ela gastou uma boa parte do dinheiro do divórcio de uma só vez em móveis e eletrodomésticos. Desde que ela teve que sair para a Academia Nacional logo depois de comprar tudo, ela ainda não havia tido a chance de apreciar nada disso.

      Agora ela esperava poder apreciar. Ela sentou-se na larga poltrona e recostou-se, acomodando-se. Havia uma caixa de papelão marcada ‘coisas para analisar’ no chão ao lado dela. Ela pegou e começou a vasculhar. A maior parte era papelada que ela não tinha intenção de tratar agora. Na parte de baixo da caixa havia uma foto de casamento 8x10 dela e de Kyle.

      Ela olhou para a foto quase sem entender, espantada que a pessoa que teve aquela vida era a que estava sentada aqui agora. Quase uma década atrás, durante seu segundo ano na USC, ela havia começado a namorar Kyle Voss. Eles tinham ido viver juntos logo após a formatura e tinham se casado há três anos.

      Por um longo tempo, as coisas pareceram ótimas. Eles viviam em um apartamento legal não muito longe daqui, no centro de Los Angeles, ou CLA{1}, como era frequentemente chamado. Kyle tinha um bom emprego na área das finanças e Jessie estava fazendo seu mestrado. A vida era confortável. Eles iam a novos restaurantes e frequentavam os bares concorridos. Jessie era feliz e provavelmente poderia ter permanecido assim por muito tempo.

      Mas depois Kyle conseguiu uma promoção no escritório da empresa em Orange County e insistiu que eles mudassem para uma McMansão lá. Jessie consentiu, apesar de sua apreensão. Foi só então que a verdadeira natureza de Kyle foi revelada. Ele havia ficado obcecado em se juntar a um clube secreto que acabou se revelando uma fachada para uma rede de prostituição. Ele havia tido um caso com uma das mulheres de lá. E quando tudo correu mal, ele a matou e tentou incriminar Jessie por isso. Para completar, quando Jessie descobriu o plano, ele tentou matá-la também.

      Mas mesmo agora, enquanto analisava a foto do casamento, não havia indício do que seu marido era capaz de fazer. Ele tinha a aparência de um bonito e amigável futuro mestre do universo. Ela amassou a foto e a jogou na lata de lixo na cozinha. Ela caiu bem no centro, o que lhe deu uma inesperada onda de catarse.

      Cesta! Isso deve significar alguma coisa.

      Havia algo libertador sobre este lugar. Tudo - o novo mobiliário, a falta de lembranças pessoais, até mesmo as medidas de segurança paranoicas - pertencia a ela. Ela havia conseguido um novo começo.

      Ela se esticou, permitindo que seus músculos relaxassem após o longo vôo no avião apertado. Este apartamento era dela - o primeiro lugar em mais de meia dúzia de anos sobre o qual ela podia realmente dizer isso. Ela podia comer pizza no sofá e deixar a caixa por aí sem se preocupar com alguém reclamando. Não que ela fosse do tipo que fizesse isso. Mas a questão era, ela podia o fazer.

      Ao pensar em pizza, Jessie ficou repentinamente faminta. Ela se levantou e checou a geladeira. Não só estava vazia como não estava ligada. Só então ela se lembrou de que a tinha deixado assim, não vendo nenhum motivo para pagar pela eletricidade se ela ia ficar fora por dois meses e meio.

      Ela a ligou e, sentindo-se inquieta, decidiu dar um pulo até o mercado. Então ela teve outra ideia. Tendo em vista que ela não iria começar a trabalhar antes de amanhã e ainda não era tarde, havia outra parada que ela poderia fazer: um lugar - e uma pessoa – que ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que visitar.

      Ela tinha conseguido tirar isso da cabeça durante a maior parte do tempo em Quantico, mas ainda havia a questão de Bolton Crutchfield. Ela sabia que deveria deixar aquilo para lá, que ele tinha estado apenas a provocá-la durante o último encontro deles.

      Mas ainda assim ela precisava saber: Crutchfield realmente encontrara uma maneira de se encontrar com o pai dela, Xander Thurman, o Executor de Ozarks? Teria ele encontrado uma maneira de alcançar o assassino de inúmeras pessoas, incluindo o da sua mãe; o homem que a tinha deixado, uma criança de seis anos, amarrada ao lado do corpo para enfrentar a morte certa em uma cabana congelante e isolada?

      Ela estava prestes a descobrir.

      CAPÍTULO TRÊS

      Eliza estava esperando quando Gray chegou em casa naquela noite. Ele chegou a tempo para o jantar, com um olhar no rosto que sugeria que ele sabia o que estava por vir. Uma vez que Millie e Henry estavam sentados ali, comendo seu macarrão com queijo coberto com pedaços


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