Chuva De Sangue. Amy Blankenship
Читать онлайн книгу.Apanhou-o no ar, rosnando frustrado.
— O que é isso? — Lacey perguntou, completamente tranquila por Storm ter mais uma vez desaparecido com Vincent. Pelo menos ela confiava em Storm para mantê-lo são e salvo.
— Parece que seu ex-parceiro ficará fora de alcance pelo resto do dia — Ren franziu a testa, quando o bilhete evaporou de repente e foi substituído por uma imagem do seu rosto distorcido de raiva. Ha... Ha. Storm tinha muito senso de humor ultimamente. Ren sorriu maliciosamente quando a imagem virou pó e escorregou por seus dedos.
Ren virou a cabeça para avistar Lacey e notou que seus olhos brilhavam de humor. Ela ainda estava encarando a mão dele, onde a foto havia estado.
— Gostou disso, não foi? — ele perguntou erguendo as sobrancelhas.
Ela lhe dificultava manter a raiva. A veemente afirmativa dela era simplesmente linda.
Capítulo 3
— Preciso tirar essa roupa — disse Lacey, olhando para o vestido de festa que ainda estava usando. Estava muito bonito na primeira vez em que o colocou, mas depois da noite aterrorizante que teve, estava sujo e rasgado em alguns lugares, onde havia sido atingida pelos cabelos dos demônios.
Uma onda de necessidade sexual intensa a atingiu forte e Lacey olhou surpresa de volta ao rosto impassível de Ren. Teria vindo dela... ou dele? Não estivera pensando em sexo quando mencionou tirar sua roupa, mas caramba, como estava agora.
— E claramente, outro banho de chuveiro gelado seria bom — acrescentou, colocando a palma da mão nos músculos contraídos do estômago. Jamais tivera vergonha de falar sobre sexo, e não começaria a se conter agora. — Será que estou sugando essa necessidade sexual de você?
Ren praticamente parou de respirar quando imaginou tirar o vestido dela num movimento flexível, e então erguer seu corpo nu na mesa atrás. Ele pestanejou enquanto absorvia a franqueza da sua pergunta. A resposta foi um ressonante SIM. Ele sabia exatamente o que Nick e Gypsy estavam aprontando no abrigo nuclear, mas jamais passou por sua cabeça que ela também seria capaz de conectar-se às suas emoções ou desejos.
Felizmente, ela somente recebeu uma fração dessa habilidade, ou não duraria muito tempo no castelo. Ele fez uma anotação mental de perguntar para Guy se poderia criar algum tipo de feitiço ou encantamento para ela usar que atenuasse a habilidade, mas por hora, poderia pelo menos lhe dizer a verdade.
— Este castelo está cheio de paranormais com emoções intensas — ele lhe informou, tentando manter as próprias emoções sob controle. Pressentir que ela estava carente agora mesmo não ajudava e estava causando um efeito bumerangue entre eles. — Os paranormais têm emoções como os humanos. A diferença é que... sentem cada emoção mais intensamente do que um humano normal jamais sentiria... e você está se conectando a essa sobrecarga.
Ele foi em sua direção, se sentindo como um predador perseguindo a presa. Ren sentiu um sorrisinho de satisfação repuxando seus lábios quando ela se apoiou na mesa, bem no mesmo lugar em que ele havia imaginado a ter erguido.
— A raiva deles poderia fazer com que um humano normal começasse uma carnificina... e o tipo de amor deles é o que chamaríamos de uma obsessão perigosa — de repente ele se inclinou para frente, colocando as mãos na mesa em cada lado dela, para prendê-la por debaixo. Então introduziu os lábios bem perto da orelha dela: — E a luxúria carnal deles é tão quente, que chega a queimar.
Lacey fechou os olhos ao sentir seu bafo no pescoço. É, ele estava certo sobre a queimação, porque estava ardendo. Seus lábios se separaram à medida que a respiração acelerava:
— Os corpos deles devem ser hipersensíveis ao toque, porque seu bafo no meu pescoço me faz sentir bem o suficiente para não ser normal.
O rosnado que ouviu foi a única reação, mas o som era tão sedutor, que Lacey pôde ouvir a resposta nele. Ele estava tão próximo... e mesmo assim, ele não a estava tocando em lugar algum. Era como se ele tivesse completo controle, enquanto ela nadava num turbilhão de paixão, esperando pelo mais sutil puxão arrastá-la. Ela queria muito experimentar esse pequeno e delicioso efeito colateral... agora mesmo, se ele quisesse.
Mentalmente apagando da memória a sedução na Poção Mágica, há pouco menos de uma hora... uma vez que foi sob pressão, Lacey refletiu sobre a última vez em que se tocaram. Aconteceu bem aqui, nesse escritório. Acreditara que estaria morta pela manhã e queria passar as últimas horas imersa em prazeres sensuais com ele. Foi Ren quem pôs um fim nisso, porque podia ouvir os pensamentos dela.
Ora, ela não tinha mais uma ameaça de morte pairando sobre si graças a ele, portanto ele não podia ficar bravo com ela por isso. Se pudesse ter o que queria, Ren ficaria bravo por outro motivo e pela disposição dela, esperava que fosse grande e pulsante.
— Uma vez que foi você quem me concedeu o poder de ficar em chamas acidentalmente, desse jeito... pode me ajudar a extinguir o fogo, ou será que preciso encontrar outra pessoa disposta a ser meu bombeiro? — perguntou Lacey, recordando a agulhada da última rejeição.
Ren reforçou a pressão contra a mesa, quando o fluxo de calor que sentia rapidamente se tornou quente como a fúria do inferno. Teria ela realmente acabado de ameaçar procurar alguém para saciar seu desejo? A imagem dela e Vincent fazendo amor no passado recente dilacerou pela cabeça dele como uma locomotiva.
Devia tê-la avisado sobre o ciúme extremo, mas era irrelevante, pois ele parecia ser o único a estar sentindo essa emoção em particular.
— Ensinar-lhe-ei não apenas como usar os poderes que despertaram dentro de você, mas como controlar os poderes que colocarão outros em perigo — ele murmurou com fingimento.
Lacey piscou quando Ren a puxou para perto e ela observou o escritório desaparecendo na distância. Em segundos, encontrou-se no mesmo quarto em que havia acordado... o dele. Seu olhar se desviou para a cama, na esperança de que finalmente conseguiria o que desejava em segredo, desde que o encontrou. Em vez disso, ele agarrou seu braço e a puxou para longe da cama, fazendo ela franzir a testa, confusa.
Ao ser lançada no banheiro anexo, não pôde conter o grito de choque, quando de repente se encontrou debaixo do chuveiro de água gelada caindo em cascatas por cima da cabeça. Tremendo, estendeu a mão e desligou a água, percebendo que ainda estava completamente vestida. Ela agora encarava a reação da sua pele sensível de forma totalmente diferente. Aquilo fora mais gelado do que gelado jamais poderia ser considerado.
— Pra que diabos foi isso? — exigiu Lacey, fixando o olhar em Ren, com assassínio em mente.
— Primeira lição — rosnou Ren, inclinando-se para ela, para dar ênfase, — não deixe o calor sexual absorvido te atingir a ponto de querer dormir com qualquer um para matar a vontade.
O olhar fixo de Lacey não se atenuou enquanto seus dentes rangiam:
— Você está certo. Que diabos eu estava pensando em te pedir? Prometo, na próxima vez escolherei melhor — ela esperou pela resposta dele, mas deparou-se com completo silêncio, o que a deixava um pouco tensa, e o fato de não poder ver seus olhos por causa dos ridículos óculos escuros, também não ajudava.
Ela desejava saber para onde foi o desejo que Ren sentira há um instante e por que diabos fora repentinamente substituído por ódio. A emoção era tão forte que lutava para contê-la. Ela se dedicou o ano passado a proteger seus pensamentos e emoções de pessoas perigosas e agora era quase uma especialista nisso... exceto perto dele, por alguma droga de razão.
Em vez de golpear o grande paspalho como queria, segurou a porta fosca do chuveiro e bateu com ela na cara dele, de modo a não ter que encará-lo. Tirando o vestido, atirou a coisa encharcada por cima da porta do chuveiro, e sorriu com desdém, quando o som da água lançada batendo em algo alcançou seus ouvidos. Esperou que o esguicho frio o atingisse bem no rosto. Ele pediu por isso e muito mais.
Dando uma olhadela de novo no vidro fosco, Lacey quis comemorar, quando viu o formato