Quase Perdida. Блейк Пирс

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Quase Perdida - Блейк Пирс


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ela supunha que Dylan devesse ser obrigado a voltar e pagar pelo que tinha pegado, mas e se ele se recusasse? Ela também não sabia ao certo qual era a penalidade por furto no Reino Unido. Ele poderia acabar em apuros se a política da loja determinasse que a balconista tivesse que denunciá-lo à polícia.

      Então, Cassie pensou novamente na linha temporal dos eventos e percebeu que poderia haver uma perspectiva diferente.

      Lembrou que Madison havia mencionado as castanhas-de-caju, feitas na lareira com a mãe deles, logo antes de Dylan ter roubado os doces. Talvez este garoto quieto tivesse ouvido as palavras de sua irmã e se lembrado do trauma pelo qual sua família passara.

      Ele poderia estar deliberadamente expressando suas emoções reprimidas sobre o divórcio por meio de um ato proibido. Quando mais Cassie pensava nisso, mais a explicação fazia sentido.

      Neste caso, seria melhor lidar com isto de forma mais sensível.

      Olhou de relance para Dylan, que folheava o cardápio, aparentando completa tranquilidade.

      Madison também parecia ter superado seu surto de temperamento. Após recusar o doce roubado e dizer o que pensava a Dylan, o assunto parecia ter sido resolvido de forma satisfatória para ela. Agora, ela estava interessada em ler as descrições de vários milk-shakes.

      – Certo – Cassie disse. – Dylan, por favor, me entregue os doces que você pegou. Esvazie os bolsos.

      Dylan remexeu nos bolsos e tirou quatro bastões de bala e um pacote de manjar turco.

      Cassie encarou a pequena pilha.

      Ele não tinha pegado muita coisa. Não era furto em grande escala. Era o fato de ele tê-los pegado, em primeiro lugar, que era o problema – e ele não achar que era errado.

      – Vou confiscar estes doces porque não é certo pegar algo sem pagar. Aquela ajudante de caixa pode ter problemas se o dinheiro no caixa não bater com o estoque. E você poderia ter acabado com um problema ainda maior. Todas estas lojas têm câmeras.

      – Tudo bem – ele disse, parecendo entediado.

      – Vou precisar contar ao seu pai, e veremos o que ele decide fazer. Por favor, não faça mais isso, não importa o quanto você quiser ajudar, o quão injusto você achar que o mundo está sendo com você, ou o quão chateado estiver por causa dos problemas da sua família. Poderia ter consequências graves. Entendeu?

      Ela pegou os doces e os guardou em sua bolsa.

      Observando as crianças, ela viu que Madison, que não precisava da advertência, parecia muito mais preocupada do que Dylan. Ele a encarava de modo que ela só conseguia interpretar como perplexidade. Ele assentiu brevemente, e ela supôs que era tudo o que fosse conseguir.

      Tinha feito o possível. Tudo o que poderia fazer agora era passar a informação a Ryan e deixá-lo levar isso adiante.

      – Está pensando em um milk-shake, Madison? – ela perguntou.

      – Chocolate, não tem erro – Dylan aconselhou e, dessa forma simples, a tensão foi quebrada e eles voltaram ao normal outra vez.

      Cassie ficou aliviada além da conta por ter conseguido lidar com a situação. Percebeu que suas mãos tremiam e as colocou debaixo da mesa para que as crianças não vissem.

      Ela sempre evitava brigas porque lhe trazia memórias de uma época em que ela fora uma participante involuntária e impotente. Recordava-se de fragmentos de cenas, de vozes aos berros e gritos de pura raiva. Louças sendo quebradas – ela escondendo-se debaixo da mesa da sala de jantar, sentindo os cacos picando suas mãos e seu rosto.

      Se a escolha fosse dada, em qualquer briga, ela geralmente acabava fazendo o equivalente a se esconder.

      Agora, ela estava grata por ter conseguido afirmar sua autoridade com calma, mas com firmeza, e porque o dia não havia se tornado um desastre como resultado.

      A gerente da casa de chá apressou-se em tomar os pedidos deles e Cassie começou a se dar conta do quanto esta cidade era pequena, porque ela também conhecia a família.

      – Olá, Dylan e Madison. Como estão seus pais?

      Cassie encolheu-se, percebendo que a gerente obviamente não sabia das últimas notícias, e ela não tinha debatido com Ryan o que deveria dizer. Enquanto buscava as palavras corretas de forma desajeitada, Dylan falou.

      – Eles estão bem, obrigado, Martha.

      Cassie ficou grata pela resposta breve de Dylan, apesar de ficar surpresa por ele soar tão normal. Ela imaginou que ele e Madison ficassem chateados com a menção a seus pais. Talvez Ryan tivesse dito a eles para não discutir o assunto, caso as pessoas não soubessem. Aquela era a provável razão, ela decidiu, especialmente já que a mulher parecia estar com pressa e a pergunta tinha sido apenas uma formalidade gentil.

      – Olá, Martha. Sou Cassie Vale – ela disse.

      – Parece que você é dos Estados Unidos. Está trabalhando para a família Ellis?

      Novamente, Cassie encolheu-se com a menção à “família”.

      – Só ajudando – ela disse, lembrando que, apesar de seu acordo informal com Ryan, precisava tomar cuidado.

      – É tão difícil encontrar pessoas boas para ajudar. Estamos com poucos funcionários no momento. Ontem, uma das garçonetes foi deportada por não ter a documentação correta.

      Ela olhou para Cassie, que baixou o olhar depressa. O que esta mulher queria dizer com isso? Ela suspeitava, por conta do sotaque de Cassie, que ela não tinha um visto de trabalho?

      Era uma dica de que as autoridades da redondeza estavam apertando o cerco?

      Rapidamente, ela e as crianças fizeram o pedido e, para o alívio de Cassie, a gerente saiu apressada.

      Pouco tempo depois, uma garçonete de aparência estressada, e que obviamente era local, trouxe-lhes suas tortas e batatas fritas.

      Cassie não desejava se alongar com a comida e arriscar outra rodada de conversa fiada, já que o restaurante começava a esvaziar. Assim que terminaram, foi até o caixa e pagou.

      Saindo da casa de chá, eles caminharam por onde tinham vindo. Pararam em uma loja com artigos para animais de estimação e compraram mais comida para os peixes de Dylan, que ele contou que se chamavam Laranja e Limão, além de mantas de forro para Benjamin, o Coelho.

      Conforme se encaminhavam para o ponto de ônibus, Cassie ouviu música e notou uma multidão aglutinada na praça de paralelepípedos no centro do vilarejo.

      – O que acha que estão fazendo? – Madison notara a atividade no mesmo instante em que a cabeça de Cassie se virou.

      – Podemos dar uma olhada, Cassie? – Dylan perguntou.

      Atravessaram a rua e descobriram um show de entretenimento surpresa em andamento.

      Ao norte da praça, uma banda com três integrantes tocava. Na esquina oposta, um artista criava animais de balões. Uma fila de pais com filhos pequenos já se formava.

      No centro da praça, um mágico, vestido formalmente em um terno e uma cartola, realizava seus truques.

      – Nossa, uau. Sou apaixonada por truques de mágica – Madison soltou.

      – Eu também – Dylan concordou. – Queria aprender. Quero saber como funciona.

      Madison rolou os olhos.

      – Fácil. É mágica!

      Ao chegarem, o mágico completou seu truque, recebendo aplausos e exclamações; em seguida, enquanto a multidão se dispersava, ele voltou-se para encará-los.

      – Bem-vindos, minha gente. Obrigado por estarem aqui nesta tarde adorável. Que dia lindo está hoje. Mas, diga-me, mocinha, você não está com um pouco de frio?

      Ele acenou para que Madison desse um passo adiante.

      – Frio? Eu? Não. – Ela deu um passo à frente, com um meio sorriso divertido e desconfiado.

      Ele


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