Quase Perdida. Блейк Пирс

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Quase Perdida - Блейк Пирс


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errado para ela? Era azar ou, de alguma forma, teria sido por causa das decisões que ela tomara?

      De repente, Cassie lembrou-se do que Jess dissera no avião para a França. Contara a Cassie que sua primeira atribuição não tinha dado certo, então ela tinha largado tudo e tentado de novo.

      Jess só tivera sorte na segunda tentativa, o que fez Cassie se perguntar se estava desistindo cedo demais.

      Quando terminaram os nachos, Jess olhou para o relógio.

      – É melhor eu correr. A Harrods está esperando – ela disse. – Vou ter que comprar presentes para todos de casa, para as crianças e para o maravilhoso Jacques. O que eu deveria comprar para ele? O que dar de presente para alguém com quem você está flertando? Pode levar um tempo para decidir.

      Cassie abraçou Jess, despedindo-se com tristeza pelo almoço ter acabado. A conversa amigável fora uma distração bem-vinda. Jess parecia tão feliz e Cassie via o porquê. Ela era necessária e valorizada, estava ganhando dinheiro, tinha um propósito de vida e segurança.

      Jess não estava vagando sozinha, solitária e sem trabalho, cheia de paranoias de que estaria sendo caçada porque um julgamento por assassinato estava começando.

      Algumas semanas em um vilarejo remoto poderia ser exatamente o que ela precisava agora, de muitas formas. E Jess estava certa. A ligação poderia levar a outras oportunidades. Nunca as encontraria se não continuasse tentando.

      Cassie saiu do pub lotado para encontrar um canto silencioso, olhando ao redor para o caso de algum batedor de carteira ou de celular estar passando.

      Respirou profundamente e, antes que pudesse pensar afundo e perder a coragem, discou o número.

      CAPÍTULO DOIS

      Segurando o celular com força, Cassie aproximou-se da parede para se abrigar do chuvisco. Agora que telefonara para Ryan Ellis, sentia-se mais e mais nervosa.

      Precisava ganhar dinheiro de alguma forma se quisesse permanecer no Reino Unido por mais tempo, mas, depois do que havia passado na França, ser au pair seria a decisão certa? Mesmo que o trabalho parecesse ideal, ele estaria preparado para aceitá-la com tão pouca experiência e sem reais qualificações?

      Cassie imaginou-se reunindo a coragem para pedir o emprego, apenas para receber um “Não” vergonhoso como resposta.

      A ligação chamou por tanto tempo que ela temia que fosse para a caixa postal. No último instante possível, um homem atendeu.

      – Ryan falando – ele disse.

      Ele soava ofegante, como se tivesse corrido até o telefone.

      – Olá, é Ryan Ellis? – Cassie perguntou.

      Ela encolheu-se com a obviedade de sua pergunta, mas, como nem sequer o conhecia, pareceu errado dizer “Oi, Ryan”.

      – Sim, sou eu. Quem está ligando, por favor? – ele não soava irritado, mas bem curioso.

      – Meu nome é Cassie Vale, peguei seu número com a minha amiga Jess, que trabalhou para você ano passado. Ela mencionou que está procurando alguém para ajudar com as crianças por um tempo.

      – Jess, Jess, Jess – Ryan repetiu, como se tentasse localizar o nome, e então – Ah, sim, Jess, dos Estados Unidos! Vejo que ela acaba de me mandar uma mensagem. Que moça adorável. Ela recomendou você? É por isso que está ligando? Não li a mensagem ainda.

      Cassie hesitou. Ela diria sim? Fazê-lo seria se comprometer, e ela não tinha certeza se queria dar aquele passo ainda.

      – Eu gostaria de saber mais sobre o trabalho – ela disse. – Fui au pair na França, mas minha atribuição acabou. Estive pensando em fazer algo no curto prazo, mas não tenho certeza a esta altura.

      Fez-se um breve silêncio.

      – Permita-me te inteirar. Estou desesperado no momento. Acabei de passar por um divórcio, que me deixou bem abalado. As crianças nem mesmo falam sobre o que aconteceu, precisam de alguém para animá-los e se divertir com eles. E, para completar, eu tenho um enorme projeto de trabalho com um prazo que está tomando todo o meu tempo.

      Cassie ficou chocada com as palavras de Ryan. Não esperava que ele estivesse em uma situação tão grave. Não era de se admirar que estivesse desesperado pela ajuda de alguém.

      O divórcio devia ter sido traumático se havia afetado as crianças daquela forma. Ela imaginou que, se Ryan estava cuidando delas, a esposa devia tê-lo abandonado, provavelmente por outra pessoa.

      Ela não fazia ideia de qual seria a resposta certa.

      – Isso parece estressante – ela disse eventualmente para preencher o curto silêncio.

      – Estive conversando por aí, porque não tive a oportunidade de colocar o anúncio do emprego, e estou tão atrapalhado que não acho que seria particularmente bom em selecionar alguém novo. Todos que trabalharam para mim antes estão indisponíveis. Não me importo em te dizer isso, estou desesperado por ajuda. Estou disposto a pagar o triplo do salário do mercado e o trabalho será de, no máximo, três semanas.

      – Bem… – Cassie começou.

      Ela não conseguiu se forçar a dizer não. Seria insensível, já que este homem estava em circunstâncias tão terríveis. Sentia pena por ele e achava que seria egoísmo recusar o trabalho de pronto. Eles claramente estavam desesperados por ajuda e o bom pagamento, combinado com o prazo curto, era tentador.

      – Por que não vem nos conhecer? – Ryan sugeriu. – Você tem carro? Se não, posso te buscar na estação. Pagarei pelo seu bilhete, é claro.

      – Tenho carro – Cassie disse.

      – Isso facilita muito, deve levar cerca de cinco horas, se o tráfego cooperar. Vou te enviar o endereço agora, e reembolsar sua viagem caso não goste de nós.

      – Tudo bem. Parto amanhã de manhã. Devo estar aí por volta da hora do almoço – Cassie disse.

      Ela desligou, aliviada por ter uma chance de passar um tempo com a família antes de tomar sua decisão. Se gostasse deles, poderia ter uma oportunidade de realmente fazer a diferença em suas vidas, oferecendo ajuda e apoio durante um período difícil.

      Quando Ryan lhe contara que era recém-divorciado, ela não esperava sentia tanta empatia por ele. Crescendo em um lar recheado de conflitos e tendo perdido sua mãe tão nova, ela entendia o que aquilo significava. Essa era uma situação em que sabia que poderia ser valiosa para a família.

      Ao fugir de casa desesperada e amedrontada aos dezesseis anos, ela estivera determinada em seguir os passos de sua irmã e se afastar dos abusos de seu pai para sempre. Mas, após escapar de sua dominância furiosa, ela havia acabado em um relacionamento nocivo com seu namorado tóxico, Zane. Então, viajar para a França para escapar de Zane havia lhe aterrissado no pior pesadelo de todos.

      Fora da cidade, em um vilarejo costeiro remoto, ela estaria escondida em segurança e seria capaz de vivenciar um ambiente familiar onde se sentiria necessária, o que era uma das principais razões pelas quais desejara ser uma au pair em primeiro lugar.

      Cassie esperava poder usar este tempo para se curar.

      CAPÍTULO TRÊS

      A viagem até a casa de Ryan Ellis levou mais tempo do que Cassie havia esperado. Parecia impossível evitar o tráfego pesado entupindo as rodovias na direção sul, e houvera duas seções com obras na estrada onde ela teve que fazer um longo desvio.

      O tempo adicional na estrada implicou que ela quase ficasse sem gasolina. Teve que usar o restante do dinheiro que Jess havia lhe emprestado para completar o tanque. Preocupada que Ryan pensasse que ela havia mudado de ideia, enviou uma mensagem a ele, se desculpando e dizendo que se atrasaria. Ele respondeu imediatamente, dizendo: “Sem problemas, venha com calma, dirija com cuidado”.

      Uma vez fora da rodovia, na área rural, as paisagens eram idílicas. Ela esticou o pescoço, olhando por cima das cercas-vivas bem aparadas para a vista em declive dos campos em retalhos


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