Trabalho e prazer. Sandra Marton

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Trabalho e prazer - Sandra Marton


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      Rodeou o pescoço dele com os braços e Demetrios percebeu que, ela acabara de se render à noite, à paixão, a ele. Mordiscou o lábio inferior dela e depois lambeu-o, sabia a caipirinha e a açúcar, sabia a desejo. Demetrios gemeu e apoiou-se contra a parede, arrastando a mulher consigo antes de lhe acariciar o corpo possessivamente, absorvendo o seu gemido quando o mamilo dela se ergueu contra a mão dele.

      – Matya mou – declarou ele, com voz grossa, ao mesmo tempo que se virava para a colocar contra a parede do miradouro.

      Ela esfregou-se contra ele e Demetrios percebeu que estava quase a perder o controlo.

      – Espera – murmurou ele.

      Mas aquela mulher estava a acariciar-lhe o peito e desabotoar-lhe a camisa. Conteve a respiração ao sentir os dedos frios dela na sua pele. Sentiu o desejo dela. Ele também o sentia, precisava de a tocar e saborear, mas não se permitiria perder o controlo até àquele ponto. Esperaria. Iria levá-la para algum lugar íntimo onde houvesse uma cama e pudessem ficar sozinhos sem o perigo de serem interrompidos.

      Demetrios beijou-a nos lábios e entrelaçou os dedos nos dela.

      – Vamos para o meu quarto – pediu Demetrios.

      Mas ela abanou a cabeça.

      – Não, em casa não posso…

      Ela não queria correr o risco de ser vista e ele também não queria.

      – Vamos para os estábulos – declarou Demetrios.

      Antes dela conseguir responder, ele puxou por ela e começou a andar.

      – Espera – pediu ela, parando para descalçar os sapatos.

      Demetrios agarrou nos sapatos dela e os dois correram pela relva húmida. Ela ria e ele parou para a abraçar e beijar.

      Uma nuvem cobriu a lua, deixando o céu só com o fogo das estrelas, mas Demetrios conhecia o caminho. Havia um pequeno gabinete num dos estábulos, onde ele e Rafe tinham feito um acordo. Não era um gabinete sofisticado, só tinha uma mesa, uma cadeira e um velho sofá de pele. O sofá não era grande, mas era suficiente para que um homem e uma mulher pudessem fazer amor.

      Ia levá-la para lá, ia despi-la e perder-se na voluptuosidade da sua boca e enterrar-se no calor do seu corpo. Depois de se saciar, apertá-la-ia contra os seus braços e acariciá-la-ia. E, quando a festa tivesse acabado, iria levá-la para casa, para o seu quarto, e ali perder-se-iam novamente nos braços um do outro, envoltos pela cálida noite brasileira.

      Os estábulos estavam às escuras e cheiravam a cavalo e ao couro das selas e arreios. Um animal relinchou quando a porta se abriu.

      Demetrios levou-a para o gabinete do fundo.

      – Demetrios… – murmurou ela.

      – Sim? – replicou ele, com voz rouca.

      Sabia como ele se chamava? Mas ele não dissera o seu nome àquela mulher. Pensou perguntar-lhe, mas… que importância tinha aquilo naquele momento? Em vez disso, agarrou na mão dela e colocou-a sobre o seu membro erecto.

      – Sente o que estás a fazer, o kalóz mou.

      Demetrios ouviu-a ofegar quando lhe rodeou o membro com a mão.

      O mamilo coberto pela seda, duro como uma pérola, ergueu-se contra a mão dele. Ele rosnou, beijou-a profundamente e, enquanto saboreava a doçura da sua boca, deitou-a no sofá e abraçou-a. Ela gemeu, beijou o queixo dele com ardor e rodeou-lhe o pescoço com os braços e, durante um instante, Demetrios sentiu que o seu frenesim diminuía. De repente, precisou de a abraçar e explorar os doces segredos daquele corpo antes de aliviar o seu desejo.

      – Diz-me como te chamas – pediu ele, numa voz suave. – Quero saber…

      Com impaciência, ela esfregou-se contra ele e Demetrios voltou a entregar-se à paixão. Acariciou-lhe os seios, o ventre… e deslizou a mão sob a cintura das calças de seda… abaixo, mais abaixo… e lançou um gemido de prazer antes de cobrir a boca dela com a dele.

      O estábulo iluminou-se. A mulher que tinha nos braços ficou imóvel.

      – Oh, meu Deus! – exclamou ela, num murmúrio angustiado. – Solta-me! Não vês as luzes? Entrou alguém…

      – Shhh! – pediu-lhe, ao ouvido. – Não fales. Quem quer que seja vai-se já embora.

      Ir embora? Sam fechou as pálpebras com força. Sim, tinha que se ir embora…

      – Fico contente por teres tomado uma decisão sobre o cavalo, Nick – declarou Rafe Alvares, antes de soltar uma gargalhada. – Já me tinham feito uma oferta muito boa e estou tentado a aceitá-la.

      – Nem penses – replicou Nicholas al Rashid, com bom humor. – Não te esqueças de que sou o teu cunhado e isso conta para alguma coisa.

      Os dois homens riram. Os seus passos soaram no chão de madeira e Sam ocultou o rosto na garganta de Demetrios.

      – Aí está um animal magnífico.

      Nick suspirou.

      – Mais magnífico do que nunca. Está bem, envia-mo para a minha herdade de Greenwich.

      – Vou fazer isso.

      – Já se vão embora – murmurou Demetrios.

      Porém enganou-se, os seus dois amigos não se foram embora, mas aproximaram-se deles.

      Demetrios sentou-se imediatamente, despiu o casaco e colocou-o por cima dos ombros dela. Depois, levantou-se do sofá e colocou-se de maneira a que não pudessem ver a mulher que estava com ele.

      A luz do gabinete acendeu-se.

      – Vamos brindar com um cognac – declarou Rafe. – Ou se preferires… Demetrios!

      – Demetrios! – exclamou Nick, fazendo eco da exclamação de Rafe. Depois, aclarou a garganta. – Oh, não sabia…

      «Não, não sabe», pensou Sam, desejando que a terra a engolisse.

      – Interrompemos alguma coisa?

      Sam fechou os olhos como se ao não vê-los, eles também não a pudessem ver. E não podiam.

      Demetrios não se mexera e continuava a tapá-la. Era como um muro protector.

      – Querem sair um momento? – pediu Demetrios.

      Ouviram-se uns passos e uma porta a fechar-se, depois Sam ouviu a voz de Demetrios.

      – Sim, interromperam-me.

      Mas disse-o como se fosse uma brincadeira e Sam cerrou os punhos.

      – Lamento, Karas – murmurou Nick.

      «Vão-se embora, vão-se embora!», desejou Sam.

      Rafe aclarou a garganta.

      – Não sabíamos que estavas… – voltou a aclarar a garganta. – Bom, agora compreendo porque é que não querias conhecer a irmã da minha mulher. Bom, tanto faz.

      – Sim, tanto faz – repetiu Nick, rapidamente. – Até logo, Demetrios. Vamos, Rafe.

      Sam conteve a respiração até ouvir que os passos se afastavam. As luzes apagaram-se. Ela levantou-se quando Demetrios entrou no gabinete.

      – Kalóz mou – declarou Demetrios.

      Sam bateu-lhe no peito com um punho.

      – Não me voltes a dizer «kalóz mou»! E não me voltes a tocar!

      – Ah, desculpa. Lamento que nos tenham interrompido, mas…

      – Sim, não duvido.

      Sam fitou-o com fúria. Ele estava a tentar acalmá-la, a tentar convencê-la a voltar a deitar-se no sofá, mas ela não estava disposta a isso. Como pudera fazer aquilo? Quase que fora para a cama com um desconhecido, um desconhecido


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