O Livro de Urântia. Urantia Foundation

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O Livro de Urântia - Urantia Foundation


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8. O desapego — o espírito do auto-esquecimento — é desejável? Então, o ideal é o homem mortal viver frente a frente com o incessante clamor de um ego inescapável, que exige reconhecimento e honras. O homem não poderia escolher a vida divina, de um modo dinâmico, se não existisse uma vida do ego à qual renunciar. O homem não poderia nunca se aferrar à salvação, na retidão, se não houvesse nenhum mal em potencial exaltando e diferenciando o bem, por contraste.

      3:5.14 (51.13) 9. O prazer — a satisfação da felicidade — é desejável? Então, o homem deverá viver em um mundo no qual a alternativa da dor e a probabilidade do sofrimento sejam possibilidades experimentáveis sempre presentes.

      3:5.15 (52.1) Em todo o universo, cada unidade é considerada como uma parte do todo. A sobrevivência da parte depende da cooperação com o plano e o propósito do todo: o desejo, de todo o coração, e uma perfeita disposição para fazer a vontade divina do Pai. O único mundo evolucionário sem erro (sem a possibilidade de um juízo pouco sábio) seria um mundo sem inteligência livre. No universo de Havona, há um bilhão de mundos perfeitos, com os seus habitantes perfeitos; mas o homem em evolução deve ser falível, se houver de ser livre. A inteligência livre e inexperiente não pode ser, certamente, de início, uniformemente sábia. A possibilidade do juízo errôneo (o mal) transforma-se em pecado apenas quando a vontade humana endossa, conscientemente, e adota, de propósito, um juízo deliberadamente imoral.

      3:5.16 (52.2) A apreciação plena da verdade, da beleza e da bondade é inerente à perfeição do universo divino. Os habitantes dos mundos de Havona não necessitam do potencial de níveis relativos de valores, como um estímulo à escolha; esses seres perfeitos são capazes de identificar e de escolher o bem, ainda que na ausência de situações morais contrastantes e que os obriguem a pensar. Todos esses seres perfeitos são o que são, contudo, pela sua natureza moral e status espiritual, em virtude do fato de simplesmente existirem. Eles conquistam experiencialmente um avanço, mas apenas dentro do seu estado inerente; ao passo que o homem mortal ganha, inclusive, o seu status de candidato à ascensão, por meio da sua própria fé e esperança. Tudo que a mente humana alcança de divino, e tudo que a alma humana adquire, é uma conquista da experiência; é uma realidade da experiência pessoal e, portanto, uma posse única, em contraste com a inerente bondade e retidão das personalidades de Havona não sujeitas ao erro.

      3:5.17 (52.3) As criaturas de Havona são naturalmente valentes, mas não são corajosas, no sentido humano. Elas são inatamente gentis e deferentes, mas dificilmente são altruístas à maneira humana. Têm a expectativa de um futuro agradável, mas não são esperançosas de um modo especial, como o mortal confiante das esferas evolucionárias incertas. Elas têm fé na estabilidade do universo, mas estão longe de conhecer aquela fé salvadora, por meio da qual o mortal ascende desde o seu status de animal até os portais do Paraíso. Elas amam a verdade, mas não conhecem as qualidades redentoras dela. São idealistas, mas nasceram assim; elas ignoram inteiramente o êxtase de chegar a sê-lo por um ato de escolha vivificante. São leais, mas nunca experimentaram a emoção da devoção inteligente e sincera ao dever cumprido, enfrentando a tentação de descumpri-lo. Não têm egoísmo, mas nunca chegaram a esse nível de experiência por meio da conquista magnífica de um ego exigente. Elas desfrutam do prazer, mas desconhecem a doçura do prazer de escapar do potencial da dor.

      3:6.1 (52.4) Com o altruísmo divino e uma consumada generosidade, o Pai Universal despoja-se da autoridade e delega o poder, mas ainda assim permanece primordial; a Sua mão repousa sobre a poderosa alavanca das circunstâncias, nos domínios universais. Ele reservou a Si todas as decisões finais e, de forma infalível, maneja o cetro Todo-Poderoso do veto do Seu propósito eterno, com uma autoridade indiscutível sobre o bem-estar e o destino da imensa criação, que sempre gira em um círculo ascendente.

      3:6.2 (52.5) A soberania de Deus é ilimitada; é o fato fundamental em toda a criação. O universo não era inevitável. O universo não é um acidente, nem existe por si próprio. O universo é uma obra de criação e, portanto, está totalmente sujeito à vontade do Criador. A vontade de Deus é a verdade divina e o amor vivo; por conseguinte as criações dos universos evolucionários em perfeccionamento são caracterizadas pela bondade — a proximidade da divindade — ; e pela maldade potencial — o distanciamento da divindade.

      3:6.3 (53.1) Toda filosofia religiosa, mais cedo ou mais tarde, chega ao conceito de uma lei unificada a reger o universo, de um único Deus. As causas do universo não podem ser inferiores aos efeitos do universo. A fonte do caudal da vida no universo e da mente cósmica deve estar acima dos seus níveis de manifestação. A mente humana não pode ser explicada, de um modo consistente, nos termos das ordens inferiores de existência. A mente do homem só pode ser verdadeiramente compreendida quando se reconhece a realidade das ordens mais elevadas de pensamento e de vontade propositada. O homem torna-se inexplicável, enquanto ser moral, a menos que a realidade do Pai Universal seja reconhecida.

      3:6.4 (53.2) O filósofo mecanicista professa rejeitar a idéia de uma vontade universal e soberana, essa mesma vontade soberana, cuja atividade de elaboração das leis universais ele reverencia tão profundamente. Que homenagem não é prestada, de um modo não intencional, ao Criador das leis, quando o mecanicista concebe que tais leis são atuantes e explicativas por si mesmas!

      3:6.5 (53.3) É um erro grosseiro humanizar a Deus, exceto no conceito do Ajustador do Pensamento residente, mas mesmo isso ainda não é um erro tão crasso quanto mecanizar completamente a idéia da Primeira Grande Fonte e Centro.

      3:6.6 (53.4) Será que o Pai do Paraíso sofre? Eu não sei. Os Filhos Criadores podem e certamente sofrem, algumas vezes, da mesma forma que os mortais. O Filho Eterno e o Espírito Infinito sofrem, em um sentido modificado. Penso que o Pai Universal possa sofrer, mas não posso entender como; talvez por meio do circuito da personalidade, ou através da individualidade dos Ajustadores do Pensamento e das outras outorgas da Sua natureza eterna. Ele disse às raças mortais: “Com todas as vossas aflições, aflijo-Me”. Sem dúvida Ele experimenta um sentimento de paternidade e simpatia compreensiva; Ele pode sofrer verdadeiramente, mas não compreendo a natureza desse sofrer.

      3:6.7 (53.5) O Soberano eterno e infinito, do universo dos universos, é poder, forma, energia, processo, modelo, princípio, presença e realidade idealizada. No entanto Ele é mais; Ele é pessoal; Ele exerce uma vontade soberana e experiencia a autoconsciência da divindade, Ele executa os mandados de uma mente criadora, busca a satisfação da realização de um propósito eterno e manifesta o amor e o afeto de Pai pelos Seus filhos do universo. E todos esses traços mais pessoais do Pai podem ser mais bem entendidos, quando são observados do modo pelo qual foram revelados na vida auto-outorgada de Michael, o vosso Filho Criador, enquanto encarnado em Urântia.

      3:6.8 (53.6) Deus, o Pai, ama os homens; Deus, o Filho, serve aos homens; Deus, o Espírito, inspira os filhos do universo, na sua aventura sempre ascendente ao encontro de Deus, o Pai, pelos meios ordenados por Deus, os Filhos, por meio do ministério da graça de Deus, o Espírito.

      3:6.9 (53.7) [Sendo o Conselheiro Divino designado para a apresentação da revelação do Pai Universal, eu dei continuidade à realização destas declarações sobre os atributos da Deidade.]

      O Livro de Urântia

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      Documento 4

      4:0.1 (54.1) O PAI Universal tem um propósito eterno em relação aos fenômenos materiais, intelectuais e espirituais do universo dos universos; propósito este


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