Mundos aparte - De ama a esposa. Maggie Cox

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Mundos aparte - De ama a esposa - Maggie Cox


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Briana, num tom de voz baixo e trémulo.

      – Referes-te a Claudia, na noite da festa? Uma Claudia tão bêbada, que não sabia o que fazia!

      – Oh, sabia muito bem o que fazia, Pascual… E tu também, a julgar pelo que vi.

      – Porque não me disseste que tinhas visto isso? Foi por isso que te foste embora? Meu Deus!

      – Será melhor não montarmos uma cena aqui, à frente de todos. Daria muito má impressão aos teus anfitriões e também não faria nenhum bem à minha empresa.

      – No entanto, não pensaste na impressão que a minha família e amigos receberiam quando me abandonaste uma semana antes do nosso casamento.

      O coração de Pascual estava acelerado e quase não se importava de armar uma cena. A lembrança da traição de Briana continuava a magoá-lo muito. Além disso, horrorizara-o descobrir que fora testemunha do incidente desagradável com Claudia e que isso a fizera ir-se embora. Não entendia porque não o enfrentara, exigindo uma explicação e dando-lhe a oportunidade de lhe dizer que a ex-namorada estava bêbada e que detestara que se precipitasse sobre ele.

      Consciente de que não estavam sozinhos, preferiu não oferecer um espectáculo a todos os presentes. Falariam do assunto em privado. Inclinou a cabeça levemente, sem esconder a sua impaciência e irritação.

      – Vai à casa de banho. Quando voltares, direi ao motorista para nos levar para casa. Perdi todo o interesse em apostar esta noite!

      Briana tirou a escova da mala de couro e fez uma tentativa para arranjar o cabelo. A parede de espelho da casa de banho luxuosa impedia-a de esconder a sua tristeza. Sabia que devia ter controlado as suas emoções, mas não conseguira. Quando Pascual, tentador e indiferente, pusera o monte de fichas à frente dela, o facto de pensar que conseguiria pagar a renda de três meses com uma ficha, fora a gota de água. Enquanto ela estava doente de preocupação com a ameaça da bancarrota, Pascual agia como se o dinheiro não significasse nada para ele. Na verdade, dada a sua fortuna enorme, podia esbanjar sem limite.

      Se fosse honesta consigo própria, tinha de admitir que, naquele momento, as finanças não eram o que mais a preocupava. O belo rosto do seu filho, uma versão em miniatura do pai, não abandonava a sua mente nem um segundo. Como iria dar a notícia da sua existência a um homem que depois a desdenharia ainda mais. Escondera que ele era o pai de Adán. Pascual tinha o direito de a recriminar por isso.

      No entanto, Briana ficara devastada ao ver Claudia nos seus braços naquela noite. A sua atitude fora uma tentativa de se proteger, e também ao seu filho, de futuros sofrimentos… Pela primeira vez, o medo de ter tomado a decisão errada fê-la sentir um nó no estômago. Segundo ele, Claudia estava bêbada. Seria verdade?

      Suspirou com resignação e voltou para a sala de jogo. Pascual esperava-a, tal como prometera.

      – Estás pronta para voltar para casa? – perguntou, percorrendo-a de cima a baixo com o olhar.

      – E os outros? – perguntou ela, nervosa. Olhou para a mesa da roleta, onde jogavam os três homens que os tinham acompanhado.

      – Darei instruções ao motorista para voltar e vir buscá-los. Não te preocupes, não os deixaremos aqui abandonados!

      A viagem de regresso a casa decorreu em silêncio. Ambos estavam dolorosamente conscientes do passado que se interpunha entre eles e não se atreviam a retomar o assunto. Seria como andar sobre vidros, com os pés descalços.

      Indevidamente, a tensão foi crescendo no banco traseiro do luxuoso Rolls, como uma tempestade pequena, mas letal, prestes a rebentar. Briana recordou a cena na sala de jogo, quando Pascual perdera a paciência, e soube que se aproximava o confronto.

      Cruzou os braços sobre a barriga, num gesto protector. O cheiro e o calor que emanava do corpo de Pascual estavam a inquietá-la ainda mais. Tudo o que sabia desse homem imponente enfatizava as diferenças que os separavam. Era rico, bonito, poderoso e inalcançável. Embora tivesse dito que a amava, sempre reservara alguma coisa… Isso confirmara o que Briana já pensava: Que não era suficientemente boa para ele. Quando o vira a beijar a modelo elegante, a ex-namorada, o seu medo de que a relação entre eles fracassasse aumentara.

      De volta a casa, Briana rezou para que o eminente confronto não tivesse lugar naquela noite. Sabia que era adiar o inevitável, mas sentia-se demasiado vulnerável para discutir com Pascual nesse momento. As acusações voariam como mísseis letais e algumas acertariam no alvo. Uma boa noite de descanso talvez lhe desse forças para suportar um confronto com ele no dia seguinte.

      Estavam junto da impressionante escadaria de estilo Tudor. Ela esticou o braço para o corrimão de carvalho, indicando a sua intenção de se retirar. Mas o olhar carrancudo e pensativo que Pascual lhe lançou confirmou que não ia deixá-la ir-se embora sem mais nem menos.

      – Quando saí de Buenos Aires, tive a sensação de que ia acontecer alguma coisa inesperada – comentou ele, num tom fraco.

      Briana sentiu um calafrio e esfregou os braços.

      – Não quero arruinar a tua viagem, Pascual, a sério. Sei que ainda te sentes muito magoado e ressentido comigo, mas…

      – Não duvides! – os seus olhos escuros cintilaram, como se as emoções que sentia fossem um fogo escondido por detrás de um véu fino. A qualquer momento, as faíscas acenderiam e começaria o inferno.

      – Escuta – continuou ela, rezando para que acedesse ao seu pedido, – amanhã, depois do jogo de pólo que organizaram para ti, terás tempo livre. Eu estarei aqui, a fiscalizar os preparativos para o jantar. Se quiseres falar comigo, prometo estar à tua disposição, durante o tempo que quiseres. Por favor, Pascual… Foi um dia muito longo e estou cansada.

      – Sempre conseguiste levar a tua avante, quando olhavas assim para mim.

      – Assim, como?

      – Como uma menina triste e perdida – os seus lábios curvaram-se com uma careta irónica, mas também amarga. Esticou o braço e pousou os dedos na face de Briana. – Podias fazer o que quisesses comigo, essa é a verdade!

      – A sério? – murmurou Briana. Sentiu que lhe gelava o sangue nas veias e um formigueiro estranho na barriga.

      – És parva se não sabias! – exclamou ele, com dureza. Mas, um momento depois, os seus traços suavizaram-se, enfeitiçando-a com a sua beleza. – Deixar-te-ei ir para a cama se me deres um beijo – disse, num tom rouco. – Pelos velhos tempos.

      Briana não teve tempo para responder. De repente, a boca de Pascual estava sobre a dela e sentiu a sua língua aveludada a introduzir-se dentro da sua boca e a iniciar uma dança erótica com a dela. Teve a sensação de que o seu sangue se transformava em fogo líquido e as suas pernas em gelatina.

      Ele agarrou as suas ancas, possessivo, e apertou-a contra o seu corpo. Afastou os lábios da sua boca e deslizou-os por um lado do seu pescoço. Quando Briana sentiu o toque dos seus dentes a mordiscarem a pele, emitiu um gemido. Sabia que estava a perder-se num mar erótico, que lhe despertava o desejo de nadar e não de se afastar. Se não pusesse fim àquela loucura, imediatamente, era indubitável que não passaria a noite sozinha.

      A ideia de partilhar a sua cama com ele aterrorizou-a. Pascual Domínguez era uma força da Natureza, a que não conseguia resistir, mas não podia ir para a cama com ele antes de lhe confessar que tinham um filho em comum. Se o fizesse, o seu pecado da omissão multiplicar-se-ia sem remédio.

      – Tens de parar! – ela ofegou. Pôs as mãos no peito dele, duro como o aço, e empurrou com tanta força quanto pôde.

      – Porquê? – uma madeixa sedosa de cabelo preto caía sobre a sua testa e a expressão do seu rosto era brincalhona, desafiante e sexy. – Assusta-te que te deixe acordada toda a noite, a fazer-te aquelas coisas que, segundo dizias, te deixavam louca de paixão, minha querida?

      Briana agarrou o corrimão à procura de apoio, com o rosto avermelhado. Todo o seu corpo ardia com a


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