Mais do que um filho secreto. Кейт Хьюит
Читать онлайн книгу.para a passar pelos seus lábios rosados.
– Sim…
– Não pareces muito certa.
– Não estou habituada a estas situações – disse Maisie, deixando escapar um risinho incrédulo. – Sinto-me como se estivesse num romance.
– Então, desfruta da viagem – sugeriu Antonio, pensando por um instante que talvez devesse avisá-la de que era apenas uma noite, um momento breve de prazer. Mas não queria arrefecer o ambiente e, além disso, ela devia sabê-lo. As relações não começavam com dois desconhecidos num andar de escritórios às duas da madrugada. Maisie parecia inocente, mas não era tola.
– Desfrutar da viagem – repetiu ela, saboreando cada palavra como se fosse um bom vinho. – É algo que nunca fiz.
Antonio arqueou as sobrancelhas.
– Não?
– Não, nunca.
– Então, chegou o momento.
Maisie levantou o olhar, decidida.
– Talvez devesse – murmurou, pondo-se em bicos dos pés para tocar nos seus lábios, um toque leve como uma pena. Antonio ficou imóvel e ela afastou-se, olhando para ele com o sobrolho franzido. – Não… não gostaste?
– Claro que gostei – apressou-se a dizer ele. – Mas como posso sentir-me satisfeito com um lanchinho quando o que quero é o jantar, o banquete todo? – replicou, depois, enquanto inclinava a cabeça para procurar os seus lábios. Aquele jogo prévio era delicioso, algo que nunca fizera com outra mulher. – Beija-me outra vez, Maisie.
E ela fê-lo, pondo uma mão no seu ombro. Era um beijo trôpego e hesitante e, por alguma razão, perfeito. Antonio segurou-a pela cintura com as duas mãos e sentiu-a a tremer e excitada. Contudo, parou, esperando que Maisie desse o passo seguinte.
E fê-lo. Voltou a beijá-lo, tocando nos seus lábios como uma borboleta tímida. Antonio capturou a sua boca então, saqueando o interior sedoso com a língua.
O sangue acelerava nas suas veias. Quisera ir devagar, ser civilizado e ter o controlo, mas todos os seus planos ficaram estragados quando Maisie se entregou tão generosamente. Devagar, empurrou-a para o sofá e deitou-a nele com cuidado enquanto ela o observava com os olhos brilhantes.
– Antonio…
– Desejas isto, Maisie? – perguntou-lhe, receando que tivesse pensado melhor.
– Sim… – confirmou ela, num tom inseguro.
E Antonio amaldiçoou-se por ter precipitado a situação.
– Desejas isto? – voltou a perguntar e o brilho dos seus olhos deixava claro a que se referia.
Maisie observava-o com as pupilas dilatadas, os lábios entreabertos e uma expressão carregada de desejo enquanto ele esperava com os punhos cerrados, tenso e expectante.
– Sim – confirmou Maisie, finalmente, apoiando a cabeça nas costas do sofá. – Desejo-o, sim.
Capítulo 3
Maisie olhava para o rosto bonito de Antonio, experimentando uma sensação inesperada de paz no seu interior. Tomara uma decisão. Ia fazê-lo. Ia para a cama com ele. Não sabia quando o decidira. Talvez quando o beijara. Ou quando lhe dissera que a desejava? Ou quando entrara no escritório?
Ela não fazia essas coisas. Nunca. Durante os últimos cinco anos, só pensara em Max, em tomar conta dele, reprimindo os seus desejos e os seus sonhos. Talvez fosse por isso que estava deitada no sofá, a olhar para o homem mais atraente que alguma vez conhecera e à espera que começasse a seduzi-la. Vivera para outra pessoa durante demasiado tempo e, por uma noite, queria viver para si própria. Para o prazer, para a emoção. Para aquilo.
Antonio observou-a de cima a baixo.
– Tens a certeza – murmurou.
– Sim – confirmou ela, engolindo em seco. – Sim, tenho a certeza.
– Ainda bem, porque eu também tenho.
Maisie tremia enquanto se ajoelhava por cima dela, segurando as suas ancas com as mãos. E, quando inclinou a cabeça, parou de pensar. Era como se tivesse acontecido um curto-circuito nos seus sentidos. Não conseguia pensar e mal era capaz de respirar. O toque da sua boca causara um incêndio dentro dela e sentia-se consumida.
Beijava-a no pescoço, tocando na clavícula com a língua, chupando e lambendo. Maisie experimentou um arrepio e arqueou-se para ele, impotente.
– O que tens vestido? – perguntou Antonio.
– O uniforme. É horrível, eu sei…
– Conseguirias excitar-me se usasses um saco de plástico – interrompeu ele, enquanto punha as mãos por baixo da t-shirt. – Mas gostaria de te ver sem nada.
Tirou-lhe a t-shirt e atirou-a para o chão com um sorriso atrevido que a teria feito rir-se se não se sentisse tão exposta. Teve de fazer um esforço para não se tapar com as mãos porque nunca ninguém a vira só com o sutiã. Ninguém.
– Não tens de te sentir envergonhada – tranquilizou-a Antonio, em voz baixa.
Maisie engoliu em seco. Não ia admitir que ninguém a vira assim antes. Que ele, um perfeito desconhecido, era o primeiro.
Sem parar de olhar para ela nos olhos, Antonio acariciou os seus seios por cima do sutiã, causando faíscas de sensações como foguetes dentro de ela. Embora tentasse esconder a sua reação, Antonio apercebeu-se e sorriu.
– Sabes como a reação de uma mulher é excitante para um homem?
– Mas tu continuas vestido! – protestou ela. Queria que continuasse a tocar nela e queria tocar nele, mas não sabia como fazê-lo.
– Isso tem remédio fácil – declarou ele, enquanto começava a desabotoar a camisa. – Ou talvez queiras fazê-lo por mim.
– Não, eu…
Antonio encolheu os ombros, olhando para ela com uma expressão brincalhona.
– São apenas uns botões.
Era mais do que alguns botões. Era aceitar a sua decisão temerária. Era ser mais atrevida do que alguma vez fora.
Lentamente, apoiou-se num cotovelo e começou a desabotoar a camisa branca com os dedos trémulos, inalando o cheiro limpo do seu aftershave e admirando o peito bronzeado, tentador e viril.
Ouviu-o a suster a respiração e percebeu que estava tão afetado como ela. Que ela o afetava. Antonio devia ter visto o seu ar surpreendido porque se riu suavemente.
– Já te tinha dito o que me fazes sentir, não foi? Agora, podes vê-lo por ti própria.
Quando desabotoou todos os botões, segurou-lhe a mão e pô-la por cima do seu coração, que batia tão acelerado como o dela.
Ficaram assim durante um bom bocado, como que suspensos no momento, ligados pela mão por cima do seu coração. Era tudo tão maravilhoso, tão intenso. Aquilo era tão íntimo… e não só porque não tinha a t-shirt. Esperara prazer, mas não aquele vínculo tão avassalador. Sentia uma ligação emocional inexplicável com aquele homem, que começara quando o vira tão triste, e aquela era a continuação natural.
Maisie abriu os dedos e acariciou os músculos tensos do seu peito, a pele acetinada, esperando… e, então, tudo mudou.
Foi como se se acendesse uma faísca, apanhando os dois de surpresa. Antonio puxou-a para si, duro e exigente, esmagando os seus seios enquanto procurava os seus lábios. E Maisie respondeu a esse pedido, passando-lhe os braços pelo pescoço, afundando os dedos no seu cabelo e entregando-se a ele por completo. Quando introduziu uma coxa poderosa entre as suas pernas, a sensação foi tão intensa que teve de morder o lábio.