A noiva escolhida pelo xeque. Дженни Лукас

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A noiva escolhida pelo xeque - Дженни Лукас


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      – Não, escolha outra.

      Beth ficou momentaneamente confundida.

      – Outra? Bom, Bere Akinwande é amável, inteligente e tão bela quanto a Sia Lane. Seria uma rainha fantástica. Embora, para dizer a verdade, nem perceba por que querem estas mulheres casar com o rei Omar.

      – E porquê?

      – Parece-lhe normal escolher uma esposa desta maneira? Que tipo de homem faz algo assim? Parece um reality show.

      – Não seja tão dura com ele. Encontrar esposa é difícil para um homem da sua posição, embora imagine que tudo isto será igualmente duro para si. Não em vão, viu-se obrigada a deixar um trabalho importante para encontrar marido à maneira antiga.

      Beth voltou a suspirar.

      – Sim, tem razão. Não tenho o direito de julgar. Ele paga-nos para virmos, mas nós não lhe pagamos a ele – admitiu. – Pensando bem, deveria agradecer-lhe… se é que tenho oportunidade de conhecê-lo, claro.

      Nesse exato momento, ouviu-se a voz de outro homem.

      – Que está a fazer aqui, menina Farraday? Entre agora mesmo! Precisam de si no salão.

      O recém-chegado, que era um dos empregados do rei, ficou atónito ao ver o acompanhante de Beth.

      – Perdoe-me, menina – prosseguiu, súbita e estranhamente amável. – Se tivesse a amabilidade de regressar ao salão, ficaríamos muito agradecidos.

      – Ena, parece que por fim vou conhecer Sua Majestade – disse Beth ao seu atraente desconhecido. – Deseje-me sorte.

      Ele pôs-lhe uma mão no ombro e disse:

      – Boa sorte.

      Beth estremeceu de novo ao sentir o seu contacto.

      – De qualquer modo, tenho a certeza de que fracassarei. É o meu destino. Sou uma profissional do falhanço.

      Ele olhou para ela com surpresa, e Beth amaldiçoou-se a si mesma por ter dito isso. A fracassada era ela, não Edith. E supunha-se que era Edith.

      – Enfim, não me ligue – acrescentou. – Até logo…

      Quando voltou ao salão, Beth percebeu que já não estava nervosa. O incómodo de conhecer um rei e de encontrar-se entre algumas das mulheres mais famosas do mundo tinha desaparecido por completo.

      Por outro lado, não deixava de pensar no fascinante moreno com quem tinha estado a conversar ao luar num jardim de Paris.

      Omar ficou onde estava, perplexo.

      Seria verdade que a doutora Edith Farraday não o tinha reconhecido? Era difícil de acreditar, mas era uma experiência completamente nova para ele. Nunca uma mulher fingira não o conhecer.

      Em circunstâncias normais, teria desconfiado dela; afinal, era um homem muito famoso e estava sempre a aparecer nos média. No entanto, o seu instinto dizia-lhe que ela não o estava a enganar. Não sabia quem ele era. E, por outro lado, ele também não sabia que Khalid se comprometera a pagar um milhão de dólares a cada candidata.

      Por um lado, era uma decisão lógica, porque não podiam esperar que vinte mulheres tão famosas quanto ocupadas se apresentassem em Paris sem outro motivo senão a possibilidade de serem a sua rainha; mas, por outro lado, sentiu-se insultado. Era esse o seu valor?

      Em qualquer caso, a culpa era sua. Pedira a Khalid que se encarregasse de tudo e ele assim fizera. Era ele quem estava no salão, a entrevistar as mulheres; era ele quem devia escolher dez para lhas apresentar no dia seguinte e, claro, também era ele que tinha estabelecido os critérios da lista inicial.

      Omar só tinha posto a condição de que fossem inteligentes e brilhantes, condição que cumprira. Mas teria ficado muito surpreendido se Khalid não tivesse incluído o nome de certa princesa na lista.

      – Por que convidou a Laila? – perguntou-lhe então. – Disse-lhe que não quero casar com ela.

      – Não disse exatamente isso. Disse que só se casaria com ela se todos os seus nobres concordassem.

      – E eles não concordam.

      – Mas podem mudar de opinião.

      – Não mudarão – replicou Omar, incomodado. – Mas surpreende-me que a Laila se tenha rebaixado a vir.

      – Tal como Sua Majestade, a rapariga põe as necessidades de Samarqara à frente das suas – afirmou o vizir. – O pai dela chateou-se muito quando soube do mercado de noivas, mas Laila tranquilizou-o dizendo-lhe que lhe parecia bem e que ela também apoia as velhas tradições. Veio por motivos diplomáticos, pelo bem da nação.

      Omar pensou que o milhão de dólares também não lhe cairia mal; sobretudo, tendo em conta que ganharia mais um a cada dia que ficasse. Mas, naturalmente, calou-se.

      Afinal, a sorte estava lançada. Tinha trinta e seis anos e, se lhe acontecesse algo, não teria nenhum herdeiro ao trono. A sua família reduzia-se ao próprio Khalid e a um primo longínquo que nem sequer era um Al Maktoun, mas um Al Bayn. Precisava de filhos. Não conseguia arriscar-se a que Samarqara voltasse a sofrer uma guerra civil como a que tinha sofrido nos tempos do avô.

      Mas também não podia arriscar-se a casar-se por amor.

      Não, não voltaria a cair na armadilha da paixão. Já não era um jovenzinho inexperiente, mas um homem adulto; e, quando era assaltado por dúvidas, concentrava-se no seu trabalho e esquecia-as. Não era difícil. Os assuntos de Estado tomavam muito tempo.

      Em qualquer caso, estava condenado a tomar uma decisão sobre o processo que ele mesmo pusera em marcha, o mercado de noivas. Teoricamente, os membros do Conselho tinham a última palavra a esse respeito; mas a mulher que escolhessem seria mais que uma rainha: também seria a sua esposa, a sua amante e a mãe dos seus filhos.

      Omar tentou não pensar no aviso do seu vizir, que estava convencido de que casar com uma desconhecida era condenar-se a uma vida de pesares. Além disso, a opinião dos seus conselheiros não o preocupava; no pior dos casos, não escolheriam pior do que ele tinha feito quinze anos antes.

      Tenso, ficou a caminhar de um lado para o outro. O protocolo ditava que não poderia ver as pretendentes até que passassem a primeira seleção. A espera estava a dar-lhe cabo da cabeça. Por isso tinha ido ao jardim, em busca de sossego. Mas, em lugar de encontrar a paz que procurava, encontrou uma mulher tão sensual quanto desconcertante.

      Omar sentiu-se violentamente atraído pela beleza daquele corpo exuberante, cujas curvas desafiavam a resistência de um vestido demasiado pequeno. E, se para o caso da sua aparência física não ser tentação suficiente, a sua franqueza e naturalidade tinham feito o resto.

      Durante uns minutos, tinha-se esquecido de todos os seus problemas. Estava a divertir-se. Até ela mencionar a Laila, a meia-irmã da sua falecida noiva.

      Será que não conseguia escapar ao seu passado?

      Omar olhou para a lua, abalado. Na altura, a ideia de organizar um mercado de noivas parecera-lhe uma forma segura de começar do zero; mas o destino empenhava-se em recordar-lhe a sua primeira tentativa de casar-se.

      Tinha sido desastroso. Uma tragédia.

      Por fim, cansou-se de caminhar e dirigiu-se para o salão, seguindo os passos da suposta Edith Farraday. Ao chegar, deteve-se nas sombras para que não o vissem e dedicou-se a olhar para o objeto do seu desejo, que estava a conversar com Khalid.

      Os seus olhares encontraram-se ao fim de uns segundos e ele soube que tinha descoberto a sua identidade porque os seus olhos brilhavam com fúria.

      Longe de incomodar-se, Omar admirou o seu sinuoso corpo com redobrado interesse. As suas últimas relações amorosas tinham sido de carácter estritamente sexual; mas quase sempre com mulheres ambiciosas e frias que não o satisfaziam plenamente. Não se pareciam nada com Ferida al Abayyi, a morena de olhos negros que morrera antes de ele


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