Esperanças ocultas - Amores e mentiras. Heidi Rice

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Esperanças ocultas - Amores e mentiras - Heidi Rice


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perdido algo? E porque não parava de pensar em Mac Brody, na sua pele bronzeada a brilhar à luz do amanhecer enquanto fechava a porta do quarto?

      Prometera a si mesma que não pensaria nele. Não podia dar-se ao luxo de fantasiar e, no entanto, não parecia ser capaz de evitá-lo.

      A única explicação era que estava esgotada. Após uma noite em que mal tinha pregado olho, tinham-se visto obrigados a esperar três horas no aeroporto por um problema com o seu passaporte...

      O que precisava era de voltar à sua ordenada vida e dormir durante uma semana, pensou.

      Um suspiro escapou-se da sua garganta quando chegaram a Colville Gardens.

      – Mas o que é isto!

      A exclamação de Connor fê-la olhar pela janela, surpreendida.

      Havia um grupo a rodear a casa e um homem, com um monte de câmaras penduradas ao pescoço, correu para o carro e começou a tirar fotos.

      – Que se passa?

      – Não faço ideia, mas vamos ter que entrar a correr – Connor tirou Ronan da cadeira de segurança. – Jim, aproxima-te o máximo que puderes e depois liga à polícia – pediu ao condutor.

      Juno saiu do carro atrás de Daisy e Connor, sem saber o que se estava a passar, com os flashes das câmaras a cegá-la enquanto tentava chegar à porta. Não via nada, mas conseguia ouvir as perguntas que os repórteres lançavam como balas:

      – Juno, desde quando conheces Mac Brody?

      – É tão bom na cama como dizem?

      – São namorados?

      – Onde está Mac? Virá visitar-te para outra noite de paixão?

      Quando por fim chegaram a casa e fecharam a porta apoiaram-se na parede, perplexos.

      – Pode saber-se o que se passa? – exclamou Connor.

      – Baixa a voz – desafiou-o Daisy.

      Os três deram um salto quando alguém meteu uma revista pela caixa de correio da porta.

      – Bela foto, Juno. Não queres mesmo fazer comentários?

      Depois de pôr Ronan nos braços da sua mulher, Connor inclinou-se para agarrar na revista.

      – Leva-a para o estúdio, eu esperarei aqui pela polícia – disse-lhe, tirando o telemóvel do bolso. – E também vou ligar a uma empresa de segurança, só para prevenir.

      Juno seguiu Daisy até ao estúdio, sentindo-se horrivelmente culpada.

      Não lhe ocorrera que os jornalistas descobririam que tinha passado a noite com Mac, mas ele era uma superestrela de Hollywood e era lógico que a sua pequena aventura não passasse despercebida. Mas acabara por envolver Daisy e Connor naquela loucura no primeiro dia da lua de mel de ambos...

      Daisy olhou pela janela do estúdio.

      – Santo Deus, são como uma praga de gafanhotos – murmurou.

      – Isto é culpa minha – confessou-lhe Juno, horrivelmente envergonhada.

      – Porquê? Que se passa? Estás muito pálida. Vem, senta-te um momento.

      Juno deixou-se cair no sofá e Daisy sentou-se ao seu lado, tentando acalmar o bebé, que começava a inquietar-se.

      – Para de tremer, não se passa nada. Por que não vemos qual o motivo de tudo isto?

      Juno abriu a revista e depressa encontrou o que procurava.

      Numa das páginas coloridas das centrais, havia uma foto dela e de Mac a beijarem-se na varanda do castelo. Ele tinha uma mão no seu traseiro enquanto ela se agarrava aos seus ombros. O título do artigo era: A estrela de Hollywood Mac Brody e a sua noite de paixão com uma jovem inglesa.

      – Ah, mistério resolvido – anunciou Daisy.

      Juno atirou a revista, sentindo-se humilhada. Como poderia explicá-lo?

      – Eu não queria que isto acontecesse. Deu-me um beijo e... deixámo-nos levar.

      – Estou a ver – disse a sua amiga.

      – Isto é horrível.

      Que típico que o seu momento Gata Borralheira acabasse por ser um desastre.

      – Não, não é. Eu acho que é fabuloso, mas tenho que fazer-te duas perguntas muito importantes: a tua noite de paixão com Mac Brody foi tão ardente como parece na foto? E quando vais voltar a vê-lo?

      Juno corou.

      – Não, eu...

      – Esquece a primeira pergunta, já sei a resposta.

      – Não penso voltar a vê-lo – disse Juno então. – Foi uma coisa de uma só noite.

      – Quem te disse isso, ele?

      – Não... além disso, estava a dormir quando deixei o quarto.

      Daisy arqueou as sobrancelhas.

      – Deixaste-o plantado? A um homem pelo qual milhões de mulheres matariam? Estás louca?

      – Não queria acordá-lo – justificou-se Juno. – E deixei-lhe uma mensagem de despedida. Além disso, ele não procurava mais que uma aventura de uma noite e eu também não.

      Era a verdade. Embora o seu coração disparasse de cada vez que pensava nele.

      Daisy pôs Ronan sobre o seu ombro esquerdo e olhou para Juno com olhos penetrantes.

      – E tu como sabes?

      – Porque sei. Estou a ser realista.

      – Não te escondas por trás dessa tolice realista. Há momentos para ser realista e outros para deixar que a ninfomaníaca que tens dentro enlouqueça. Ter uma aventura com Mac Brody deveria fazer parte desta última ideia – Daisy suspirou. – Não posso acreditar que tenhas deixado escapar essa oportunidade.

      – Acabou e não quero falar mais disso.

      – Não faças isso a ti mesma, querida. Desde que conheceste Mac que tenho visto uma faceta de ti que nunca tinha visto e é maravilhoso. A sério, tem sido como ver uma borboleta a sair do casulo. Não te dás conta de que, por fim, estavas a recuperar a alegria de viver? Até usaste o vestido de dama de honor... um vestido, pela primeira vez em seis anos. E depois passaste a noite com Mac. Aposto que estavas morta de medo quando chegastes ao quarto, não é verdade?

      Juno voltou a corar.

      – Talvez um pouco, mas ele foi muito... enfim, foi muito carinhoso.

      – E por que o deixaste plantado?

      – Porque não queria parecer ridícula – confessou-lhe ela. – Pode ser o irmão de Connor, mas também é uma estrela de cinema. Sai com atrizes e modelos lindíssimas... não queria que se mostrasse condescendente comigo de manhã. Teria morrido de vergonha.

      Descobrira algo maravilhoso nessa noite: que o mundo não se afundaria por fazer o que lhe pedia o corpo. Talvez um dia tivesse a coragem suficiente para procurar o que Daisy encontrara, mas iria passo a passo, equilibrando os riscos. Não se ia meter em algo desconhecido nem confiar na sorte para passar depois mais seis anos a apanhar pedaços do seu coração.

      – Eu não sou como tu e o Mac não é o Connor. Uma vez arrisquei tudo e foi um desastre. Não posso voltar a fazê-lo.

      Daisy apertou-lhe a mão.

      – Compreendo, querida, a sério. Tu passaste por algo pelo qual uma rapariga de dezasseis anos nunca deveria ter que passar, mas tens que começar a confiar no teu julgamento no que se refere aos homens se é que queres encontrar a pessoa da tua vida. Não percebes?

      – Sim, bem, o meu julgamento diz-me que Mac Brody só estava interessado numa cambalhota.

      – Mas não sabes isso com


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