O Regresso. Danilo Clementoni

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O Regresso - Danilo Clementoni


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lembra?"

      O Coronel estava pensando em tudo no momento, menos que no trabalho. Mas ela tinha razão. Em jogo tinham coisas muito mais importantes que um estúpido flerte. O fato era que, para ele, aquele flerte não parecia nada estúpido.

      "Claro", respondeu tentando recuperar seu ar autoritário. "Eu não posso esperar para saber o que você descobriu."

      O gordo, que não muito longe, no carro estava ouvindo tudo disse: "Essa cachorra! Todas as mulheres são iguais. Elas nos seduzem, nos levam para as estrelas, e depois agem como se nada tivesse acontecido."

      "Eu acho que os seus dez dólares em breve estarão em meu bolso", disse o magro, com uma grande risada.

      "Na verdade não me importa em nada quem a nossa doutora leva pra cama ou não. Não se esqueça que estamos apenas aqui para saber tudo o que ela sabe." E enquanto tentava ficar mais comodo na cadeira, por causa de uma dor nas costas que começava a surgir, acrescentou: "Deveríamos ter colocado uma boa câmera naquela sala maldita."

      "Sim, talvez debaixo da mesa, para que você ver as coxas dela."

      "Cretino. Mas quem foi o idiota que selecionou você para esta missão?"

      "Nosso chefe, meu amigo. E eu conselho que você evite insultá-lo, pois ele sabe muito bem como colocar escutas e não teria dificuldade até mesmo em colocar neste carro."

      O gordo se assustou e por um momento pensou que seu coração parou de bater. Estava tentando ter uma carreira e insultar o superior direto, não era a melhor maneira de avançar.

      "Pare de falar besteira", disse, tentando ser sério e profissional. "Pense em fazer o seu trabalho bem e faz em modo de voltar à base com algo de concreto." Dito isto, olhou fixamente para um ponto não definido no escuro da noite além do pára-brisa ligeiramente embaçado.

      Elisa tirou da sua bolsa o seu inseparável tablet, apoiou sobre a mesa e começou a percorrer as fotos. O Coronel curiosamente, tentou esticar os olhos para ver algo, mas o ângulo não permitia. Ela, encontrou o que queria, levantou-se e sentou na cadeira ao lado dele.

      "Então," começou Elisa " fique confortável que a história é longa. Vou tentar resumir, o máximo possível."

      Rolando rapidamente com o índice na tela, ela abriu uma foto de uma tábua com inscrições com desenhos estranhos e escritas cuneiformes.

      "Esta é uma foto de uma das tábuas que foram encontrados no túmulo do rei Balduíno II de Jerusalém", continuou Elisa, "que é supostamente o primeiro, em 1119, a abrir o Mearat Hamachpelah, também conhecida como a Caverna dos Patriarcas, onde parece que estão sepultos Abraão e seus dois filhos Isaac e Jacob. Estas sepulturas deveriam se encontrar no subsolo do que hoje é chamado de Mesquita ou Santuário de Abraão em Hebron, na Cisjordânia." Nesse ponto, ela mostrou uma foto da mesquita.

      "Dentro dos túmulos", continuou ele Elisa "o rei teria encontrado, além de inúmeros objetos de vários tipos, até mesmo um número de tábuas que pertenciam a Abraão. Se pensa que podem representar uma espécie de diário que ele teria mantido e onde escreveu os momentos mais importantes da sua vida."

      "Uma espécie de 'registos de viagem'" Jack tentou antecipar, na esperança de fazer uma boa impressão.

      "De certa forma, sim, já que de quilômetros, para a época, ele fez realmente muitos."

      Ao deslizar em outra fotografia, Elisa continuou explicando "Os maiores especialistas da sua língua e do modo gráfico do tempo tentaram traduzir o que foi gravado nessa tábua. As opiniões foram, naturalmente, bastante divididas em algumas partes, mas todos concordaram que este" e ampliou um detalhe da imagem "seja traduzível como 'vaso' ou como 'ânfora dos Deuses'. Depois, há as palavras como 'enterro', 'secreto' e 'proteção' também bastante claras."

      Jack estava começando a ficar um pouco confuso, mas, acenando com a cabeça, tentou convencer Elisa que estava seguindo tudo perfeitamente. Ela olhou para ele por um momento, em seguida, passou a dizer: "Este símbolo ao invés" e tocou na tela para torná-lo o mais claro possível, "segundo alguns, deve ser uma sepultura: o túmulo de um Deus. E esta parte deve descrever um dos Deuses que adverte ou, até mesmo, ameaça o povo se reunido em torno a ele."

      O Coronel, um pouco por causa do álcool, um pouco pelo perfume inebriante que emanava Elisa ao seu redor, e um pouco mais pelos olhos dela, nos quais estava mergulhado, não estava entendendo mais nada. Ele continuou, no entanto, a acenar como se tudo fosse claro.

      "Então, resumindo," continuou Elisa notando o embaciamento de Jack" os espertos interpretaram o conteúdo desta tábua, como uma representação de um evento que ocorreu na época de Abraão em que um suposto Deus ou, mais genericamente Deuses, teriam secretamente enterrado perto de sua sepultura, algo muito precioso, pelo menos para eles."

      "Parece uma afirmação muito genérica" começou Jack, tentando dar-se uma voz. "Para dizer que tem algo valioso enterrado perto da sepultura dos Deuses, certamente não é como ter as coordenadas GPS. Pode se referir a qualquer coisa a qualquer lugar."

      "Você está certo, mas todas as inscrições, especialmente aqueles de muito tempo, devem de alguma forma ser interpretadas e contextualizadas. E é por isso que existem os especialistas e, aliás, eu sou um deles." Assim dizendo, começou a imitar os movimentos de uma modelo sendo fotografada pelos paparazzi.

      "Ok,ok. Eu sei que você é competente. Mas agora tenta explicar alguma coisa para nós, pobres mortais."

      "Basicamente," falou Elisa depois de se recompor "depois de analisar e comparar artefatos históricos de todos os tipos, histórias verdadeiras, lendas, rumores e assim por diante, as maiores "cérebros" da terra afirmaram que esta reconstrução tem certamente um fundo verdade. Nesta base, eles têm desencadeado arqueólogos de todo o mundo em busca desse lugar misterioso."

      "Mas então, em tudo isto, o que tem a ver o ELSAD? " O Coronel estava recuperando as suas funções cerebrais. "Foi-me dito que esta pesquisa tinham como escopo recuperar artefatos fantasmagóricos de origem alienígena."

      "E talvez seja exatamente isso", disse Elisa. "E agora a opinião geral é que estes famosos "Deuses", que nos tempos antigos vagam pela Terra, seriam simplesmente humanoides vindos de um planeta fora do nosso sistema solar. Devido à alta tecnologia e grandes conhecimentos médicos e científicos, não era tão difícil que fossem confundidos com deuses capazes de realizar todo tipo de milagre."

      "Sim", Jack interrompeu. "Eu também, se chegasse com um helicóptero apache em uma tribo da Amazônia central e começasse a lançar mísseis em todos os lugares, eu poderia ser confundido com uma divindade raivosa."

      "Este é exatamente esse o efeito que deve ter produzido essas criaturas sobre os homens da época. Alguns dizem até que teriam sido os alienígenas a incutir no Homo Erectus a semente da inteligência, transformando-os, em poucas dezenas de milhares de anos, no que hoje conhecemos como Homo sapiens sapiens."

      Elisa olhou atentamente para o Coronel, que parecia estar cada vez mais surpreendido e decidiu afundar um golpe baixo. "Na verdade, como chefe desta missão, eu pensei que você fosse mais informado."

      "Eu também pensei." Jack falou. "Obviamente, nos altos planos seguem a filosofia do: quanto menos se sabe melhor é." A raiva estava começando a tomar o lugar da doçura anterior.

      Percebendo isso, Elisa colocou sua mão sobre a mesa e ficou a poucos centímetros do rosto do Coronel, que por um momento prendeu a respiração pensando que ela queria beijá-lo, e exclamou: "Agora vem a melhor parte."

      Com um movimento rápido voltou ao seu lugar e mostrou outra fotografia. "Enquanto todos se jogaram


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