Amor Como Este . Sophie Love

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Amor Como Este  - Sophie Love


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ficar no quarto encardido durante um mês inteiro, mas conseguiu arrancar um “Obrigada”. E ela que pensava que conseguiria ficar em uma favela durante um mês!

      “Você precisa de um tempo para se acomodar antes de conhecer Shane?” perguntou Orin.

      Keira franziu a testa, confusa. “Quem é Shane?”

      “Shane Lawder. Seu guia turístico. Para o festival,” explicou Orin.

      “Claro,” Keira disse, lembrando das anotações de Heather, em que dizia que haveria um guia turístico. “Sim, por favor, gostaria de conhecer Shane.” Ela não tinha desejo algum de continuar no quarto, então largou sua mala na cama e desceu a escada barulhenta.

      “Shane!” Orin gritou enquanto voltava para sua posição atrás do balcão.

      Para a surpresa de Keira, foi um músico de violino que respondeu. Ele largou seu instrumento—embora o grupo de músicos com quem ele estava tocando continuou como se nada tivesse acontecido—e veio até o bar.

      Debaixo da barba irregular, Keira podia ver que ele tinha um queixo esculpido. Na verdade, se não fosse o cabelo, o qual precisava desesperadamente de um corte, e roupas desmazeladas, Shane seria bem bonito. Keira se sentiu culpada por pensar isso, especialmente porque as coisas com Zach estavam tão delicadas no momento, mas ela se lembrou do lema de Bryn: Não há nada errado em olhar.

      “Você não se parece muito com um Joshua,” Shane disse enquanto apertava a mão dela.

      “Oh, ninguém lhe contou?” Keira disse. “Houve um imprevisto, então vim no lugar dele. Desculpe.”

      Shane deu-lhe um olhar atrevido. “Porque você esta se desculpando? Prefiro mil vezes passar trinta dias com uma moça bonita como você. Sem querer ofender o tal do Joshua, tenho certeza que ele é atraente o bastante, mas não parece ser o meu tipo. Sabe, por ser homem e tudo mais.”

      Keira engoliu seco. Ela não esperava que um irlandês fosse tão direto. Mas lembrou-se de Zach e repetiu o mantra em sua mente que estava apenas olhando.

      Enquanto Shane colocava um banco do lado dela, Orin colocou um Guinness na frente de cada um. Keira lamentou silenciosamente. Ela não conseguia lidar com tanto álcool!

      Shane deu um grande gole em sua bebida e, então, esparramou alguns documentos em cima da bancada do bar.

      “O Festival do Amor dura trinta dias,” ele explicou. “A maioria das atividades não começa até o período da noite, então preparei um itinerário de lugares que podemos visitar enquanto você estiver aqui, para que tenha uma melhor noção do país como um todo. Começaremos com Burren para os cenários serranos, depois as falésias de Moher para ver o oceano e, então, vamos para o próximo condado, Kerry, para a linda mansão antiga em Killarney, e depois adiante para Dingle.”

      “Achei que você seria meu guia somente no festival,” Keira disse. “Não no país inteiro.”

      “Você vai enlouquecer se não sair um pouco de Lisdoonvarna durante o dia,” Shaine explicou. “A imensa quantidade de grupo de pessoas indo e vindo, é um pouco demais.”

      Keira riu em silêncio para ela mesma. Ela seriamente duvidava que Lisdoonvarna fosse tão agitado durante o festival como era a cidade de Nova York em um dia normal.

      “Tem muita bebida,” continuou Shane. “Algumas das festas se estendem até a manhã do dia seguinte. Eu digo algumas, mas na verdade é a maioria.”

      Keira pensou na despedida de solteiro barulhenta no voo e se perguntou se iria conseguir dormir durante o próximo mês.

      “Isso parece ótimo,” ela disse, olhando para o itinerário. “Mas precisarei de algum tempo todos os dias para escrever. Não dá para ser só diversão e jogos.”

      Shane sorriu maliciosamente para ela. “Você acabou de chegar e já está pensando em trabalho?”

      “Sou obrigada,” explicou Keira. “Isso é muito importante para mim. Não quero estragar tudo.”

      “E não estragar tudo equivale a não soltar o seu cabelo?”

      Keira não estava no clima de ser desafiada sobre suas opções de vida. Ela teve mais do que o suficiente disso de Zach e sua mãe.

      “Apenas significa reservar um tempo por dia para escrever,” ela contestou, soando um pouco irritada.

      A expressão de Shane continuou com um tipo entretido de sorriso malicioso. Ele bebeu de uma só vez de sua caneca. “Você é um daqueles tipos sérios, não é?” ele disse espirituosamente. “Só trabalho e nenhuma diversão.”

      Keira lhe lançou um olhar indiferente. “Não sei como você pode presumir que sabe algo sobre mim,” ela disse. “Você me conhece por cinco minutos.”

      Shane continuou sorrindo. Ele não respondeu, como se o argumento já estivesse se resolvido.

      Keira ficou nervosa. Ele era bonito, verdade, mas se continuasse assim iria deixa-la irritada. Ela não sabia se conseguiria lidar com provocações e bebida durante trinta dias, e não ter espaço para escrever.

      Talvez essa tarefa fosse mais difícil do que ela esperava.

*

      Keira finalmente conseguiu saiu do bar à meia-noite. Ela perdeu a conta do número de Guinnesses que Orin e Shane beberam, mas para a sorte dela eles tinham parado de persuadi-la a beber com eles. Mesmo assim, sua cabeça estava rodando quando subiu as escadas para o seu quarto.

      Ela fechou a porta, mas a batida da música e a animação no andar de baixo não parou. Keira sentia-se preocupada, tensa. Ela verificou o celular, mas constatou que não havia nenhuma mensagem de Zach. Ele definitivamente já teria tido tempo de ler as mensagens. O que significava que ele estava lhe dando o tratamento silencioso. Que maduro, Keira pensou.

      Pelo menos ela tinha recebido respostas de Nina e Bryn, junto com uma infinidade de perguntas. Ela enviou uma mensagem para Nina—que iria editar o artigo—para dizer que seu itinerário estava lotado e para ela não esperar qualquer trabalho por um tempo. Para Bryn, ela enviou uma mensagem fornecendo uma breve descrição dos traços físicos de Shane e alguns emojis de chama.

      Todavia, ele é um saco. Um desses caras arrogantes que acha cativante zoar com a sua cara.

      A resposta de Bryn chegou rapidamente. É cativante.

      Keira riu e guardou o celular. A música no andar de baixo com certeza iria mantê-la acordada por algumas horas, então era melhor ficar um tempo no laptop. Ela o tirou da mala e começou a escrever um e-mail para Elliot com algumas de suas ideias iniciais para o artigo. Graças a todos os Guinnesses, ela foi capaz de adotar um tom ainda mais crítico do que tinha antecipado.

      Se você já se perguntou qual o cheiro de décadas de pisoteio de Guinness estagnado em um carpete, então não precisa procurar além do St. Paddy’s Inn em Lisdoonvarna, Condado de Clare. Na forma de uma americana exótica, minha chegada aqui provocou uma onda de hospitalidade irlandesa sufocante. Digo sufocante, porque recusar as ofertas de quantidades abundantes de álcool simplesmente não era uma opção, daí o cheiro de Guinness estagnado já mencionado que impregna cada centímetro dessa espelunca escura e sombria. Na verdade, o lugar está tão saturado de Guinness, que os carpetes, cortinas e papeis de parede são pegajosos ao toque. Vamos apenas dizer que não me surpreenderia se a água do meu banho matinal (na suíte antiquada e apertada) fosse preta e espumosa.

      Ela continuou no mesmo tom sarcástico. Mesmo sabendo que era cruel depreciar a pousada e as pessoas amigáveis que tinha conhecido, ela não conseguia evitar.

      Ela terminou e clicou enviar. Elliot respondeu quase que imediatamente com um elogio.

      Continue nesse ritmo Keira. Isso vale ouro!

      Naquele momento, o celular de Keira tocou. Era Bryn. Keira suspirou, sabendo que não iria conseguir mais trabalhar naquela noite. Ela fechou o laptop e atendeu o telefone, subindo na cama enquanto atendia.

      “E aí, beleza?” ela perguntou para sua irmã.

      “Acabei


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