Para Todo o Sempre . Sophie Love

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Para Todo o Sempre  - Sophie Love


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como estou feliz em ver você”, Emily disse, olhando para ele. “Meu dia foi péssimo, literalmente, a partir do momento em que acordei”.

      Daniel se sentou ao seu lado. “Como assim?”

      Emily o presenteou com a história do Sr. Kapowski, de Lola e Lolly falhando em fazer a única coisa que deveriam fazer, dos belos sapatos que ela havia arruinado pisando em cocô de galinha, do bacon queimado, da partida do Sr. Kapowski e das críticas de Cynthia.

      “Pare para respirar”, Daniel disse, com um sorriso, assim que ela acabou.

      “Não ria de mim”, Emily falou, magoada como uma criança. “Foi um dia realmente difícil e eu gostaria de um pouco do seu apoio”.

      Daniel riu. “Um dia, você vai olhar para trás e ver o lado engraçado. Ou melhor, assim que isso ficar no passado e você tiver a pousada mais bem-sucedida em todo o Estado do Maine”.

      “Duvido que isso vá acontecer”, Emily disse, afundando ainda mais num estado de espírito sombrio. Ela nem sabia ao certo se podia continuar com isso a curto prazo. “O pior é que eu sei que os dois estão certos”, ela acrescentou. “Não sou boa o bastante nisto. Preciso melhorar. E preciso fazer todas as mudanças que Cynthia sugeriu. A pousada que ela gerenciou quando era mais nova foi uma das melhores no Maine. Se não aceitar seus conselhos, estarei sendo uma idiota”.

      “Quanto trabalho precisa ser feito?” Daniel perguntou.

      “Muito. Cynthia disse que preciso aprontar os outros dois quartos imediatamente. Precisam ter esquemas de cores diferentes e preços diferentes das diárias, para que os hóspedes sintam que têm algum tipo de escolha, para fazê-los se sentir no controle. Ela disse que provavelmente as pessoas escolherão o quarto com preço médio, porque não querem parecer mesquinhos para seu parceiro ou parceira, mas que sempre haverá um tipo de pessoa que escolhe o mais barato, sempre, e outro que prefere o mais caro”.

      “Uau”, Daniel disse. “Não sabia que havia tanto a pensar a respeito”.

      “Nem eu”, Emily replicou. “Entrei nisso cega e ingênua. Mas quero fazer dar certo, quero mesmo”.

      “Então, o que você precisa mudar?” De quanto tempo vai precisar?”

      “Quase tudo”, Emily disse, desanimada. “E preciso deixar tudo pronto o quanto antes. Vai consumir o resto das minhas economias. Calculei que terei apenas o bastante para manter este lugar funcionando até o Quatro de Julho. Então, um mês”.

      Imediatamente, ela notou a mudança na linguagem corporal de Daniel, uma quase imperceptível mudança, seu corpo se afastando dela. Tinha plena consciência de que ela estava pondo um limite de tempo no romance deles, assim como no seu negócio, e parecia que Daniel já estava se distanciando, ainda que fosse por apenas poucos centímetros.

      “Então, o que vai fazer?” ele perguntou.

      “Vou correr atrás”, ela disse, decidida.

      Daniel sorriu e assentiu. “Por que fazer algo pela metade?” ele disse.

      Pôs o braço ao redor dela e Emily se apoiou nele, aliviada pela distância entre os dois ter sumido. Mas aquilo era algo que não esqueceria facilmente.

      Ela havia dado início a um cronômetro para contar o tempo do relacionamento deles e os segundos estavam passando rápido.

      CAPÍTULO SEIS

      “Esta cômoda ficaria perfeita no quarto menor”, Emily disse, seus dedos passando pela parte de cima do móvel de pinho, enquanto olhava para Daniel.

      Seu coração acelerou enquanto se apaixonava, como sempre, pelas joias escondidas na loja de antiguidades de Rico. Podia ver a animação de Daniel também, ao examinar o móvel; era um bônus saber que este também era o lugar favorito deles para um encontro.

      Ambos gostavam da adrenalina de descobrir itens raros e exóticos para a pousada, mas também adoravam a infinita fonte de entretenimento que o homem velho e esquecido oferecia. Apesar da memória a curto prazo de Rico não ser confiável, sua habilidade de se lembrar do passado não tinha páreo, e ele frequentemente contava anedotas inesperadas sobre o pessoal da cidade, ou dava verdadeiras aulas de história sobre Sunset Harbor em si. Também sempre havia mais um bônus: Serena, que, apesar de ser quinze anos mais nova, era alguém que Emily considerava uma boa amiga.

      Então, Emily levantou os olhos e viu um grande e requintado espelho com moldura dourada.

      “Ah, e este ficaria perfeito também”.

      Ela flutuava pela loja e Daniel a seguia, indo de um guarda-roupa para outro. Enquanto caminhava, anotava os preços e códigos nas etiquetas dos itens pelos quais se interessava, para dar a lista a Rico depois. Estava comprando vários itens, afinal, e era melhor não confundir o coitado.

      “E este aqui?” Emily perguntou a Daniel, olhando para uma grande cama com dossel. “Cynthia disse que as camas precisam ser maiores. Que preciso fazer os hóspedes se sentirem como a realeza”.

      Daniel cruzou a loja, de onde estava examinando algumas banheiras de pedra para pássaros, e parou ao lado dela.

      “Uau. Quero dizer, sim, seus hóspedes definitivamente se sentirão como a realeza dormindo nesta cama. É enorme. Você tem tanto espaço?”

      Emily puxou uma fita métrica e começou a anotar as dimensões da cama, e então consultou uma tabela que vinha guardando em seu bolso. Havia anotado todas as dimensões para não comprar móveis que terminassem não cabendo muito bem nos quartos. O plano era, incialmente, renovar os dois outros quartos principais, investindo todo o seu dinheiro reserva para torná-los o mais perfeitos possível, e então expandir rapidamente para vinte quartos – aqueles que teriam diárias mais baratas – assim que o dinheiro dos primeiros três começasse a chegar.

      “Definitivamente, caberia na suíte nupcial!” Emily falou, radiante. A bela cama estava deixando-a animada; e a ideia de comprá-la e colocá-la em um dos quartos era muito empolgante.

      Daniel se aproximou para ver o preço. “Já viu como é cara?”

      Emily se inclinou e leu a etiqueta. “Pertenceu a um aristocrata norueguês do século 15”, ela leu. “É claro que custa caro”.

      Daniel encarou-a, surpreso. “Por que não está preocupada? A Emily que eu conheço estaria hiperventilando agora”.

      “Ha. Ha”, Emily falou, irônica, apesar de saber que ele estava falando a verdade. Ela era uma eterna preocupada por tudo na vida, mas, desta vez, algo havia mudado. Talvez fosse aquela sensação de tique-taque, daquela ampulheta, da areia escoando pelo contador de tempo do relacionamento deles. A finalidade disso tudo a fez jogar a cautela pela janela. “É preciso gastar dinheiro para ganhar dinheiro, certo?” disparou, ousada. “Se eu me limitar agora, vou pagar por isso mais tarde. A pousada vai implodir”.

      “Isso é um pouco dramático”, Daniel disse, rindo. “Mas sei o que quer dizer. Precisa investir agora, construir a fundação”.

      Emily respirou fundo.

      “Correto, bom. Agora, você está do meu lado, estou pronta para fazer isso”.

      A ideia de gastar tanto dinheiro de suas reservas, de terminar se equilibrando tão precariamente na borda da falência, não era algo que Emily apreciava fazer. Nunca havia sido esse tipo de pessoa, impulsiva. Geralmente, era cautelosa e comedida, avaliando os prós e contras de cada situação antes de se comprometer – quer dizer, até dramaticamente deixar seu emprego, apartamento e namorado em Nova York e fugir para o Maine. Talvez, fosse mais impulsiva do que imaginava. Ou, talvez, essa característica estivesse surgindo em seu interior à medida que ficava mais velha. Foi assim que Cynthia havia se tornado tão excêntrica? A cada ano que passava, ela acrescentava outra cor luminosa a seu guarda-roupa, tingia seu cabelo de outra cor bizarra? Apesar de gostar muito de sua querida amiga, Emily estremeceu


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