Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5). Amy Blankenship

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Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5) - Amy Blankenship


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“É bom finalmente conhecer o verdadeiro ‘ás na manga’ de que o Storm fala desde que o conheço.”

      Ren rangeu os dentes, mas aceitou a mão estendida de Zachary e acenou a Angelica antes de se afastar para o lado para os deixar entrar. Conhecia todas as caras do elenco da PIT e quais eram os seus dons. Tinha feito questão de memorizar os perfis de todos os membros da PIT pouco depois de Storm o ter acolhido.

      Storm tinha adicionado notas à versão bloqueada dos perfis, que Ren transferira mentalmente também. Storm tinha razão – provavelmente sabia mais sobre eles do que eles sabiam sobre eles próprios.

      Zachary era um miúdo meio rebelde, com o que Storm tinha descrito como uma dupla personalidade – num minuto, Zachary estava a brincar e no seguinte já era capaz de ser tão mortífero como uma cobra assanhada. Tinha visto notícias sobre o incêndio que destruíra a casa de um barão da máfia há uns tempos atrás e toda a situação tinha o nome da PIT, mais especificamente do Zachary, muito bem estampado. Na manhã seguinte, Zachary submetera o relatório no sistema da PIT e confirmara as suspeitas de Ren.

      O poder de Angelica era um pouco mais complicado, sendo capaz de matar demónios usando a magia com que tinha nascido. Uma vez, Storm referira-se a ela como ‘a chave’, mas nunca disse o que é que ela abria.

      O ficheiro dela era o maior de todos, como se Storm tivesse documentado todos os movimentos dela desde a nascença. Ren não percebia porquê, mas de momento também não queria saber. Sem uma palavra, fechou a porta e dirigiu-se à divisão que servia de escritório. De alguma forma sabia que o iriam seguir.

      “Então…” – disse Zachary ao fim de menos de um minuto de silêncio incómodo – “Gostas de viver aqui sozinho?”

      “Não” – disse Ren. “Tenho novos colegas de casa.”

      Angelica esboçou um sorriso ao ver a expressão perplexa que surgiu no rosto de Zachary. “Acho que ele está a tentar quebrar o gelo.”

      “Não está a correr muito bem” – respondeu Ren, sentindo-se já apertado.

      “Eu sei” – admitiu Angelica. Reconhecia um tipo solitário quando o via.

      Zachary dirigiu um olhar de gozo a Angelica. “Ei, era suposto estares do meu lado.”

      “Porquê?” Angelica riu. “Acredites ou não, alguns de nós podem passar dias de boca fechada. Já tu… É uma grande sorte passar dois segundos sem te ouvir a tagarelar sobre qualquer coisa.”

      “Também sei ficar calado!” Zachary exclamou. “Vais ver!”

      Zachary começou então a esticar-se no sofá e cruzou os braços sobre o peito, com os lábios comprimidos numa linha fina. Angelica revirou os olhos antes de se levantar para ver melhor o sistema informático que Storm tinha criado.

      Ren observou-a de perto, pronto para responder a quaisquer questões que ela pudesse ter e olhou de relance para Zachary. Por algum motivo, o outro homem tinha encontrado algo muito fascinante nos botões da sua camisa. Ren fez uma contagem mental de cinco para um antes de ocorrer a inevitável explosão.

      “GAH!” Zachary gritou. “Não aguento isto.”

      Ren riu-se, fazendo com que Angelica e Zachary olhassem para ele com surpresa. Não durou muito e Ren passou a mão pelo cabelo antes de receber os outros. “Estejam à vontade para explorar o castelo, há imensos quartos.” – disse ele assim que os vestígios de humor desapareceram do seu rosto.

      Angelica acenou – “Vou buscar a minha mala.”

      Quando ela saiu, Ren olhou para Zachary e deu por si frente a frente com o outro lado da sua personalidade borbulhante. “Estou curioso. Quais são os teus poderes?”

      “O teu” – Ren esboçou um sorriso afetado – “e o da Angelica e o de qualquer pessoa que estiver ao alcance do meu súcubo.”

      Zachary virou a palma da mão para cima e abriu-a, visivelmente satisfeito por ainda ter os seus poderes.

      “Eu não disse que retirava o teu poder” – Ren encolheu os ombros, recusando-se a fazer truques de cortesia para demonstrar o que estava a dizer. Fixou o olhar nos olhos de Zach e viu o homem perturbado por trás da máscara. “Ao aproximares-te de mim, estás a dar-me o mesmo poder” – afirmou ele para ser mais claro.

      “Eu tomo conta da Angelica enquanto ela estiver aqui” – anunciou Zach do nada.

      “Eu não sou ama de ninguém, podes tomar conta de toda a gente que aparecer” – corrigiu Ren. “Não é esse o meu trabalho.”

      Zach acenou como se tivesse acabado de ganhar uma guerra de estratégia – "Eu sei que o Storm está a reunir um exército."

      Ren assentiu – “Sim.”

      “Ele vai precisar” – Zach esfregou as mãos nas pernas e levantou-se. “Quem mais é que ele chamou para isto?”

      “Tanto quanto sei, quase toda a gente” – respondeu Ren. “Mas há alguns que ele não conseguiu localizar.”

      “Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?” Perguntou Zach.

      Ren fez um gesto com a cabeça na direção do computador. – “Encontra aqueles que o Storm não conseguiu encontrar. Ele fez uma lista de todos os que ainda estão desaparecidos em combate.”

      Zach sorriu e caminhou na direção do computador. “Vejamos quem é que o todo poderoso não encontrou.”

      Ren observou, completamente fascinado com a sua total mudança de atitude. Não sabia de que lado gostava mais – mas sabia em qual é que confiava mais.

      Capítulo 4

      Angelica deitou-se na cama com um par de almofadas apoiadas contra a cabeceira da cama para tentar evitar dormir, o seu novo passatempo favorito. Assim que voltou para dentro com a sua mala, percebeu que Zachary tinha ligado o interruptor com Ren, pois este estava sentado no sofá a observá-lo. Zachary tinha-lhe dito para escolher um quarto e dormir um pouco, por isso ela tinha alegremente fingido fazê-lo.

      Tinha percorrido os longos corredores durante alguns momentos antes de escolher aleatoriamente uma porta e abri-la. Ao ver o interior, sorriu e pousou a sua mala na cama. O quarto estava decorado em tons de roxo com detalhes dourados e em tons mais claros de lavanda.

      A cama era enorme, provavelmente de tamanho imperial, com um belo dossel, almofadas decorativas em tons de dourado e lilás e um edredom. Os lençóis e as fronhas eram em tom de lavanda e quase que se riu das pequenas borlas douradas nos cantos das almofadas.

      Havia um grande armário no lado oposto do quarto. Quando o abriu, esperava vê-lo repleto de vestidos de baile antiquados. Para sua desilusão, estava vazio. Na parede oposta à da cama, havia um antigo toucador com um espelho enorme.

      Junto à cama, havia uma escrivaninha com algumas canetas e uma pilha de papel, juntamente com uma nota a informar que a porta de dados para o seu portátil estava junto à parede por baixo da secretária. Angelica quase se rira ao ler isto e dobrou-se para espreitar. Viu logo o ponto de acesso e imediatamente retirou o seu portátil e ligou-o.

      Da sua posição preguiçosa na cama, tinha uma vista perfeita através das portas da varanda para o luar refletido no oceano. Sorriu, pois era uma varanda mesmo fantástica.

      A maioria das pessoas que a conhecia acharia que ela não era dada a essas coisas femininas. Mas todas as meninas têm a fantasia de serem princesas num castelo e ela não era exceção. Até costumava fingir que era a Cinderela ou a Bela Adormecida, esperando que o seu príncipe chegasse e a levasse para longe.

      Era uma pena que já não acreditasse na teoria de um cavaleiro com armadura reluzente que a viesse salvar dos demónios maus que rodeavam o castelo.

      Com um suspiro, Angelica olhou novamente para o seu desenho e esboçou mais algumas linhas antes de pousar o lápis na mesa de cabeceira ao lado da cama. Com ele pousado no colo, levantou a mão e estudou a sua palma onde o símbolo estava impresso. Não era uma queimadura ou uma tatuagem de qualquer tipo, estava simplesmente


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