Para Sempre e Um Dia . Sophie Love

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Para Sempre e Um Dia  - Sophie Love


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triste. “Prefiro Jack, com suas mãos manchadas de tinta, do que aqueles três.”

      Amy veio com outro bastão de perfume, com um olhar concentrado.

      Sem falar nada, agarrou o braço de Emily e passou a nova fragrância no pulso, em cima do primeiro. Amy cheirou. Franziu a testa. Cheirou novamente. Então sorriu.

      “Acho que consegui,” disse ela.

      Emily concordou, desanimada: “Sim, este é bom”.

      “Você não gostou?” perguntou Amy.

      “Não é isso,” interrompeu Jayne. “Emily conheceu os padrinhos escolhidos por Daniel hoje”.

      Amy levantou uma sobrancelha. “Hã? Os amigos misteriosos de Daniel?”

      Jayne agarrou o braço de Amy. “Você não vai acreditar. Eram aqueles três no lobby!

      Os olhos de Amy se arregalaram. “Os que eu quase mandei para o inferno?”

      “Exatamente”.

       Amy olhou para Emily. “Ai, amiga. Eu sinto muito.”

      Emily se encolheu novamente. Os amigos de Daniel eram broncos, mas ela estava revelando um lado muito desagradável da própria personalidade e das amigas. Sabia que estavam sendo críticas e mesquinhas. Mas não conseguia evitar.

      “Olha”, disse Amy, assumindo a situação como costumava fazer. “Por que não vamos embora já que encontramos o perfume, e voltamos para a pousada? Podemos tomar alguns drinques com eles e com Daniel, bater um papo. E então podemos ir a fundo sobre o passado deles. Descobrir tudo. Quem são, o que fazem. Descobrir uma fofoca escandalosa”.

      “São justamente as fofocas escandalosas que me preocupam”, Emily respondeu sombriamente. “Eu simplesmente não entendo como Daniel pode ser quem ele é com esse passado misterioso e esses amigos estranhos. Nada disso combina. Existe o jovem Daniel que odiava sua vida em casa, reprovava na escola e quase fugiu, e que era amigo daqueles três. E existe o Daniel do Tennessee, aquele que gerou uma criança e bateu em um cara até quase matá-lo. Nenhum deles é meu Daniel. E isso me assusta.”

      Amy tentou consolá-la. “Você só está estressada com o casamento. É normal. Todo mundo tem segredos do passado”.

      “Mas nem todo mundo os esconde como o Daniel”.

      “Ele só está envergonhado”, disse Jayne. “Eu estaria se aqueles fossem meus amigos!” brincou.

      Emily queria deixar suas amigas levantarem seu astral, mas aquilo não estava ajudando. A ideia de todos eles sentados em torno de uma mesa conversando, sem mencionar o álcool adicionado à mistura, não parecia muito atraente para ela. Mas cedo ou tarde isso iria acontecer. Talvez fosse melhor acabar logo com aquilo.

      “Ok, tudo bem”, disse Emily. “Vamos resolver logo isso”.

      Amy pagou pelo perfume, trocando cartões de visita com a atendente, e então saíram da loja. As amigas de Emily uniram os braços aos dela, apoiando-a, como sempre, a cada passo do caminho.

      “Não sei que tipo de pessoa eu seria sem vocês”, disse Emily enquanto caminhavam juntas de volta para o carro.

      “Eu sei”, disse Amy com um brilho travesso em seus olhos. “Você seria uma pessoa muito menos cheirosa!”

      CAPÍTULO CINCO

      Aquela era uma mistura esquisita de pessoas, para dizer o mínimo. O único alívio que Emily sentia enquanto olhava para a estranha variedade de rostos ao redor da mesa da varanda era que seu pai e Chantelle não estavam aqui, já que estavam muito ocupados em seu trabalho na estufa.

      A conversa era forçada e artificial. Nem mesmo a cerveja parecia ajudar.

      “Então, como vocês se conheceram?” perguntou Amy, evidentemente tentando ser o mais simpática possível.

      “Sou o amigo mais antigo de Daniel,” disse Stuart. “Eu o conheci na escola, lá atrás. Na época em que ele ainda se chamava Dashiel!”

      “Quanto menos falar sobre isso, melhor, obrigado,” respondeu Daniel. Ele preferiu mudar o nome, igual ao do pai, quando ainda era muito novo.

      “Eu entrei para a gangue no ensino fundamental”, acrescentou Evan. “Pegamos o Clyde no ensino médio.”

      “Daí em diante, nos metemos em encrenca”, terminou Clyde. “Então, cada um seguiu um caminho diferente”.

      “Mesmo assim, Daniel foi o único que se mudou para outro Estado,” acrescentou Stuart. “Talvez para ficar longe de nós”. Ele riu.

      Emily refletiu. Talvez Daniel quisesse recomeçar longe de seu passado quando foi para o Tennessee.

      “Nada como um casamento para reunir velhos amigos,” disse Clyde. “Bem na hora, Danny Boy”, disse Stuart, agarrando Daniel com força pelo pescoço. “Acabei de entrar em liberdade condicional”.

      Emily tomou um grande gole de bebida. Então, sentiu Amy e Jayne se mexerem desconfortavelmente ao seu lado.

      “Por que foi preso?” perguntou Jayne.

      Amy e Emily fuzilaram-na com o olhar. Jayne estava nitidamente querendo puxar conversa e, com seu hábito de não pensar mais que um milésimo de segundo antes de falar, fez a pergunta que estava na mente de todos.

      “Só por dirigir embriagado”, disse Stuart, encolhendo os ombros, como se não fosse nada de mais.

      Emily começou a sentir muito calor. Ela puxou a gola de sua camisa.

      “Ah,” disse Jayne, suspirando de alívio. “Eu estava preocupada, pensando que você ia dizer assassinato ou algo parecido”.

      Clyde e Evan riram alto. Emily chutou Jayne sob a mesa.

      “Ele já se safou dessa acusação,” informou Clyde a Jayne.

      Os olhos dela se arregalaram, sem acreditar. “Sério?”

      Clyde e Evan riram ainda mais alto desta vez.

      “Não!” exclamou Clyde. “Mas você deveria ter visto a sua cara”.

      Jayne não foi a única que não conseguiu entender a piada. O próprio Stuart parecia furioso.

      “Olha quem fala, Clyde”, disse ele. “Eu não sou o único sentado nesta mesa que já esteve preso!”

      Emily queria sumir. Esses caras pareciam completamente instáveis. Chega de descobrir os segredos deles; quanto mais revelavam, menos ela desejava saber.

      “Vocês devem ter algumas histórias engraçadas sobre Daniel”, disse Amy, tentando acalmar a situação.

      Daniel enrubesceu. “Ai, meu Deus, não, melhor não”.

      Mas era tarde demais. Os rostos de seus amigos se iluminaram imediatamente.

      “Que bom que você perguntou”, disse Stuart. “O que vocês, senhoras, gostariam de ouvir? Sobre aquela vez em que Daniel ficou bêbado pela primeira vez e acabou rasgando as calças, quando passou por uma cerca de arame farpado, ou sobre como ele perdeu a virgindade?”

      “Nenhuma das duas”, disse Emily, sacudindo a cabeça, sentindo o pânico começar a se instalar.

      Daniel também parecia petrificado com a perspectiva dessas duas histórias serem contadas.

      Stuart cutucou Emily. “Não me diga que vocês ainda não contaram um ao outro todos os seus segredos obscuros?”

      O constrangimento de Emily aumentava cada vez mais. Talvez fosse porque o passado dela era tão difícil e lamacento que não havia forçado Daniel a se abrir mais sobre o dele, mas ela estava começando a se arrepender disso agora. E se as duas histórias fossem tão horríveis a ponto de fazê-la perder toda a vontade de


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