José, O Grande Servo. Juan Moisés De La Serna

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José, O Grande Servo - Juan Moisés De La Serna


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me dizem e não sei mais nada - respondeu José.

      - Veja – disse o homem - de agora em diante, se você estiver de acordo, uma voz em seu pensamento lhe dirá o que você precisa fazer e assim você poderá saber tudo que precisa fazer a cada momento, como seu antepassado o Rei Davi, de quem você já ouviu falar. Você será ensinado e será informado de tudo que precisa saber. Mas terá sua liberdade para fazê-lo ou fracassar, como aconteceu com Davi, que começou fazendo tudo o que lhe diziam e que no final das contas parou de ouvir e passou a servir o Senhor do mal e quando quis se corrigir, tinha tanta miséria em sua Alma que nunca conseguiu se desfazer disso. Sabe como ele morreu? Doente, pois o ALTÍSSIMO vendo que ele estava arrependido e que já não tinha mais remédio, e em pagamento por tudo que havia feito na sua juventude, deu-lhe uma recompensa que foi pagar todos seus pecados na Terra e, portanto concedeu-lhe uma doença grave e seu corpo desintegrou até que ele morreu. Quando sua Alma foi levada diante daquele que julga, foi-lhe dito: - Pelas suas ações, você não seria admitido no Paraíso, mas pela misericórdia do ALTÍSSIMO um lugar foi reservado para você. E sendo o primeiro na Terra, foi o último no Paraíso e Davi ficou muito feliz por ter conseguido entrar. Mas este seu antepassado, quando ainda era amigo do ALTÍSSIMO, um dia lhe disse: - Entre aqueles que saírem da sua semente, um dia nascerá aquele que se chamará O MESSIAS. Mas ele fracassou naquilo que deveria ser, desvirtuando tudo o que estava previsto. Vou explicar. O ALTÍSSIMO vendo que ele já não era digno de ocupar a posição que lhe era destinada disse: - Vamos lhe dar o castigo apropriado! Então organizou para que tudo que tinha de acontecer começasse a desaparecer. E será assim até chegar a ele. E se quando chegar, não tiver mudado, vamos ter de excluí-lo também. Portanto, foi retirando as pessoas que tinham de ser, chegou até sua casa e parou em você. E quando morreu, você poderia ter tido como filho aquele que seria o MESSIAS, mas isso também não acontecerá, pois, seus filhos também foram excluídos e, portanto, do seu sangue e da sua carne não sairá nenhum filho que assim possa ser chamado.

      Isso entristeceu o rosto do menino que quase não compreendia nada, mas o homem continuou dizendo:

      - Mas ainda não explicamos nossa presença, sendo como somos, o que você será no futuro. Somos enviados do futuro para fazê-lo ver que você tem uma missão e também para dizer e questionar se você quer realizá-la. Você terá de deixar os luxos, as riquezas e os criados e se casará com uma mulher que já tem nome e que você já conhece. MARIA. Sim, aquela menina que um dia você tanto gostou. Você terá de trabalhar, sofrer. Muitas coisas acontecerão e você criará uma família com o suor do seu rosto e com o trabalho das suas mãos. Seu trabalho será o de carpinteiro, mas tudo isso se você aceitar.

      José disse que sim e o homem respondeu:

      - Espere um pouco, não seja tão rápido quando tem de responder. Lembre-se dos conselhos do seu pai que tanto o ama. Ouça primeiro, pense e finalmente responda com calma.

      - Meu senhor, não preciso pensar muito pois quero servir ao ALTÍSSIMO a qualquer momento e lugar. E sobre as coisas que me contou, não sei nada e a única referência que tenho são as suas palavras. Como você diz, também tenho liberdade. Se em determinado momento for contra minha consciência ou meus princípios tudo fica em paz, mas pelo menos minha resposta não vai me fechar uma porta que está se abrindo - respondeu José.

      - Você se expressou bem! – respondeu o homem.

      Eles se sentaram à mesa prontos para comer, mas o menino disse:

      - Espere, explique sobre o fato de que o que eu comer agora depois não poderei degustá-lo.

      E o homem riu com vontade e disse:

      - Esta comida é a comida que um dia você terá em sua casa e como é sua, coma sem arrependimentos pois como você pode ver há muita e não irá faltar.

      Neste momento entrou a mulher vindo da cozinha. O menino olhou para ela e viu espantado que era uma mulher que deveria ter cerca de dezoito anos e tinha uma beleza muito especial. Ela olhava em seus olhos e mais uma vez ele sentiu o rosto corar. Ela disse:

      - José, olhe para mim. Você já sabe meu nome. É MARIA. Um dia vamos ser marido e mulher, mas nosso casamento será diferente de todos pois não teremos filhos naturais. E apesar de vivermos e dormirmos juntos e dos nossos corpos se aquecerem, em nenhum momento seremos marido e mulher da maneira como as pessoas compreendem. E sua semente nunca estará em mim e vamos criar um filho que será o MESSIAS.

      Ela disse tudo isso enquanto o servia, depois sentou-se à mesa e comeu.

      Eles conversaram sobre vários assuntos e quando terminaram de comer, José disse:

      - Espere que tenho várias perguntas e quero que você me responda. Conforme você diz, você é o que eu um dia serei e está aqui por ordem do ALTISSIMO para me informar sobre meu futuro e para que eu não me desvie DELE. E eu aceitei. Por outro lado, novamente conforme você diz, serei carpinteiro e tudo o que está aqui será meu e eu vou me casar com a menina que conheci. E embora estejamos casados, não terei uma mulher para ter filhos. E além disso, você diz que da minha casa sairá aquele que será o MESSIAS.

      E os dois assentiram. Então ele continuou dizendo: - Não entendo nada! Explique novamente o que eu perdi.

      Os dois riram ao mesmo tempo e quando José ouviu a risada da mulher, sentiu algo tão especial que não pôde deixar de olhar para mulher ao seu lado e dizer:

      - Você é realmente a mesma pessoa que eu conheci. Jamais poderia esquecer sua risada.

      E a mulher assentiu e em seus olhos havia tanta bondade e tanto amor que José não conseguiu se conter e segurou sua mão. Todos ficaram em silêncio e quando José soltou a mão da mulher, o homem disse:

      - De fato é ela! Mas este gesto que você fez será uma das coisas mais difíceis para você. Pois ao ter a mulher que ama ao seu lado continuamente, você vai querer coabitar com ela e terá de se conter. Ela também é muito especial e quando chegar o momento, você verá. Só de tocar suas mãos ou olhar em seus olhos será o suficiente para transformar o desejo em amor puro e assim você passará por aquelas provas que são extremamente difíceis.

      Dizendo isso, eles terminaram de comer. O homem continuou:

      - Venha, vou te dar a primeira aula de como você precisa trabalhar.

      - Espera! – disse o menino e colocou dinheiro em cima da mesa. Era muito.

      - Para que é isso? – perguntou o homem, parecendo surpreso.

      - Em primeiro lugar, tenho de pagar pelo que levei ontem. É pela carga de linha. Em segundo lugar, pela comida. E em terceiro lugar, porque se este é o meu futuro, gostaria que alguém viesse e me desse dinheiro em quantidade suficiente para viver melhor – respondeu o menino.

      - Você realmente não entendeu nada! – disse o homem rindo e separando uma moeda, devolveu o resto. Ele disse: - Com isso as duas coisas estão pagas, a carga de lenha e a comida. O resto não vou cobrar pois você vai trabalhar e este será meu pagamento.

      E ele levou o menino para o bosque. Eles passaram o dia inteiro de um lado para o outro e a única coisa que o homem fazia era falar e mostrar as árvores. Ele explicava:

      - Esta tem madeira para fazer bons móveis, mas ainda é jovem. É preciso esperar pelo menos dois anos antes de cortá-la pois mais tarde a madeira estragaria e os donos dos móveis viriam reclamar. Assim como as pessoas, é preciso dar às árvores tempo necessário para que possam ser úteis.

      Eles retornaram na parte da tarde e o menino foi convidado a cear com eles. Muitas perguntas foram feitas e todas foram respondidas, mas em determinado momento José disse:

      - Tenho várias perguntas para fazer sobre o cajado. Fiz uma consulta e me disseram que é um cajado muito especial. No Templo me disseram que é tão antigo que ninguém sabe interpretá-lo. Peço, por favor, se você puder, falar sobre ele.

      - O cajado é o da sua casa. Você está aqui! – respondeu o homem. O menino olhou e viu apenas um símbolo que não compreendia. O homem continuou: - Antigamente a escrita não


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