Aproximação À Neuropsicologia. Juan Moisés De La Serna
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Aproximação
à
Neuropsicologia
Juan Moisés de la Serna
Traduzido por Francesca Manuli
Tektime editorial
2019
“Aproximação à Neuropsicologia”
Escrito por Juan Moisés de la Serna
Traduzido por Francesca Manuli
1ª edição: novembro de 2019
© Juan Moisés de la Serna, 2019
© Edições Tektime, 2019
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Distribuído por Tektime
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Prefácio
Falar de neuropsicologia é falar de um dos ramos que mais cres-ceram nos últimos anos, uma vez que se baseia nos avanços da psicologia e da neurociência.
O campo da neuropsicologia abrange tanto aspectos teóricos co-mo aspectos práticos de transtornos ou traumas.
Uma área que está sendo cada vez mais solicitada, devido aos grandes benefícios que oferece aos pacientes.
Agradecimentos
Aproveito esse espaço para agradecer a todas as pessoas que co-laboraram para a realização desse texto, especialmente ao Dr. David Lavilla Muñoz, Professor Titular de Comunicação Digital e Novas Tendências, da Universidade Europeia (Espanha) e à Sra. Daniela Galindo Bermúdez, Presidente de Falando com Julis (Co-lômbia): a solução para a comunicação e a aprendizagem de pes-soas com deficiencia.
Dedicado aos meus pais
Índice
Capítulo 1. Bases Neuronais do Cérebro
Capítulo 2. Processos Psicológicos e seu funcionamento
Capítulo 3. Alterações das funções cognitivas e avaliação.
Capítulo 4. Técnicas de intervenção nos processos psicológicos
Capítulo 1. Bases Neuronais do Cérebro
A Neuropsicologia surge da união de dois ramos de conhecimen-to, a psicologia e a medicina, cujo objeto de estudo são os pro-cessos psicológicos, memória, atenção, linguagem…e como esses se desenvolvem com a idade, e se veem alterados pelos transtor-nos de desenvolvimento e problemas associados a traumatismos, doenças ou à velhice.
Em relação ao cérebro, é necessário conhecer suas bases neuro-lógicas, especialmente no que diz respeito a essas capacidades psicológicas pelas quais a neuropsicologia é responsável.
Anatomicamente o córtex cerebral está dividido pelo sulco cen-tral, ficando de um lado o hemisfério direito e do outro o esquer-do, e abaixo de ambos se encontra o diencéfalo, que são estrutu-ras interiores (tálamo, subtálamo, hipotálamo, epitálamo metatá-lamo e terceiro ventrículo) que conectam com o tronco cerebral (mesencéfalo, ponte de Varólio e o bulbo raquidiano).
Os hemisférios por sua vez podem dividir-se em lobo frontal (si-tuado na parte frontal do cérebro), lobo temporal, lobo occipital (situado na parte anterior do cérebro), lobo parietal (atrás do lo-bo frontal, sobre o lobo temporal e na frente do lobo occipital).
O lobo frontal está associado às funções executivas, ou seja, à capacidade de organização, tomada de decisões e supervisão das mesmas. É onde se recebe “toda” a informação, se processa e responde a partir daí. A lesão dessa estrutura leva à desorganiza-ção do comportamento, desinibição sexual e aumento de com-portamentos de risco.
O lobo parietal é o centro da informação sensitiva, com um papel destacado na linguagem, e sua lesão pode provocar discalculia (problemas na aprendizagem de matemática), dislexia (proble-mas na aprendizagem de leitura), afasia (problemas de pronún-cia), apraxia (problemas de movimento), agnosia (problemas de reconhecimento).
O lobo temporal, envolvido em processos de linguagem relacio-nados com o processamento auditivo, igualmente intervém no processamento de imagens complexas. Além disso, participa dos processos de consolidação de memórias a longo prazo. Sua lesão provoca dislexia, afasia e perda da memória verbal.
O lobo occipital é onde se encontra o centro de processamento visual, onde chega toda a informação percebida pela vista através dos nervos óticos. As lesões nessa área provocam problemas de reconhecimento e processamento das imagens captadas.
Com relação à localização de aspectos como a atenção, a lingua-gem ou a memória, existem diferentes estruturas envolvidas em cada uma, e quando se produz a lesão de um dos lobos, ocorre a perda total ou parcial de tal função.
Abandona-se assim definitivamente a teoria localizacionista que governou durante décadas o estudo da neurociência, o qual pre-tendia atribuir a cada região do cérebro uma determinada função psicológica, de modo que a lesão da mesma impedia a pessoa do desempenho de tal função.
Atualmente considera-se que as funções cognitivas estão distribu-ídas no cérebro, e embora existam centros especializados de pro-cessamento de determinadas informações, sejam auditivas, visu-ais, cinestésicas…tudo em seguida se distribui para constituir os registros de memória, por exemplo.
Para podermos adentrar no conhecimento do cérebro, vamos fa-zê-lo com relação ao mundo emocional, que é muito mais com-plexo do que se pode ver a olho nu. Vamos nos aprofundar nos distintos elementos que o compõem.
Quando falamos de componentes da emoção, depende de onde colocamos o foco de atenção para dizer que existem mais ou menos componentes; assim, em uma primeira aproximação, po-demos falar de três expressões da emoção:
- Neurofisiológica, que abrange todas as vias e estruturas neuro-nais particularmente envolvidas em cada uma das emoções, além das respostas vegetativas de vasoconstrição, taquicardia, respiração acelerada e rubor que acompanham as emoções.
- Comportamental, na qual nosso corpo se transforma em “espe-lho” de nossas emoções, manifestando-se de forma involuntária mediante a expressão facial e corporal, tensionando ou relaxando determinados músculos, que pode revelar o que sentimos, inclu-sive quando tratamos de dissimulá-lo. Da mesma forma, esse componente nos fala do que vamos fazer ou não por seguir essa emoção, ou seja, como serão expressados todos aqueles atos mo-tivados em nosso comportamento e na forma em que nos relaci-onamos com os outros.
- Cognitiva, que tem mais a ver com como percebemos nossa própria emoção e a dos outros, e como a interpretamos, ou seja, a vivência subjetiva de nossos sentimentos. A carência de uma adequada educação emocional