Aproximação À Neuropsicologia. Juan Moisés De La Serna

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Aproximação À Neuropsicologia - Juan Moisés De La Serna


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      O primeiro integrador, e mais conhecido, é sem dúvida o córtex cerebral, que recebe a informação procedente da pele, músculos e órgãos dos sentidos, e a partir daí toma as decisões conscientes ou automáticas para manter o equilíbrio. Da mesma forma, o alocórtex (hipocampo) e o mesocórtex receberão inervação vege-tativa, além de informação emocional, encarregando-se de pro-duzir efeitos viscerais.

      Origem dos problemas neuropsicológicos

      No campo das emoções, tanto em termos de estrutura quanto de funcionamento, devemos ter em mente que isso se trata de seu desenvolvimento “normal”.

      Porém, pode haver uma infinidade de fatores que impeçam que esse desenvolvimento chegue “a bom termo”, no caso dos trans-tornos do neurodesenvolvimento, ou que, uma vez desenvolvidas essas habilidades, se percam com o tempo, principalmente nos idosos, ou como resultado de algum trauma ou doença.

      A seguir, dois exemplos de como as habilidades e capacidades da pessoa podem ser afetadas devido às modificações “sofridas” no cérebro.

      Deve ser levada em consideração a estreita relação entre o mun-do psicológico e o cérebro, como é o caso dos traumas. Embora os traumas da infância têm sido a base de muitas teorias psicoló-gicas, começando pelas de Freud, ainda há muito a se conhecer a respeito.

      Uma das limitações dessas teorias psicológicas baseadas nos traumas infantis é que se baseiam na recordação do que aconte-ceu há trinta, quarenta ou cinquenta anos atrás.

      À medida que nos desenvolvemos, vamos formando novas “ca-madas” de experiências na vida, que vão nos moldando como somos e o que fazemos, afetando nossas decisões presentes e fu-turas.

      Às vezes, podemos pensar que essas decisões não são totalmente “livres”, uma vez que podem ser determinadas de alguma forma pela vivência de experiências traumáticas do passado, seja esse próximo ou na infância.

      Uma situação que, com políticas adequadas, pode ser “controla-da”, sobretudo na idade escolar, evitando que os pequenos sejam vítimas de agressões de seus companheiros.

      Tentar explicar o comportamento de um adulto com base no que aconteceu com ele parece uma proposta bastante limitada, mas, igualmente, ignorar os acontecimentos passados, especialmente se esses foram traumáticos, pode ser uma ideia infeliz.

      Pesquisas recentes mostram como o maltrato ou a violência na infância podem deixar marcas no comportamento social, conta-minando e dificultando as relações íntimas com o sexo oposto. Mas, como os traumas infantis afetam o cérebro?

      Isso é justamente o que os cientistas têm tentado descobrir, atra-vés de uma pesquisa realizada em conjunto pelas instituições Hospital Universitário Hamburg-Eppendorf, a Universidade de Würzburg, o Hospital Universitário Münster, o Hospital Universitá-rio Johann Wolfgang Goethe, o Centro Médico Universitário Jo-hannes Gutenberg, em Mainz, a Clínica Universitária de Wuerz-burg, todas na Alemanha, juntamente com o Karolinska Institutet (Suíça), cujos resultados foram publicados na revista científica Social Cognitive and Affective Neuroscience Advance Acess.

      Participaram do estudo 1158 pessoas, das quais 325 foram exclu-ídas por apresentarem problemas familiares de saúde mental, sendo que ao final foram trabalhados dados de 833 adultos, com uma média de 25 anos.

      A todos eles foi aplicado um questionário padrão para avaliar eventos traumáticos durante a infância, denominado Childhood Trauma Questionnaire (C.T.Q.), outro para avaliar os eventos traumáticos dos últimos doze meses, através do List of Threate-ning experiences (L.T.E.), também um questionário para avaliar a presença de problemas de ansiedade, através do Spielberger Trait Anxiety Scales (S.T.A.I.), e por último, para comprovar a presença de sintomas depressivos, o General Depression Scale (A.D.S.-K.).

      Da mesma forma, foram obtidas medidas morfológicas do cére-bro de 129 deles, selecionados aleatoriamente.

      Os resultados mostram que aqueles que sofreram eventos trau-máticos presentes ou na infância significativamente apresentarão mais sintomas depressivos e ansiosos, do que aqueles que não sofreram.

      Com relação à morfologia cerebral, foram encontradas diferenças no córtex cingulado anterior, resultado esse significativamente menor.

      Apesar do número importante de participantes, o estudo não in-forma sobre a quantidade de homens e mulheres, nem separa os resultados em função do gênero, o que não nos permite verificar se o gênero é uma variável relevante nas consequências dos traumas infantis.

      Uma das limitações do estudo é justamente a exclusão dos 325 participantes, o que não nos permite saber se esses traumas in-fantis são afetados em função de que se tenham antecedentes familiares com problemas de saúde mental ou não.

      Deve-se destacar que os traumas passados e presentes têm os mesmos efeitos tanto emocionais como cerebrais, embora esses últimos não sejam produzidos na amígdala, o centro do controle emocional, como se poderia esperar, mas sim no córtex cingula-do anterior, responsável, entre outras coisas, pela regulação da tomada de decisão, a empatia e as emoções.

      Portanto, produz-se uma alteração na morfologia que pode ser traduzida em uma mudança na maneira de se relacionar com os outros, tudo isso somado à presença de sintomatologia depressiva e de ansiedade.

      Baseado nesses resultados, deve-se evitar, na medida do possível, os traumas infantis, uma vez que, embora não determinem o comportamento adulto, chegam a modificar o cérebro e a forma que esse processa a informação emocional.

      Da mesma forma, o cérebro e as funções cognitivas podem ser afetados temporária ou permanentemente por um traumatismo ou uma doença, como no caso da doença de Parkinson.

      A doença de Parkinson, quando se encontra em uma fase avança-da, é rapidamente reconhecida pelos tremores característicos, embora devemos lembrar que nem todos os tremores que possa experimentar uma pessoa indicam que ela sofre de doença de Parkinson.

      Mas esse não é o único sintoma experimentado durante a doen-ça, pois vem acompanhado também de distúrbios do sono, perda da capacidade olfativa, dificuldade para caminhar ou se mover, mudança de hábitos ao falar ou ao escrever, rigidez na expressão de emoções…

      Esses sintomas serão cada vez mais facilmente detectáveis à me-dida que avança a doença, e agravam os que já existem, o que afetará diretamente a qualidade de vida do paciente e de seus familiares, uma vez que o paciente será cada vez mais dependen-te e exigirá cuidados quase que constantes.

      Muitas são as mudanças observáveis, embora haja outras de âm-bito psicológico não tão evidentes, como as mudanças no estado de ânimo, com predomínio da depressão. Inclusive, pode apresen-tar-se nas fases mais avançadas o que é conhecida como demên-cia de Parkinson, que produz uma série de falhas de memória, além afetar o raciocínio, a linguagem e a maneira de comportar-se socialmente a pessoa. Tudo isso apenas agrava a qualidade de vida do paciente. Mas, como muda o cérebro antes do Parkinson?

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