Revelando O Rei Feérico. Brenda Trim

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Revelando O Rei Feérico - Brenda Trim


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que tenha sido muito, devido ao risco de exposição, mas era muito mais habilidosa do que alguém em sua posição deveria ser.

      – O quê? – perguntou, e sacudiu o dedo, atirando o pincel na parede de pedra mais próxima.

      Uma rápida olhada lhe mostrou que a professora estava mexendo no tablet. Ficou surpresa ao ver tecnologia. Os feéricos não podiam usar qualquer tipo de tecnologia na Edge. Imaginou milhares de vezes o porquê de os humanos quererem reter os itens para si. Não era como se os aparelhos fossem deixá-los mais fortes. Apostava que os humanos obrigavam os professores a usá-los só para que pudessem monitorar os alunos.

      – Parece que não nasceu para isso, afinal das contas – disse Ryker, gargalhando. A risada não alcançou os olhos, mas era melhor que a cara feia.

      Maurelle riu com ele, disfarçando o nervoso. Era melhor colocar a cabeça no lugar. Não podia deixar ninguém suspeitar de que seus poderes tinham se manifestado há tanto tempo. O pai era tudo o que ela e as irmãs tinham.

      – Agora não há mais dúvidas. Eu sou um desastre de dar gosto. Isso é mais difícil do que parece.

      – Com certeza você é de dar gosto – murmurou Brokk, enquanto a olhava da cabeça aos pés. Gostava daquele flerte. Era óbvio que ele estava atraído por ela, e ela não se sentia desconfortável perto dele.

      – Se treinar, vai ficar mais fácil – disse Ryker, como se tivesse ignorado totalmente o que Brokk falou.

      Aobheal se aproximou deles e cruzou os braços sobre o peito, prendendo o tablet sobre os seios pequenos.

      – Telecinesia é um talento que todo feérico tem, então não levará muito tempo para controlá-lo. Você teve o pensamento certo ao imaginar o que queria que acontecesse.

      – Quando começaremos a treinar habilidades de ar? – perguntou para a professora. Esperava aprender mais sobre o que podia fazer. Os pais não ousaram encorajá-la ou a permitir que explorasse demais suas habilidades. A única coisa que sabia que tinha era psicometria.

      – Em breve – explicou Aobheal. – Primeiro vocês precisam controlar as habilidades básicas. Dessa forma, minimizamos as lesões acidentais.

      Fazendo que sim, Maurelle voltou a se concentrar, mais uma vez, nas ferramentas de escrita. Ryker fazia o dele girar no ar. Ela também tinha erguido o dela no ar. Fez o objeto bambear e fazer movimentos bruscos, fazendo-o bater no lápis de Ryker. Ambos foram voando na direção da professora.

      Com os lábios franzidos, Aobheal moveu a mão e os dois lápis pousaram na mesa da lateral da sala. Maurelle olhou para Ryker, mas ele já estava indo para a mesa, então voltou os olhos para Brokk. Quando o olhou nos olhos, ambos caíram na gargalhada.

      – Eu quero ser poderoso assim – confessou ele.

      Eu também. Pensou. As emoções podiam estar em guerra. A necessidade de ver a família era maior do que nunca, e só poderia ir para casa quando não fosse mais considerada um perigo para a sociedade.

      CAPÍTULO CINCO

      – Hey, Ryker. Está indo jantar?

      Ryker virou a cabeça bruscamente ao ouvir a voz feminina e familiar. Quando pôs os olhos na fêmea sexy, o nó que se formava em seu estômago nas duas últimas horas ficou mais apertado. O maior responsável era o fato de ele estar dividido entre ficar feliz por vê-la e precisando fugir dela, mas o menor era porque ele estava começando a suspeitar que havia algo podre se passando ali no conservatório.

      – Estou. Quer ir comigo? – A pergunta saiu antes que ele percebesse.

      Fazendo que sim, ela se apressou para acompanhá-lo.

      – Claro. Onde está a matilha?

      A risada o surpreendeu. Levando em consideração o que estava pensando, não deveria estar sorrindo. Não tão cedo.

      – Eles já estão comendo. Não puderam me esperar.

      A cabeça de Maurelle se inclinou para o lado e o longo cabelo rosa caiu sobre o ombro.

      – Você está bem?

      A pergunta o pegou de surpresa e o fez franzir o cenho. Pensou que estivesse escondendo a perturbação, mas ao que parecia, não estava se saindo muito bem. Com um sorriso, ele fez que sim.

      – Sim. Estou bem.

      – Por que será que eu não acredito? – perguntou ela, enquanto o cutucava com o ombro.

      Era um gesto que normalmente só era feito por amigos próximos ou pela família. Mal conhecia Maurelle, mas a conexão entre eles era inegável. Ainda assim, deu um passo e colocou um pouco de distância entre eles.

      Presumiu que estava sendo conduzido pela atração que sentia por ela e por seu desejo de ficar o mais longe possível. Não estava fazendo um bom trabalho para manter a distância, mas ficou aliviado porque, naquele momento em particular, não estava pensando em beijá-la ou em puxá-la para os braços, esperando que pudessem passam tempo juntos, e nus. Ok, agora ele estava, mas só porque sua mente conjurou as imagens daquela boca macia pressionada na dele.

      Antes daquilo, pensou em contar a ela sobre as suas suspeitas. Ela pensaria que ele era louco? Inferno, ele temia pela própria sanidade. Especialmente por estar pensando em falar de suas dúvidas com ela.

      – Eu estou, é, bem. Não sei com certeza – confessou, enquanto parava do lado de fora do refeitório.

      – O que está rolando?

      – Talvez nada, mas… se eu estiver certo, temos problemas maiores por sermos uma raça que está sendo governada pelos humanos.

      O olhar de Maurelle percorreu os arredores, verificando se eles estavam mesmo sozinhos.

      – Eu não tenho ideia do que você está falando, mas posso garantir que os feéricos têm problemas maiores. Um da nossa espécie estava bem ali, e ele não fez nada quando um humano matou a minha mãe.

      Foi por isso que quis contar para ela o que se passava por sua cabeça, pensou. Maurelle entenderia o que se passava na sua cabeça como ninguém mais ali no conservatório. Poderia confiar nela? Imaginou enquanto esperava que ela ficasse com raiva e começasse a rebater as coisas, mas ela falou daquilo como se estivesse falando sobre o tempo.

      – Quando disse que viu minha coleta depois de tocar as algemas, eu imaginei qual macho fez aquilo com a sua mãe.

      – Foi um guarda humano. Se o macho feérico não estivesse por perto assistindo a tudo antes de sair me puxando, então poderíamos ter dominado o humano juntos, apesar das armas que ele carregava. Os feéricos são bem mais poderosos que os humanos.

      – Você está certa. Ouvi minha mãe reclamar um milhão de vezes sobre os humanos e sua habilidade de nos controlar. Isso a deixa mais puta que qualquer outra coisa. Ela reclama sobre a necessidade de nos unirmos para lutar e reassumir o controle sobre Mag Mell. Pensei que ela estivesse exagerando, mas só porque baseei a crença em ignorância. Nunca imaginei que as coisas fossem tão ruins – confessou.

      Um grupo de estudantes entrou no prédio, cortando o que ele estava prestes a dizer. Maurelle ergueu o livro que levava nas mãos e o abriu, então começou a lhe fazer perguntas sobre a matéria de matemática que foi dada na aula daquele dia.

      Assim que o grupo passou, Ryker secou o suor da testa.

      – Boa – comentou ele. – Tem alguma opinião sobre essa situação?

      – Você quer dizer além do fato de que fomos forçados a vir para o conservatório?

      – Bom ponto – respondeu, pensando que não deveria estar surpreso por descobrir que os feéricos trabalhavam com os humanos. – O que estou pensando agora é sobre tudo o que se passa aqui. Você, por exemplo, não é a mesma fêmea que chegou à escola uma semana atrás.

      – O que quer dizer? Sou tão desenvolta quanto sempre fui.

      – É


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