Cativeiro. Brenda Trim

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Cativeiro - Brenda Trim


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perguntar quantas outras mulheres ele havia perseguido no trabalho. Não ouvira nenhum boato por ali, mas isso não significava nada. Casos no escritório aconteciam o tempo todo.

      — Vamos apenas experimentar e ver. Se ele mostrar qualquer agressão, vou afastar meu belo traseiro de lá, mais rápido do que ele poderia se transformar — brincou ela, virando-se para que Jim pudesse admirar seu traseiro.

      Ela estava vestindo sua calça jeans favorita que cobria seu traseiro da maneira certa e queria que ele visse o que ela tinha a oferecer. Os olhos dele se arregalaram, apreciativos, e Liv não deixou de notar a ereção esticando as calças dele. Antes que ele pudesse agir de acordo com qualquer pensamento malicioso passando por sua mente, ela saiu rebolando do escritório.

      — Vejo-o pela manhã, chefe. Aproveite a sua noite — gritou ela, enquanto levantava o braço e dava um até logo sem se virar para olhá-lo. Ela ouviu um gemido quando dobrou a quina do escritório dele e rapidamente se dirigiu para a saída do prédio.

      Saindo para a tarde ensolarada, ela pensou que precisava se livrar dos avanços sinistros de Jim. Infelizmente, era provável que haveria mais por vir. Ela teria que dar-lhe corda até saber o que estava acontecendo na área de segurança do LPP.

      De um modo geral, ela considerou aquela reunião uma vitória para o Time da Liv. Agora, tudo o que precisava era fazer com que o shifter confiasse nela. Se a história de Jim fosse legítima, ela esperava poder convencer o homem a cooperar. E se o sangue dele contivesse a cura? Pensar nas vidas que eles poderiam salvar a fez pular de alegria durante todo o percurso até o seu jipe. Ela não poderia trazer sua avó de volta, mas poderia salvar outras pessoas, e isso fez seu coração encher de felicidade.

      Sem mencionar o que aquilo poderia significar para a sua carreira. As portas que se abririam. Talvez ela não tivesse que viver de salário em salário, pela primeira vez na vida.

      Atenção, pessoal. Olivia Kimbro estava pronta para dominar o mundo.

      Logo depois de comer, claro. Agora que seu estômago havia se acalmado, estava louca por uma pizza.

      Capítulo Quatro

      

      O temido clique da maçaneta alertou Lawson. Ele detestava o som. Para ele, significava mais uma rodada de agulhadas em sua pele ou espancamento em seu corpo. Sentando-se rapidamente, ele agarrou a cabeça quando uma dor aguda explodiu ao redor dos olhos.

      Seu rosto não havia se recuperado dos ferimentos recebidos durante sua última surra e ele mal conseguia ver com o olho direito. Normalmente, seu corpo se curava em vinte e quatro horas, mas aquela foi a pior surra até então.

      Lawson estava com feridas abertas por ter sido chicoteado com uma corrente de metal, e várias costelas quebradas por chutes repetidos no peito e abdômen. Lembrava-se de ter cuspido sangue bem antes de um golpe na cabeça o ter deixado inconsciente.

      Eles o torturaram porque ele havia matado dois homens, mas sua compaixão por aqueles humanos cruéis se foi. Ninguém havia lhe demonstrado um pingo de simpatia. Ele havia sido tratado pior do que um animal.

      Seu corpo tinha mais buracos do que um queijo suíço, e ele estava todo preto e azulado. Poderia se curar rapidamente, mas os golpes e agulhadas constantes, juntamente com a falta de comida adequada e instalações de banho, o deixaram mais fraco do que o normal. Mental e fisicamente. Com honestidade, gostaria que drenassem todo o sangue de seu corpo e o deixassem morrer. Seria melhor do que aquele sofrimento contínuo.

      As chicotadas se tornaram mais frequentes, e Lawson não tinha certeza de quanto mais seu corpo poderia aguentar antes de desistir. Não ajudava o fato de sua vontade de viver estar desaparecendo lentamente. Se não encontrasse uma maneira de escapar logo, iria morrer naquele maldito buraco e isso só o irritava ainda mais.

      Pelo menos ele conseguiu causar um pequeno dano aos lacaios de Jim antes que eles o deixassem inconsciente. Lawson sorriu com a lembrança de ter quebrado o braço de um homem e a perna de outro. Droga, doía como o inferno mover qualquer músculo em seu rosto.

      Abrindo o olho esquerdo o melhor que podia, ele ficou chocado ao ver a mulher ruiva entrar no aposento e fechar a porta atrás dela. Era a última pessoa que ele esperava ver novamente. Nunca.

      Ele imaginou que ela permaneceria em seus sonhos, ao invés de em carne e osso, diante dele. Infelizmente, ela havia consumido Lawson nas últimas duas noites, assombrando os sonhos dele com seus olhos verdes aterrorizados. Ele se sentia mais preso ao eco interminável do grito horrorizado dela do que às correntes que o prendiam à parede de cimento às suas costas.

      Fazendo um balanço rápido, ele se sentiu profundamente humilhado por sua aparência. A calça de moletom que usava desde o primeiro dia estava tão suja que o deixava doente. Não pela poeira, mas pelo mau cheiro de roupas rançosas que precisam desesperadamente de uma lavagem. O cheiro o enojava, e ele só podia imaginar como aquilo devia ser ruim para ela.

      O que ele podia ver de seu cabelo escuro e longa barba estava emaranhado, e as unhas de suas mãos e pés estavam crescidas demais e descoloridas. Era uma vergonha e ele queria rastejar para dentro de um buraco e se esconder.

      Muitos assumiam que os shifters eram sujos por natureza por causa de seu lado animal, mas não era verdade. Louco por limpeza era um termo que sua família lhe atribuía, devido às suas tendências obsessivas. A maioria dos shifters eram fanáticos por higiene, e ser essa esquálida figura deixava Lawson fisicamente doente.

      A pior parte era o seu banheiro. Consistia em um grande balde no canto da cela, que não era descartado regularmente, o que aumentava os odores. Ele estava lá há tanto tempo que seus sentidos estavam abafados, mas seu estômago ainda embrulhava-se ao pensar em suas péssimas condições de vida.

      — Oh, meu Deus, o que fizeram com você? — exclamou ela, correndo até ele.

      Ele rapidamente ergueu a mão, interrompendo os passos dela.

      — Não. Fique longe — ordenou Lawson.

      Ele ficou impressionado com a bravura dela. Ela o vira cometendo um ato violento contra dois humanos e teve a coragem de retornar para a sua cela. Sozinha. Estava correndo para o lado de um assassino. Tinha desejo de morrer?

      Com toda certeza, ele jamais teria voltado para a cena do crime, especialmente para aquele lugar desagradável.

      Ela ergueu as mãos defensivamente e recuou.

      — Tudo bem, não vou chegar perto de você. Se estiver bem para você, vou apenas me sentar no chão bem aqui, e manter certa distância — murmurou a fêmea, agachando-se no chão frio. Ela se atrapalhou com seu jaleco na altura do joelho enquanto cruzava as pernas.

      Ele notou que ela usava calças bege e uma blusa preta sob o jaleco. Seu doce aroma ainda o intoxicava, mas ele descobriu que estava um pouco mais no controle de sua libido naquele momento. Outro resultado de seu encontro no jantar com os guardas. Eles o espancaram tanto que ele não conseguia nem ficar excitado.

      Ela colocou uma sacola vermelha no chão ao lado dela. Vermelha. Combinava com os longos fios de seu cabelo sedoso. Também era a cor favorita dele. De repente, ocorreu a Lawson que seu cativeiro estava vazio de cor, e aquela mulher era um farol em seu mundo escuro.

      De todas as cores, ela era o vermelho. Para ele, representava amor, vida e paixão. Tudo isso era, naquele momento, lembranças distantes do que sua vida havia se tornado.

      Sua voz suave chamou a atenção dele.

      — Meu nome é Olivia Kimbro, mas meus amigos me chamam de Liv. Sou uma das cientistas pesquisadoras aqui no LPP. Qual é o seu nome? — perguntou ela, alcançando a bolsa e tirando uma prancheta com alguns papéis presos a ela.

      Durante todo o tempo em que ele estivera naquele maldito buraco,


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