Amor o maior tesouro. Barbara Cartland

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Amor o maior tesouro - Barbara Cartland


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conversava com algumas pessoas e bebia a maior parte de uma excelente garrafa de clarete, não encontrara nenhum de seus amigos de infância e não aparecera ninguém para lhe dar as boas-vindas, como esperava que fosse acontecer.

      O novo proprietário de Dog and Duck, o Sr. Finch, era bem diferente

      do Sr. Tug, que não só tinha sido um dono de estalagem, como o principal mexeriqueiro da cidade!

      Não havia nada que tivesse acontecido que o velho Tug não soubesse, e ele conseguia conversar sobre qualquer assunto horas a fio.

      Finch, por outro lado, servira Tyson Dale sem demonstrar qualquer interesse por sua aparência, tratando-o somente como um freguês que gastaria algum dinheiro.

      Como estivesse muito só e quisesse falar com alguém, Tyson Dale entabulou conversação com alguns homens que estavam se dirigindo às corridas, e dois outros que tinham acabado de retornar de uma luta, onde tinham ganho uma boa soma em dinheiro.

      Teve que aceitar vários drinks que não queria, já que preferia aquele excelente clarete que, ao seu ver, devia ter sido contrabandeado através do canal.

      Finalmente, quando o bar se esvaziou, e muitos daqueles com quem tinha ficado a beber subiram para seus quartos, Tyson Dale disse a si mesmo que era hora de voltar para casa.

      Achava que agora que o proprietário estava menos ocupado, poderia dizer-lhe quem era, mas depois desistiu.

      Poderia voltar um outro dia, quando, a Dog and Duck não estivesse tão cheia.

      Além disso, estava cansado e a sua necessidade de conversa acabara.

      Pagou o que devia e saiu para o pátio. Ao fazê-lo, percebeu que, para um dia inteiro em cima de uma sela e uma refeição frugal, bebera em demasia.

      Usualmente, Tyson Dale era abstêmio.

      Bebera os vinhos de Portugal e Espanha porque estes eram bons e saudáveis, e gostara também dos vinhos franceses. Mas sentia desprezo pelos bebedores contumazes, como aqueles que circundavam o regente, o qual, em sua juventude, havia sido retratado em muitas charges como Habitualmente bêbado.

      «Ficarei sóbrio durante o trajeto até minha casa», pensou Tyson.

      Abriu a porta do estábulo, e Salamanca virou a cabeça em sua direção.

      Tyson ia dizer: “Espero que tenha tido uma boa refeição, meu velho, pois não sei quando será a próxima”, quando ouviu a voz de um cavalheiro que provinha do estábulo ao lado, perguntando:

      —Você deu o bastante aos cocheiros, para mantê-los quietos nas próximas horas?

      Tyson achou que era uma pergunta estranha e procurou ouvir a resposta.

      —Não se preocupe, Excelência, eles dormirão pesadamente a noite inteira, e amanhã, quando acordarem, não saberão nem quem são.

      —Isso é bom!— respondeu o cavalheiro, e eu coloquei a droga no vinho do velho casal também. Eles não serão problema.

      Ouviu-se uma gargalhada e Tyson percebeu que havia três homens no compartimento ao lado.

      —O que devemos fazer agora, Excelência?— falou o terceiro homem.

      —Você vem comigo, Jake — respondeu o cavalheiro—, a fim de apanhar a bagagem da jovem dama, enquanto Bill coloca os cavalos nos varais da carruagem. Procure não deixar nada para trás. Estou levando tudo o que posso.

      —Pode deixar— respondeu Jake.

      —Então, siga-me— disse o mesmo cavalheiro —, e faça a sua parte, Bill. Tão logo eu traga a jovem, teremos que partir imediatamente.

      —Sim, naturalmente, sir Neville— respondeu Bill.

      Tyson ouviu o som das passadas de dois dos homens que se afastavam, seguidas pelas dos cavalos deixados no pátio.

      Tyson Dale, soltando Salamanca, encaminhou-se para a porta, que ficara semi-aberta.

      Um homem conduzia os cavalos, já equipados, em direção a uma carruagem fechada que estava no centro do pátio.

      Isso não é de minha conta, pensou Tyson Dale.

      Ao mesmo tempo, não gostava da ideia de um casal de velhos ter sido drogado.

      Então, a ruga entre seus olhos se dissipou, quando chegou à conclusão de que tudo aquilo era um plano de fuga entre o cavalheiro e a jovem em questão.

      Era muito romântico, embora se lembrasse de ter ouvido o cavalheiro dizer: “Procure não deixar nada para trás. Estou levando tudo o que posso!”.

      Esse tipo de frase, não parecia muito amorosa.

      Mas talvez a juventude tivesse mudado, desde que deixara a Inglaterra, e mais uma vez achou que isso não era de sua conta.

      Mas, sentindo uma curiosidade irresistível, atravessou o pátio e entrou

      pela porta que, sabia, tinha sido usada pelo cavalheiro e por Jake. Estava intrigado!

      Além disso, não havia mal em ver o que estava acontecendo, e, certamente, a calma cidadezinha que nunca conhecera um escândalo, desde que ele era um menino, tinha mudado!

      Caminhou lentamente, sabendo sem olhá-lo diretamente, que Bill não iria dar-se conta de sua presença, enquanto segurava os varais da carruagem.

      Os animais pareciam bons e capazes de um bom trote; assim, o jovem casal não teria problema algum em deixar para trás quem eventualmente se dispusesse a persegui-lo.

      Entrou na parte nova da construção e viu que tudo tinha sido planejado espaçosamente, com salas de jantar privadas, que davam para um amplo corredor e para uma escada a tapetada, que ligava ao andar superior.

      Não havia sinal de ninguém no andar térreo e, calmamente, Tyson subiu as escadas.

      Acabava de chegar ao topo delas, quando viu um homem que caminhava em sua direção, carregando uma pesada mala nas costas.

      Rapidamente, postou-se na escuridão e Jake, pois não podia ser mais ninguém, passou por ele sem vê-lo, descendo as escadas cuidadosamente.

      Tyson seguiu pelo corredor.

      Viu uma luz que saía de uma das portas e parou junto a ela.

      — Vamos, rápido!— ouviu a voz do cavalheiro dizer impacientemente.

      —Como posso me trocar. . . com você me olhando?— sussurrou uma voz feminina.

      —Eu já lhe disse que estou de olhos fechados — respondeu o cavalheiro.

      — E se você não fizer como eu digo, acabará indo comigo assim como está.

      —Você não ousaria! Eu não o permitirei! Como pode proceder dessa maneira. . . escandalosa?

      —Já lhe disse que pretendo me casar com você! O que mais quer?

      —Eu não me casarei com você! Você sabe que não o amo!

      —Eu serei um ótimo marido, e você me agradecer por isso!

      —Não quero me casar… com ninguém!— respondeu a moça, e Tyson pôde perceber que havia choro em sua voz.

      —Rápido!— advertiu o cavalheiro—, e pare de falar. Juro que não esperarei muito mais!

      A garota soltou uma exclamação, que parecia muito mais o lamento de um animal ferido, e Tyson surpreendeu-se involuntariamente cerrando seus punhos. Então, teve uma súbita ideia.

      Rapidamente, voltou pelo corredor e, ao fazê-lo, percebeu que Jake estava ao pé das escadas. Teve tempo apenas de esconder-se novamente, antes que Jake passasse por ele.

      Ouviu-se um murmúrio de vozes e, alguns minutos depois, o homem reapareceu, desta vez com outra peça grande da bagagem às costas e uma pequena caixa em suas mãos.

      Desceu


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