A bela cativa. Michelle Conder

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A bela cativa - Michelle Conder


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ambiente tornou-se muito mais tenso, fazendo com que fosse impossível respirar. Aquele homem afetava diretamente o seu sistema. Não havia dúvida.

      – Porque decidiu entrar num avião e vir até aqui depois da mensagem?

      – Eu… – Regan engoliu em seco. – Estava preocupada. Não é normal que o Chad não esteja localizável.

      – Portanto, veio até aqui pensando que podia ter algum problema? Dá sempre prioridade ao seu irmão ou gosta de se sentir indispensável?

      As suas palavras feriram o orgulho de Regan, porque havia um pouco de verdade nelas. Transformar-se na tutora de Chad e perder-se no papel ajudara-a a preencher um vazio na sua vida e a superar a dor da perda dos seus pais.

      – Não me conhece – disse, corada.

      – Nem quero. Vista-se! – ordenou, antes de sair da casa de banho.

      Regan respirou fundo para tentar acalmar-se. Aproximou-se da porta e viu que ele estava a examinar as fotografias da sua máquina fotográfica. Imediatamente, sentiu pânico.

      – Eh, não toque nisso. É velha e não poderei comprar outra.

      Aproximou-se para recuperar a máquina fotográfica, mas ele segurou-a ao alto.

      – Não vou estragá-la – redarguiu. – Não a menos que me continue a tentar tirar-ma.

      Regan pôs as mãos nas ancas.

      – Não importa quem é, não tem o direito de examinar as minhas coisas.

      Olhou para ela com desprezo, indicando que tinha todo o direito do mundo e que, se não, pouco importava, porque não havia nada que ela pudesse fazer.

      – Vou fazer o possível para recuperar a minha irmã, menina James. Será melhor começar a habituar-se.

      A irmã?

      Regan franziu o sobrolho.

      – O que é que a sua irmã tem a ver com tudo isto?

      Observou-a. O azul dos seus olhos era tão claro e frio que parecia que ela estava a observar um glaciar.

      – O seu irmão tem a minha irmã. E, agora, eu tenho a dele.

      – Isso é uma loucura.

      – Por uma vez, estamos de acordo.

      – Não, quero dizer, o senhor está louco. O meu irmão não está com a sua irmã. Sei que me teria dito.

      – A sério?

      – Têm uma relação ou algo assim? – Sempre tinham partilhado tudo no passado e, se lho escondera…

      – Será melhor que não. Agora, mexa-se. A minha paciência está a esgotar-se. Preciso de regressar ao palácio.

      Um momento? Era mesmo o rei de Santara?

      – Eu… Eu não vou a lado nenhum consigo.

      – Se insistir em ir como está, não vou detê-la, mas garanto-lhe que receberá mais olhares do que antes, quando estava com as calças de ganga justas e uma blusa.

      – A minha roupa era perfeitamente adequada, obrigada.

      – Tem cinco minutos.

      – Não vou consigo.

      – É uma escolha sua, é claro, mas a alternativa é ficar neste quarto até o seu irmão regressar.

      Regan franziu o sobrolho.

      – Aqui fechada?

      – Não posso permitir que o desaparecimento da minha irmã se torne público. Se andar por aí sozinha e a fazer perguntas, só conseguirá chamar a atenção e meter-se em confusões.

      – Não vou dizer nada, prometo!

      Regan sabia que parecia desesperada e estava. A ideia de estar fechada num quarto de hotel durante um tempo incerto não era aceitável. Se o que aquele homem dizia era verdade, ela queria ter liberdade para poder encontrar Chad e descobrir o que estava a acontecer. Preferivelmente, antes de aquele homem o encontrar.

      Ele abanou a cabeça.

      – Tome uma decisão. Não tenho toda a noite.

      – Não tenciono ficar aqui!

      – Então, vista-se.

      Regan sentia que a cabeça dava voltas. Para além da falta de sono, a situação avançava demasiado depressa.

      – Preciso de mais tempo para pensar nisto.

      – Dei-lhe cinco minutos. Restam quatro.

      – Acho que nunca tinha conhecido um homem tão arrogante como o senhor. De facto, sei que não.

      Ele cruzou os braços e observou-a.

      – Vão desligar o seu telefone e haverá guardas à porta do seu quarto. Aconselho-a que não tente sair.

      – E como sei que é quem diz que é? – quis saber ela. – Podia ser um impostor. Um assassino. Estaria louca se fosse consigo.

      – Não sou um assassino.

      – Não sei!

      – Vista-se e poderei demonstrar-lhe.

      – Como?

      Ele suspirou.

      – Pode perguntar a qualquer empregado do hotel. Eles saberão quem sou.

      Pela primeira vez desde que ele entrara no quarto, Regan viu uma possível saída. Se a levasse para o andar de baixo, poderia alertar alguém do que estava a acontecer.

      – Está bem, só… – Agarrou numas calças limpas e numa camisola de manga comprida. – Dê-me um minuto.

      Dirigiu-se para a casa de banho e, quando saiu, encontrou-o a olhar para o relógio.

      – Um minuto mais cedo. Estou impressionado.

      «Cretino arrogante», pensou ela.

      Regan agarrou na mala e saiu à frente dele. Esperou que ele chamasse o elevador.

      – Se realmente é um rei, onde estão os seus guardas?

      – Não costumo levá-los comigo para tratar de assuntos extraoficiais. Posso tratar de mim próprio.

      – E como é que ninguém no shisha bar conhecia a sua identidade? Se realmente é o rei, imagino que lhe tivessem feito reverências.

      Ele sorriu.

      – Percebi que as pessoas não se apercebem do que não esperam.

      Regan arqueou uma sobrancelha. Não podia discutir. Parecera-lhe um homem perigoso, mas não imaginara que apareceria à sua porta a acusar o seu irmão. Também não esperava que ele lhe dissesse que era o rei. Embora ainda não tivesse confirmado se era verdade ou não.

      – Como está a dor de cabeça? – perguntou ele. – Não se incomode em negá-lo. Está tão pálida que parece que vai desmaiar.

      – A minha cabeça está bem. – Não tencionava admitir que tinha razão. Não sabia o que ele podia fazer com essa informação.

      Quando chegaram ao andar de baixo, Regan ficou mais nervosa e olhou à sua volta. Ao ver que o vestíbulo estava quase vazio, dececionou-se. Antes de conseguir avançar, agarrou-a pelo braço e levou-a até à receção.

      O sorriso do jovem que os atendeu mostrava nervosismo.

      – Ah, Alteza, é uma honra para nós. – O homem fez uma reverência para a secretária.

      Depois, disse alguma coisa na língua de Santara e a colega respondeu. O homem ficou com os olhos bem abertos.

      – Mas… – comentou, com um ar de pânico. – Menina James, este senhor é sua Alteza, o rei de Santara.

      –


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