Coisas Perigosas. Amy Blankenship

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Coisas Perigosas - Amy Blankenship


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firme. “Só quando acasalámos é que eu lhe falei do Anthony. Por isso, se vais culpar alguém por isso, culpa-me a mim.”

      Quinn teve a cortesia de parecer um pouco repreendido e Kat levantou o polegar discretamente para ela.

      Jewel recostou-se no bar e começou a morder novamente o lábio inferior. Enfrentar o irmão mais velho de Steven, o alfa da tribo puma, assustara-a um pouco.

      Ela olhou para Steven e relaxou quando viu o seu orgulho por ela brilhar nos seus olhos. Algo dentro dela amoleceu e ela lutou com todas as suas forças para construir novamente a parede protetora à sua volta. O seu coração bateu mais depressa e ela questionou-se se estava a apaixonar-se por ele.

      “O Anthony Valachi está sob suspeita há algum tempo,” Chad falou. “A polícia tem motivos para acreditar que ele não só está envolvido no contrabando de pessoas, como também na escravidão. Há rumores de que os seus homens andam a apanhar prostitutas, sequestrando-as e vendendo-as também como escravas sexuais.”

      "Porque é que a polícia não fez nada a respeito, então?" Kat perguntou.

      “Disseram-nos para ficarmos fora disso porque o FBI assumira o controlo da investigação.” Chad respondeu. “Infelizmente, quando o FBI aparece, não temos jurisdição e não podemos fazer nada além de ficar fora do caminho deles, a menos que queiramos acabar na prisão ao lado dos bandidos.”

      Steven acenou com a cabeça, percebendo que estava na hora de eles saberem tudo. “O pai da Jewel foi investigado aqui pelo FBI há um tempo. Por isso é que a Jewel estava noiva do Anthony, para começo de conversa.” Ele deu a Jewel um sorriso suave antes de se voltar para o grupo.

      “O pai dela era o gerente do Palm Springs Resort e o Anthony não ficou contente com o mandado de busca que eles tinham ou com o facto de o Arthur ter permitido que eles circulassem pela propriedade. Percebendo o seu erro, o Arthur matou o agente e foi preso por homicídio. Para que o Arthur salvasse a sua própria pele, entregou a Jewel ao Anthony como pagamento por tirá-lo do envolvimento no crime.”

      “Foi ele que matou o meu pai. Tenho a certeza disso,” disse Jewel cerrando o punho ao seu lado. "Então, quando podemos ir atrás dele?"

      “Não temos que ir atrás dele,” Chad informou-lhe. “Pensaremos num plano, e depois faremos saber que estás sob a proteção dos Wilder. Quando ele der um passo... nós o apanhamos."

      “Acho que isto pode estar um pouco acima da lei,” corrigiu Trevor. “Mantenham a Jewel em segredo por mais alguns dias e deixem que eu e o Zackary garantimos que o FBI não se intromete e transforma tudo numa grande trapalhada.”

      "Por que interfeririam?" Kat perguntou. "Fazes parte daquela organização paranormal... eles não estão acima do FBI?"

      “Apenas em certas áreas,” Trevor respondeu. “A maior parte do FBI não faz ideia de que existimos. Bolas, nem o presidente dos Estados Unidos sabe sobre nós. Estamos acima deles, por isso, temos que ter provas de que algo paranormal está a acontecer.”

      “Isso significa que pelo menos uma parte do governo sabe sobre nós?” Nick perguntou, não gostando da sensação desconfortável que vinha com o conhecimento.

      Trevor abanou a cabeça. “Não especificamente cada um de vocês..., mas estão cientes do mais... incomum. Vocês estão protegidos da mesma forma que os humanos... talvez até mais, e com regras mais brandas e por um governo pequeno, mas poderoso, no que toca ao governo.” Ele coçou a cabeça, esperando que todos pudessem seguir aquela versão vaga da verdade.

      “A minha preocupação é o FBI cavar mais nisso e descobrir tarde demais que lidam com lobisomens, não humanos,” Chad franziu a testa, entendendo e não gostando do que Trevor acabara de dizer. Deveria ele entender que o paranormal tinha mais direitos do que os humanos? Talvez ele fosse um pouco tendencioso, mas ele era um daqueles humanos inferiores.

      Trevor abanou a cabeça. “A máfia não vai ficar toda peluda e atacar o FBI. Além disso, se o mundo soubesse dos lobisomens, seriam os próximos na linha de extinção e os lobisomens sabem disso. A última vez que se revelaram, foram quase caçados até à extinção.”

      “Deixem-me fazer algumas ligações e ver se temos jurisdição total sobre o caso Valachi,” Zackary ofereceu. “Se o fizermos, teremos rédea solta e poderemos recrutar qualquer pessoa que consideremos qualificada.” Ele olhou em volta para o grupo sabendo que isso cobriria quase todos na sala e que lhes daria imunidade, não interessava como as coisas aconteciam.

      "Alguém sabe o que Micah conduzia no dia em que desapareceu?" Chad perguntou. “Posso localizar pelo meu carro-patrulha e enviar um alerta APB para ele.”

      “A mota dele,” Alicia concordou em seguida, os seus olhos se arregalaram quando se lembrou de ter dito a Warren que ela pilotou aquela mesma mota na tempestade da noite anterior. Olhando para ele, ela suspirou de alívio quando ele simplesmente lhe piscou o olho.

      Nick acrescentou: "Sou totalmente a favor de ficar longe da Misery, mas os vampiros estão a criá-la e não podemos permitir isso."

      “Estão todos encarregues do controlo de pragas,” concordou Warren.

      “Nem todos, espero eu,” Trevor olhou para Envy.

      Zackary deu discretamente um passo à frente de Trevor para bloquear o olhar fixo que Devon dava ao seu amigo. “Acho que também está na hora de cobrarmos alguns favores e conseguirmos mais da equipa nesta área.”

      "Quer dizer que há mais dos vossos a andar por aí?" Steven perguntou.

      Zachary enfiou as mãos nos bolsos e inclinou ligeiramente a cabeça. O brilho suave das luzes mostrou o seu cabelo loiro e espetado enquanto sorria. “Desculpa desiludir-te, mas sou só um. Esperava clonar-me a mim mesmo, mas aqui o líder medroso não deixa,” ele terminou, apontando o polegar para Trevor.

      "Cala-te e faz essas chamadas," exclamou Trevor. "Se houvesse outro por aí, a Angélica daria cabo dele só para dizer que finalmente conseguiu."

      A expressão de Zachary adquiriu uma qualidade vítrea. "Oh, ser espezinhado por aqueles maravilhosos Doc Martin's que ela tem escondidos no armário."

      Trevor deu um passo agitado em direção ao seu companheiro de equipa e Zachary imediatamente correu pela área do bar para se esconder atrás de Kane.

      "Há alguma razão para me estares a usar como escudo?" Kane perguntou.

      "Sim," exclamou Zachary. "Dá-me um minuto e pensarei numa."

      Kane sorriu. "Dá-me um minuto e irei para casa o tempo suficiente para encontrar os meus Doc Martin’s."

      Zachary recuou para longe de Kane com as mãos erguidas. "Ei, calma aí, eu sou hetero."

      "Zachary!" Trevor gritou.

      "Ok, ok," disse Zachary e pegou no telemóvel. “Caramba, estou cercado por pessoas sem sentido de humor... Angelica vai adorar este grupo.”

      Capítulo 4

      Kane encostou-se à cruz vários metros atrás de Michael e olhou para a cidade, perguntando-se onde Misery se escondia ou se ainda estava na cidade. Havia todo um mundo lá fora para ela aterrorizar, mas o carma era lixado, assim como os instintos que diziam que ela não fora muito longe.

      Fez uma careta ao imaginá-la a andar pela calçada como um cadáver em decomposição, em seguida, abafou um arrepio com a imagem da miudinha esquisita e decidiu que o cadáver era menos assustador. Ao longo dos séculos, ele viu momentos em que vampiros adultos viraram crianças.

      O que muitos deles nunca aprenderam é que as crianças costumam ser mais cruéis do que os seus 'pais' adultos e acabam mortas pelas mãos do adulto ou a criança mata aquele que os transformou. Ele tinha que admitir que a mulher que escreveu os livros de vampiros teve a ideia certa.

      Ele esperava que quem quer que fosse a especialista em demónios que Trevor mencionara soubesse o


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