Meu Irmão E Eu. Paulo Nunes

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Meu Irmão E Eu - Paulo Nunes


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tive. Aproximei-me de papai e tirei o copo de uísque de sua mão. Dizia a ele que era hora de encerrar a festa, quando Emmanuelle avisou a Aidan que o táxi tinha chegado. Táxi? Que táxi? Aidan foi até Juan e Pablo e cochichou algo para eles, dando-lhes tapinhas nas costas. Os irmãos mexicanos aproximaram-se e agradeceram o convite para estarem conosco. Pablo me olhava com a cara feia, parecia estar com raiva, mas disfarçadamente apertou minha mão e se despediu. Por que ele está com raiva? Ele já fez sexo comigo. O que mais ele quer? Pensei. Depois que eles saíram, mandei desligar a música e recolher as bebidas. Já tivemos emoção demais por hoje.

      — Hora de todos irem para a cama! — exclamei, beijando papai e meu irmão, e desejando boa-noite a todos.

      A água que escorria do meu corpo levava consigo o cansaço do dia e me deixava a sensação de tranquilidade e paz. Naquela noite, depois de todas as emoções que vivi, somente o silêncio e a solidão do meu quarto seriam capazes de oferecer quietude ao meu coração. Depois de escovar os dentes e secar o cabelo, vesti meu calção de pijama preto. A maciez do seu tecido dava-me a sensação de não estar vestindo nada, e aquilo era relaxante. Estava com sono. Apaguei as luzes e me deitei por cima das cobertas. Recostei minha cabeça, quando vi sobre a mesinha do abajur, ao lado da cama, a tulipa que Marcus me trouxe pela manhã. Apertei meus olhos, com meio sorriso nos lábios, e me lembrei dele. Tomei-a à mão e levei-a à minha narina na esperança de sentir algum aroma. Fechei meus olhos e, em prece, dirigi-me a Deus:

      “Senhor, obrigado por este dia que me destes. Obrigado pela minha família e, principalmente, pelo meu irmão Marcus. Perdoa-me, se o ofendi hoje. E peço que cuides da minha vida, assim como cuidou da vida do seu filho Jesus. Peço também que receba minha mãe junto do seu Reino. Jesus, parabéns pelo seu aniversário. Amém.”

      Os meus olhos se abriram, e eu o vi. Era Aidan. Estava à porta do meu quarto, parado. Sentei-me na cama e disse baixinho:

      — Aidan, é melhor você ir dormir.

      Ele encostou a porta e caminhou devagar em minha direção. Agachou-se e deixou seu rosto na altura do meu. Olhava-me fixamente, quando me disse, com a voz serena:

      — Eu não quero nada. Só vim dormir abraçado com você. Prometo. É só isso — e me beijou castamente os lábios, fazendo aquela cara de apaixonado.

      Como resistir? Pensei.

      — Você bebeu demais hoje. Tomara que não ronque, pois estou com sono e quero dormir — falei, fazendo voz de bravo, mas sorrindo e levantando as cobertas para ele entrar.

      Ele apertou os olhos sorrindo e, logo, encostou seu corpo no meu. Puxou-me para deitar em seu peito e, enquanto me acarinhava as costas, perguntou:

      — E essa flor?

      — Foi meu irmão que me deu de Natal. Ela vai dormir conosco — e levei meus lábios aos dele e o beijei, desejando-lhe uma boa-noite.

      — Boa noite! Eu amo você — respondeu, puxando meu corpo para si novamente.

      Então, adormecemos. O peito de Aidan me serviu de travesseiro a noite toda. Estar ao seu lado, sentir seu cheiro, tocar aquele corpo rígido me fez lembrar aqueles dias em que estivemos juntos em Nova Iorque.

      Abri meus olhos com o corpo descansado e com a sensação de bem-estar. Ele movia seus dedos por minhas costas de cima para baixo. Ele já acordou? Era tão gostoso estar ali em seus braços, sob seus carinhos. Estava me sentindo amado. E aquilo era muito, muito bom.

      — Já acordou? — perguntei baixinho.

      — Sim. Quase não dormi — respondeu, ainda de olhos fechados.

      — Por quê?

      — Porque estou muito feliz de estar aqui com você.

      Ele tomou meu cabelo em sua mão e pressionou meu rosto contra o dele até seus lábios tocarem os meus, e disse:

      — Bom dia, meu amor! — enquanto dava-me beijinhos singelos.

      — Bom dia! — respondi.

      Sua mão voltou a acarinhar minhas costas. Eu encaixei minha coxa sobre a dele e lhe acarinhava o peito com a ponta dos dedos, quando senti a primeira contração. Eu estava molhado e excitado. Não me contive e levei minha mão ao seu membro. Estava alto, latejando. Aidan retorceu a cabeça para trás e gemeu. Encostei meu rosto no dele, beijei-o, e perguntei:

      — Posso fazer uma coisa?

      Ele me olhou com meio sorriso nos lábios e disse que sim. Seus olhos estavam curiosos, quando sussurrei em seu ouvido que eu nunca havia feito, mas que tinha vontade. E fez cara de pensativo quando joguei as cobertas ao chão e subi em seu abdome. Tirei sua camisa e deixei seu peito à mostra. Levei meus lábios aos seus e fui deixando uma trilha de beijinhos do peito ao umbigo. Olhei para ele e desabotoei a bermuda, tirando-a e contemplando suas pernas peludas. Afastei-me e me pus a apreciar seu corpo com os olhos, dos pés ao rosto. Encantei-me. Somente de cueca, ele estava diabolicamente sexy na minha cama. Levemente, baixei a Prada branca e pus minha boca no membro dele. Eu estava preenchido. Que sabor! Os gemidos dele me causavam excitação. Salivei minha mão e me masturbei, enquanto ele fazia movimentos suaves com o quadril e acarinhava meu rosto com as costas dos dedos. Ele estocava minha boca devagar, quando minha língua encontrou o primeiro jato. Ele está jorrando na minha boca. Seu último gemido foi acompanhado da última contração do orgasmo. Que coisa maravilhosa. Acho que vou querer fazer isso de novo. Eu ainda tinha o gosto do seu membro na boca, quando ele me puxou para si e me beijou. Sua língua passeava entre meus dentes à busca daquele sabor, quando uma corrente de vento chegou ao meu corpo. Larguei a boca de Aidan e abri os olhos. A porta do quarto estava aberta. E minha pupila dilatou, quando vi papai olhando para nós. Oh, meu Deus! Eu não acredito! Papai viu tudo! Agora estou fodido! Pensei.

      ***

      Duas surras

      __________________

      Era o dia do aniversário de mamãe. Antes mesmo que a babá nos acordasse, papai foi ao meu quarto e explicou que Marcus, ele e eu iríamos fazer uma surpresa para ela no fim da tarde. E pediu para fingirmos que esquecemos a data. Naquele dia, quando meu irmão e eu retornamos do colégio, papai nos esperava na sala. Vendo-nos, disse a meu irmão que fosse tomar banho, e pediu à babá para acompanhá-lo. Segurou minha mão e levou-me ao meu quarto. Ele tinha a cara fechada, parecia estar com raiva. Enquanto trancava a porta a chaves, mandou-me sentar na cama, dizendo que precisava falar comigo. Obedeci-o. Ele arrastou uma cadeira e sentou-se diante de mim.

      — Gaius, hoje fui chamado no seu colégio. Você sabe por quê?

      Balancei a cabeça, dizendo que não.

      — O diretor me chamou porque os pais de um dos seus colegas, o Jean, fizeram uma reclamação contra você. Sabe o que eles disseram?

      Novamente, balancei a cabeça, reafirmando que não.

      — Disseram que Jean contou que vocês dois estavam brincando no banheiro do colégio. O que vocês faziam lá, meu filho?

      — Papai, nós tiramos a roupa e eu fiquei pegando no pinto dele — respondi, envergonhado.

      — E por que fez isso?

      — Ele contou que viu sua mãe pegando no pinto do pai dele, e pediu para eu fazer a mesma coisa no dele. Então, nós tiramos a roupa e eu fiz. Era uma brincadeira.

      — Gaius, o que fez não foi certo. Um homem não pode pegar no pênis de outro. Isso é pecado! Deus não gosta! O que o diretor me relatou não foi isso. Afirmou que os pais de Jean disseram que foi você que teve a ideia de ir para o banheiro. Por que está mentindo para mim? — perguntou, assumindo uma voz agressiva.

      — Papai, não estou mentindo. Foi Jean quem me pediu — respondi, assustado.

      Nisso, percebi o olhar de desconfiança dele. Papai não acreditou no que disse. E depois de explicar-me mais uma vez que eu


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