Meu Irmão E Eu. Paulo Nunes
Читать онлайн книгу.ordenando-me:
— Venha aqui!
— O que você quer, olhando-me desse jeito? Ele pode perceber, sabia? — indaguei-o.
— Venha aqui, garoto! Estou mandando! — respondeu forte, com a cara fechada.
Obedeci-o. Arrastei-me pelo sofá no entorno da mesa e me encostei a ele. Vi seus braços se abrirem e, logo, senti sua mão em minha cintura, pressionando meus quadris contra os dele. Estávamos colados um no outro. Então, ele virou seu rosto para mim e disse:
— Oi.
— Oi — respondi, alternando meu olhar entre seus olhos e lábios.
— Vou perguntar uma coisa. E vai me responder a verdade, certo?
— Certo.
— Olhe para mim e responda: Você está me desejando agora?
Oh, meu Deus! O que digo? Ele já sacou tudo! Pensei.
— Estou — respondi baixinho.
Ele tirou a mão do meu quadril e pôs o seu celular diante de mim.
— Digite seu número aqui.
Salvei meu número no celular e o entreguei. Então, ele me mandou tirar a carteira e lhe dar cinquenta dólares. O quê? Por que ele quer cinquenta dólares? Pensei.
— Por que você...
— Não discuta! Confie em mim. Dê-me cinquenta dólares, agora! — mandou, interrompendo-me com seus dedos em meus lábios, a fim de não me deixar falar.
Ah, aqueles dedos! Confiei. Tirei a carteira do bolso e pus o dinheiro na mão dele. Pablo levantou-se e ordenou-me que ficasse sentado ali, pois logo voltaria. Minha testa franziu. Acompanhei-o com olhos curiosos e vi quando cochichou algo ao pé do ouvido do garçom e lhe entregou o dinheiro. Ele caminhava faceiramente à mesa, quando abriu um sorriso travesso. Que sorriso lindo! Sentou-se ao meu lado novamente e pôs sua mão em minha cintura e, olhando-me, disse:
— Estou excitado. Passe a mão.
— Você está louco? Há pessoas aqui. E Richard já vai voltar...
— Não vai, não. Ele está preso no banheiro. E o garçom só vai abrir a porta, quando você me fizer gozar.
Arfei duas vezes em menos de um segundo. Eu não acredito nisso! Pensei.
— Você só pode estar de brincadeira, Pablo — comentei, tentando rir, mas sem conseguir.
— Não estou não, garoto — respondeu, tomando minha mão e levando-a ao seu membro.
— Aperte assim, de cima para baixo.
Meu coração palpitou. E com sua mão sobre a minha, mostrou-me como queria eu o masturbasse por cima da bermuda. Eu estava muito nervoso com a possibilidade de um flagrante, e meus olhos não paravam de percorrer as mesas do restaurante na tentativa de descobrir se alguém percebia o que fazíamos. A cada vez que um garçom ameaçava ir em nossa direção, meu coração acelerava mais ainda. Richard está trancado no banheiro. Oh, meu Deus! Pensei.
— Relaxa, garoto. Está escuro aqui, e a mesa cobre tudo. Ninguém está vendo nada. Vai por mim. Quer que eu ponha para fora? — perguntou, baixinho.
— Não. Deixe assim. Assim está bom — respondi, nervoso.
Realmente, ele estava certo, e o restaurante estava escuro. Calma, Gaius! Relaxe, Gaius. Pensava e dizia para mim mesmo. Ele me olhava e respirava pela boca, enquanto mordia seus lábios rachados. A cada movimento que fiz no membro dele, senti suas pernas contraírem. Um gemido baixinho e manhoso saía de sua boca.
— Eu quero enfiar em você. Quero enfiar bem devagar e, depois, meter com força até você gritar — sussurrava ele.
— Quer? Então, goze para mim — provoquei, na tentativa de fazê-lo gozar logo e dar fim à minha angústia.
Ele não demorou. Pude sentir em minhas mãos as contrações do jato dele. Estava jorrando e, com certeza, deve ter inundado a cueca. Respirei fundo, tentando me acalmar. Alguns instantes em silêncio e o sorriso dele apareceu, olhando-me com satisfação pela tensão que causou em mim. Parecia gostar de fazer essas coisas exóticas.
— Salvou seu número? — perguntou, ainda sorrindo, meio ofegante.
— Salvei! — respondi, tentando fazer cara de bravo, mas sem conseguir disfarçar que tinha gostado.
Ele levantou e foi ao encontro do garçom, enquanto eu voltava para o outro lado da mesa. Instantes depois, Richard retornava com cara de ódio.
— Acredita que fiquei preso no banheiro? Só conseguiram abrir agora. Onde está Pablo? — perguntou ele.
— Acho que ele foi ao banheiro, Richard. Não encontrou com ele? — respondi, cabisbaixo.
Assim que cheguei em casa, depois de jantar com eles, um toque avisou-me de uma nova mensagem no celular:
“Desça! Estou na frente do seu prédio. O taxímetro marca dezoito pratas, e contando. Não demore! Pablo”.
Não acreditava no que estava lendo. E Richard, onde está? Este mexicano só pode ser maníaco. Pensei. Tomei as chaves do apartamento de volta às mãos e desci. Abri a porta do táxi, fazendo cara feia, e perguntei:
— O que foi, Pablo? Ficou doido?
— Entre e feche a porta! — ordenou-me.
Vendo-me bater a porta do táxi, ele passou o braço por trás de mim, apertou minha cintura, e disse ao taxista:
— Rua Madison, Bedford — e selou seus lábios nos meus.
E beijou-me com tesão. Não acredito que a essa hora da noite estou indo ao Brooklyn! Esse mexicano ainda vai me matar. Oh, meu Deus! Pensei, enquanto saboreava aquela boca gostosa e ardente.
O apartamento de Pablo era pequeno. Tinha somente sala, cozinha, quarto e um banheiro. A TV estava ligada e, a janela, aberta. O vento que entrava balançava as cortinas que cobriam as janelas da sala. Um gato branco recepcionou-nos e, logo, começou a roçar minhas pernas. A poucos passos da porta, vi dois colchões de solteiro ao chão, perto de uma das janelas. Eles estavam manchados e cobertos apenas com um lençol estampado. E, do outro lado, enxerguei um sofá velho de dois assentos com estofado vermelho. Meus olhos percorriam as paredes à procura de alguma beleza, quando vi pratos e xícaras sujas na cozinha e uma tinta escura nas paredes, que não escondia as rachaduras do prédio. Ao sentir o cheiro de mofo e ouvir o gato miar, entendi que Pablo era pobre e que eu estava no subúrbio de Nova Iorque. Ele mora aqui? Mas como conseguiu dinheiro para ir a Monte Carlo? Pensei. Assim que entramos, ele logo apertou a tela do seu celular e o jogou sobre o sofá. Uma playlist começou a tocar. Era rock. Enquanto caminhava até a cozinha, tirou a camisa e a jogou sobre uma cadeira. Puxou a porta da geladeira e tirou uma cerveja, abrindo-a no dente, enquanto me olhava. E veio em minha direção.
— Sei que não é o que está acostumado, mas é aqui onde moro — disse, dando um gole na cerveja e me fazendo beber também logo depois.
Agarrou minha cintura e puxou-me para ele.
— Nunca tinha vindo ao Brooklin — comentei, timidamente.
— Acho que depois de hoje vai querer vir mais vezes.
E selou sua boca na minha, pressionando meu abdome contra o dele. Estava preso em seus braços e não conseguia resistir. Queria-o, enlouquecidamente. Ele me beijava com força. E eu adorava.
— Gostei do que fez comigo no restaurante — comentou ele, ao pé do meu ouvido, com a voz manhosa, roçando a barba por fazer em meu rosto, provocando-me e atiçando meu tesão.
— Fui obrigado a fazer — respondi, quase sem forças diante daquela tensão sexual que se instalou entre nós.
—