Caçador Zero. Джек Марс

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Caçador Zero - Джек Марс


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Preciso ir.

      — Seja rápido — disse Watson. — Um dos meus homens está fazendo uma ligação dando uma pista falsa do motel, informando a semelhança na descrição de Rais e de suas filhas.

      — Obrigado, John. — Reid puxou o fone de ouvido, certificou-se de que ele tinha um aperto firme na barra de rapel e saiu do quadricóptero.

      A descida controlada de quinze metros até o chão foi mais rápida do que ele previra e tirou o seu fôlego. A emoção familiar, a adrenalina, percorreu suas veias enquanto o vento rugia em seus ouvidos. Ele dobrou os joelhos levemente ao se aproximar do chão e tocou o asfalto agachando.

      Assim que ele soltou a barra de rapel, a linha voltou para o quadricóptero e o drone zumbiu para longe na noite, retornando para onde tinha vindo.

      Reid olhou em volta rapidamente. Ele estava no estacionamento de um armazém do outro lado da rua do motel sujo, pouco iluminado por apenas algumas lâmpadas amarelas do lado de fora. Uma placa pintada à mão em frente à rua dizia que ele estava no lugar certo.

      Ele examinou a esquerda e a direita enquanto atravessava a rua vazia. Estava quieto aqui, estranhamente quieto. Havia três carros no estacionamento, cada um espaçado ao longo da fileira de quartos à sua frente - e um deles era claramente o SUV branco que havia sido roubado do estacionamento de carros usados em Maryland.

      Estava estacionado do lado de fora de um quarto com o número 9, em latão, na porta.

      Não havia luzes acesas lá dentro; não parecia que alguém estava lá no momento. Mesmo assim, ele largou a bolsa do lado de fora da porta e ouviu atentamente por cerca de três segundos.

      Ele não ouviu nada, então puxou a Glock do coldre de ombro e chutou a porta.

      O batente estilhaçou facilmente quando a porta se abriu e Reid entrou, a arma apontada para a escuridão. No entanto, nada se moveu nas sombras. Ainda não havia sons, ninguém gritando de surpresa ou procurando por uma arma para se defender.

      Sua mão esquerda procurou um interruptor de luz na parede e o ligou. O quarto 9 tinha um tapete laranja e papel de parede amarelo que se curvavam nos cantos. O quarto havia sido limpo recentemente, nos padrões de "limpeza" que pareciam ser usados no Starlight Motel. A cama fora arrumada às pressas e cheirava a desinfetante barato de aerossol.

      Contudo, estava vazio. Seu coração se afundou. Não havia ninguém aqui - nada de Sara ou Maya ou do assassino que as havia levado.

      Reid andou com cuidado, olhando pelo quarto. Perto da porta havia uma poltrona verde. O tecido da almofada do assento e das costas estava ligeiramente descolorido com a marca de alguém que havia se sentado lá recentemente. Ele se ajoelhou ao lado, delineando a forma da pessoa com as pontas dos dedos enluvadas.

      Alguém ficou sentado aqui por horas. Cerca de um metro e oitenta de altura, oitenta quilos.

      Era ele. Ele estava sentado aqui, próximo ao único ponto de entrada, perto da janela.

      Reid enfiou a arma de volta no coldre e cuidadosamente retirou a colcha de cama. Os lençóis estavam manchados, eles não tinham sido trocados. Ele os inspecionou cautelosamente, levantando cada travesseiro por sua vez, tomando cuidado para não contaminar nenhuma evidência em potencial.

      Ele encontrou dois cabelos loiros, longos fios sem raízes. Caíram naturalmente. Ele encontrou uma única mecha castanha da mesma maneira. Elas estavam aqui, juntas, nesta cama, enquanto ele estava sentado e as observava. Mas, por quê? Por que Rais as trouxe aqui? Por que eles pararam? Era outro truque no jogo de gato e rato do assassino, ou ele estava esperando por alguma coisa?

      Talvez ele estivesse me esperando. Demorei muito para seguir as pistas. Agora eles se foram novamente.

      Se Watson já tivesse telefonado para fazer a falsa denúncia, a polícia estaria no motel em minutos, e Strickland provavelmente já estava em um helicóptero. Ainda assim, Reid se recusou a sair sem algo para continuar, ou então tudo teria sido por nada, apenas mais um beco sem saída.

      Ele correu para o escritório do motel.

      O tapete era verde e áspero sob as botas, fazia lembrar grama sintética. O lugar fedia a fumaça de cigarro. Do outro lado do balcão, havia uma porta escura e, atrás dela, Reid podia ouvir algo tocando em volume baixo, um rádio ou uma televisão.

      Ele tocou a campainha de serviço no balcão, uma campainha dissonante soando no escritório silencioso.

      — Hmm. — Ele ouviu um grunhido suave da sala dos fundos, mas ninguém apareceu.

      Reid tocou a campainha novamente três vezes em rápida sucessão.

      — Tá certo, cara! Jesus — uma voz masculina. — Estou indo — um jovem saiu dos fundos. Ele parecia estar na casa dos vinte ou trinta anos; era difícil para Reid dizer, por causa de sua pele ruim e olhos avermelhados, que ele esfregou como se tivesse acabado de acordar de uma soneca. Havia uma pequena argola de prata em sua narina esquerda e seu cabelo loiro sujo estava preso em dreadlocks de aparência sarnenta.

      Ele olhou para Reid por um longo momento, como se estivesse irritado com o próprio conceito de alguém ter entrado pela porta do escritório.

      — Ah? O quê?

      — Estou procurando por informações — disse Reid categoricamente. — Tinha um homem aqui recentemente, caucasiano, cerca de trinta anos, com duas adolescentes. Uma de cabelos castanhos e outra mais jovem, loira. Ele dirigia aquele SUV branco ali. Eles ficaram no quarto nove...

      — Você é um policial? — o funcionário interrompeu.

      Reid estava ficando rapidamente irritado.

      — Não. Eu não sou policial. — Ele queria acrescentar que era o pai dessas duas garotas, mas conteve-se; não queria que esse funcionário o identificasse mais do que ele já podia.

      — Olha, mano, eu não sei nada sobre garotas adolescentes — insistiu o funcionário. — O que as pessoas fazem aqui é assunto delas...

      — Eu só quero saber quando ele esteve aqui. Se você viu as duas garotas. Eu quero o nome que o homem te deu. Quero saber se ele pagou em dinheiro ou cartão. Se for cartão, quero os últimos quatro dígitos do número. E quero saber se ele disse alguma coisa, ou se você ouviu alguma coisa, isso pode me dizer para onde ele foi depois daqui.

      O funcionário olhou para ele por um longo momento e então soltou uma risada rouca e estridente.

      — Amigo, olhe ao seu redor. Este não é o tipo de lugar que pede nomes ou cartões de crédito ou algo assim. Este é o tipo de lugar em que as pessoas alugam quartos por hora, se é que você me entende.

      As narinas de Reid se alargaram. Ele já estava quase o farto dessa bobagem.

      — Deve haver algo, qualquer coisa, você possa me dizer. Quando eles fizeram o check-in? Quando eles saíram? O que ele lhe disse?

      O balconista lançou-lhe um olhar aguçado.

      — Quanto vale para você? Por cinquenta dólares, eu direi o que você quer saber.

      A fúria de Reid acendeu como uma bola de fogo quando ele alcançou o balcão, agarrou o jovem atendente pela camiseta e o puxou para frente, quase o erguendo do chão.

      — Você não tem ideia do que está me impedindo de fazer — ele rosnou na cara do garoto. — Ou o quão longe vou para conseguir isso. Você vai me dizer o que eu quero saber ou estará se alimentando por um canudo num futuro próximo.

      O recepcionista levantou as mãos, os olhos arregalados quando Reid o sacudiu.

      — Tá certo, cara! Tá certo! Tem um registro embaixo do balcão... Deixe-me pegar e vou olhar. Vou te dizer quando eles estiveram aqui. Tudo bem?

      Reid suspirou e soltou o rapaz. Ele tropeçou para trás, alisou a camiseta e depois pegou algo que não pôde ver embaixo do balcão.

      — Um lugar como esse —


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