Anjo De Ouro (Anjos Caídos #5). L. G. Castillo
Читать онлайн книгу.vai fazer com que eu seja demitida, Kai – disse Leilani quando Candy foi embora.
– Ela fala demais. Não se preocupe, eu cuido disso. Então, quando acaba o seu turno?
– Logo após o show.
– Boa. Espere por mim no estacionamento?
– Sim, claro. – Ela deu-lhe um pequeno aceno quando saiu para se juntar aos outros dançarinos de fogo, que estavam fazendo alguns ensaios de última hora. Quando ele se foi, ela pegou o avental e jogou no balcão.
Sorrisos falsos. Agradecimentos falsos. Tudo falso. Essa era a vida dela agora.
Obrigada pelo trabalho, Sr. Hu. Obrigada por demolir a cabana de taco e cobri-lo com asfalto. Obrigada por me deixar fazer o hula com Candy todas as sextas e sábados à noite.
Ela se lembrou de uma época em que dançar era tudo o que ela queria fazer. Agora era apenas uma maneira rápida de ganhar alguns trocados extras. O dia em que seus pais morreram foi o dia em que seu mundo ficou escuro e toda a magia foi embora.
O vestiário estava uma bagunça de garotas e spray de cabelo. O ar estava tão denso que mal conseguia respirar.
– Então você e Kai tem alguma coisa agora? – Candy sentou-se na frente de um espelho, pressionando o pó bronzeador sobre seu amplo decote.
– Não, apenas amigos. – Ela se sentou na única cadeira vazia ao lado de Candy.
– Sério? Eu achei que tivessem, já que ele não saiu com mais ninguém depois de você.
Ótimo. Ela nunca iria esquecer a única vez que deixara Kai levá-la para o baile de formatura do ensino médio.
– Foi apenas um encontro. – Leilani puxou o elástico segurando o cabelo. Removendo isto, ela passou os dedos pelo cabelo grosso, afofando.
– Ah, um encontro por pena. Entendi.
Eu preciso desse trabalho. Eu preciso desse trabalho.
Na realidade, ela não podia ficar com raiva de Candy porque tinha sido mesmo por pena. Desde a morte de seus pais, Kai fez tudo o que pôde para ajudar. Ele era um irmão mais velho para Sammy; ajudava em casa consertando as coisas sempre que quebravam; e ele até se oferecia para emprestar dinheiro, o que ela recusava veementemente. Embora de vez em quando pegasse a tia Anela colocando algum dinheiro no bolso do vestido enquanto acariciava a bochecha de Kai.
Ela suspeitava que tia Anela e Kai tinham planejado para ela ir ao baile, mesmo que fosse a última coisa que ela queria fazer. Kai lhe perguntou durante o jantar bem na frente de tia. Era difícil dizer não depois que a tia disse sim por ela e imediatamente marchou para o quarto e tirou um vestido que tinha comprado apenas para a ocasião.
Sim, totalmente premeditado.
– Então, ele está saindo com alguém?
– Não que eu saiba. Se está tão interessada nele, você deveria convidá-lo para sair.
– Hum, talvez. – Candy olhou para seu reflexo pensativo por um momento. – Apresse-se e coloque sua saia. Não se atrase como da última vez… ah! – Pegando um batom no balcão, ela jogou para Leilani. – Use isto. Essa coisa barata que você usa não está funcionando para você. Nós temos que parecer bem bonitas Precisamos manter o lugar lotado, você sabe. Você viu as garotas no novo resort do outro lado da ilha? Elas são ótimas.
O olho de Leilani se contraiu novamente.
Eu preciso desse trabalho. Eu preciso desse trabalho.
Candy saiu do provador improvisado pouco antes de Leilani pudesse derrubá-la no chão.
Por Deus, as coisas que faço para pagar as contas. Ela passou o batom sobre os lábios e olhou para si mesma no espelho.
Droga! Candy estava certa. A cor ficava bem nela.
Jogando o batom na mesa, ela tirou os sapatos, vestiu o traje e foi em direção ao palco.
Ela olhou para a multidão. Todas as mesas do salão estavam cheias. Isso deveria deixar o Sr. Hu feliz.
Alguns dos garotos que serviam as mesas estavam ocupados acendendo as tochas que rodeavam o perímetro externo. A multidão vibrou de excitação quando algumas das garotas do hula se misturavam com os convidados.
Ela odiava essa parte do trabalho. Era como se entregar aos turistas, e estava prestes a se juntar a elas quando uma sensação estranha tomou conta dela.
Algo estava errado.
Sammy! Onde está Sammy?
Ela examinou a platéia, subitamente ansiosa. Então soltou um suspiro quando o viu sentado à mesa onde o deixara.
Pobre garoto. Ele parecia entediado com os pés apoiados na mesa, recostado na cadeira e lendo uma revista em quadrinhos. Ele estava acostumado a ter que esperar seu turno terminar sempre que tia Anela não estava se sentindo bem o suficiente para cuidar dele e ele nunca reclamava.
A ansiedade não desapareceu, no entanto. Em vez disso, ficou mais forte.
Seus olhos examinaram a platéia, imaginando o que estava diferente. Perto do palco havia cinco mesas cheias do que pareciam caras de fraternidade vestindo camisetas combinando com símbolos gregos. Claro que Candy estava ocupada em uma das mesas, escrevendo seu número em um guardanapo.
O coração de Leilani bateu forte. Por que ela estava nervosa? Nunca ficava nervosa.
Música tocou suavemente em segundo plano, era a dica de que o show de hula estava prestes a começar. Seu coração disparou mais rápido quando Candy e as outras meninas subiram ao palco para tomar seus lugares.
– Você está bem, Leilani? – Perguntou uma delas.
Ela assentiu enquanto olhava para o final da lanai. Logo atrás de um par de tochas, ela viu uma sombra.
Ela apertou os olhos, tentando ver quem era. O fogo dançava como se a provocasse, bloqueando sua visão. A figura se moveu e ela pulou para trás enquanto as memórias passavam por sua mente.
Pneus gritando. O Sammy chorando. Girando e virando de cabeça para baixo. O barulho do metal. O vidro quebrando. Fogo ardente. Então… ele.
Cabelos dourados emergindo da fumaça. Fogo ardente na forma de asas de anjo saindo de seu corpo perfeitamente esculpido. Olhos de safira a olhando ternamente.
Não! Agora não.
Ela pressionou as palmas das mãos contra os olhos, empurrando as memórias de volta para onde pertenciam, no pequeno canto de sua mente, enterradas.
Era o mesmo sonho que tinha todas as noites desde o acidente e levou meses para que finalmente parassem.
Ela não sabia por que sonhava com Jeremy. O idiota nem se deu ao trabalho de checá-los. Ele foi embora sem uma palavra.
Ela e Sammy estavam melhores sem ele. Era estúpido pensar que o Garoto de Ouro alguma vez se importara com eles. Ele era apenas outro haole idiota.
A música ficou mais alta e ela desviou os olhos da figura atrás do fogo. Provavelmente era outro turista estúpido com a mesma forma de corpo. Ela não tinha tempo para pensar no passado.
Esta era sua vida agora.
2
Jeremy olhou para o estacionamento. Ele estava no lugar errado?
Ele voltou para a praia, refazendo os passos. A mesma trilha estava lá, mas no momento em que saiu da densa folhagem, seu pé pisou no asfalto preto em vez da porta da frente da cabana de taco.
Ele franziu a testa.
Não estava mais lá. Tudo sumira. Não havia mais nada para ele? O único lugar que sabia que poderia encontrar paz, um lugar para esquecer que era um arcanjo, agora era um estacionamento cheio veículos e carros esportivos como o rosa berrante, parado perto da porta da frente do restaurante.
O que ia fazer agora? Ele vagou sem rumo pelo Texas, depois pelo Novo México. Ele não tinha certeza