Anjo De Ouro (Anjos Caídos #5). L. G. Castillo

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Anjo De Ouro (Anjos Caídos #5) - L. G. Castillo


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porque é Jeremy.

      Uri fez uma pausa, respirando fundo. Olhos azuis gentis seguraram os de Naomi por um momento. Não houve julgamento, mas ela não pôde evitar a culpa borbulhando profundamente dentro dela.

      – Os arcanjos têm um código mais rigido que os outros – disse Uri. – Somos exemplos para os outros na hierarquia. Jeremy não apenas desobedeceu ao seu superior, mas o fez na frente dos subordinados.

      Ah não. O que eu fiz? A vergonha inundou Naomi. Se Welita pudesse vê-la agora, ela ficaria mortificada. Não era assim que se tratava a família.

      Rachel apertou a mão dela. Mesmo sem precisar dizer uma palavra, Rachel sabia o que estava pensando.

      – Então nós o traremos de volta. Fácil – disse Lash. – Se ele se desculpar, nem precisará passar pelo julgamento. Tenho certeza de que Raphael pode convencer Michael a pegar leve.

      – Ele já se encontrou com Michael – disse Rachel.

      Lash parou. – E?

      Uri tristemente balançou a cabeça.

      – De jeito nenhum! Isso é uma piada, certo? O que é isso, Uri. Você deve estar brincando comigo! – O rosto de Lash ficou vermelho.

      – Gostaria de estar, meu amigo. Eu supliquei ao Michael também, ele não pode ser influenciado. Os arcanjos julgarão os erros de Jeremy.

      Naomi soluçou quando Lash bateu a mão contra a parede, deixando escapar uma série de maldições. Ela tinha que fazer algo para consertar isso.

      – Eu entendo sua raiva. Eu também sinto. Eu convenci Michael a me enviar para buscar Jeremy. Ele concordou em deixar você ir comigo.

      – Eu vou com você! – Naomi choramingou. Ela foi a razão pela qual ele fora embora. Ela sabia que poderia convencê-lo a voltar.

      – Você não pode – disse Uri. – Michael especificamente proibiu que você fizesse parte disso.

      Naomi olhou para Rachel, que estava chorando agora, lágrimas suaves escorrendo por suas bochechas.

      – Você pensou que poderia me distrair com chá? – Naomi soluçou junto com ela.

      – Eu não sabia mais o que fazer. Eu sinto muito.

      – Shh, Naomi. – Lash a puxou para seus braços. – Uri e eu vamos cuidar disso. Traremos Jeremy de volta e encontraremos uma maneira de argumentar a seu favor. Ele é o melhor arcanjo que eles têm. Todo mundo o ama aqui. Tudo vai dar certo. Você verá.

      5

      Jeremy estava de volta.

      Leilani não queria pensar em Jeremy de volta na ilha. Ela estava cansada e pegajosa.

      Ela jogou o lençol úmido para o lado, saindo da cama. A casa estava quente como o inferno. Ela não conseguia dormir e toda vez que fechava os olhos, tudo o que via era Jeremy.

      Ela caminhou pela cozinha e pela porta dos fundos. Abrindo, ela se encostou na porta, olhando para o quintal. Uma brisa suave atingiu seu rosto suado.

      Por que você teve que voltar?

      E por que ela não conseguia tirá-lo da cabeça?

      Ela tinha coisas mais importantes em que pensar, como fazer o ar condicionado funcionar. Ela precisaria trabalhar um turno extra de fim de semana para conseguir o dinheiro para consertá-lo. Ou talvez Kai pudesse fazer sua mágica novamente.

      Por que você teve que voltar? E por que você tem que ser tão bonito?

      Ela olhou para a lua, lembrando-se de seus sonhos infantis sobre Jeremy segurando-a, beijando-a. Isso era tudo em que pensava desde o dia em que o conheceu.

      Por que ele não era o idiota que pensava que era quando o conheceu? A vida teria sido muito mais fácil. Mas não, a vida queria torturá-la e tornar Jeremy tão bonito por dentro quanto por fora.

      Ele era gentil, doce e atencioso. Tudo o que fez, desde tentar animá-la quando Candy roubou seu emprego e ser amigo de Sammy, a fez se apaixonar por ele e muito.

      Por que você teve que voltar? E por que você tem que ser tão bonito?

      Ele não mudou nada, ainda era bonito e incrivelmente forte. E aqueles olhos. Uau, meu Deus, aqueles olhos. Eles falavam com ela, intoxicavam-na a ponto de estar perdida em um lago azul.

      Ela suspirou, fechando os olhos. Aqueles lábios. Oh, como ela se lembrava daqueles sonhos e como era tê-los pressionados contra os seus. Macio, firme, sensual. Seu coração acelerou com desejo.

      Argh! Ela bateu a cabeça contra a moldura da porta várias vezes.

      Esqueça ele. Esqueça ele. Esqueça ele já!

      Pare com isso.

      Ela não era mais uma criança, não tinha tempo para essa porcaria adolescente.

      Os olhos dela se abriram ao som de alguém choramingando. Sammy estava tendo seus pesadelos novamente.

      A culpa era de Jeremy por trazer de volta as memórias. Ela sabia que Sammy estava sonhando com aquele dia. Era o mesmo choramingo que fez todas as noites durante um ano após a morte dos pais. Não foi por acaso que tudo começou de novo ao mesmo tempo em que Jeremy apareceu.

      Ela não sabia exatamente o que havia acontecido depois de perder a consciência e não podia acreditar em tudo o que Sammy havia dito a ela. Sammy transformou Jeremy em um super-herói que andou pelo fogo e arrancou as portas do carro. Foi só o que ele falou por dias. Quando as crianças da escola o provocaram sobre seu amigo super-herói imaginário, ele a arrastou para todas as praias da ilha, tentando encontrar Jeremy para que pudesse provar que Jeremy era real. Depois de semanas, a realidade finalmente o atingiu. Seu suposto amigo se foi. Ele parou de falar sobre Jeremy e os gemidos à noite começaram.

      Maldito seja, Jeremy!

      Gostoso ou não, ela já o havia superado. É isso mesmo, nada de desperdiçar células cerebrais pensando nesse idiota. O que ela precisava fazer era focar sua atenção em Kai.

      Kai havia amadurecido no momento em que descobriu que seus pais haviam morrido. Ela gostava dele. Com o tempo, poderia até começar a amá-lo. Afinal, ele ficou. Ele cuidou de Sammy quando ela ou a tia Anela não estavam.

      E daí se o seu único beijo não a fez enrolar os dedos dos pés? Foi no baile do ensino médio, esses beijos não contavam.

      Ela ainda se lembrava de como Kai parecia encantador naquela noite, com os cabelos escuros alisados para trás e o pomo de Adão tremendo nervosamente, enquanto estavam na varanda da frente. Ele se inclinou devagar, sem saber como ela reagiria. Ela arqueou a cabeça para trás, convidando seu beijo. E então ele a beijou, um beijo profundo e doce.

      Ela descansou as palmas das mãos no peito dele e esperou.

      E esperou.

      Esperou a Terra se mover. Esperou que seus joelhos dobrassem ou que as borboletas invadissem seu estômago.

      Nada. Ela poderia muito bem estar beijando uma pedra.

      – Lua linda! Lua linda!

      Leilani se assustou com risadas estridentes.

      – Ah, você ainda está acordada. Eu não quis te assustar, estava apenas colocando Risadinha de volta em sua gaiola – disse tia Anela enquanto se dirigia para a gaiola de pássaros ao lado da porta. Uma cacatua branca estava sobre seus ombros, balançando a cabeça animadamente.

      – Lua linda! Lua linda!

      – Sim, risadinha. Hoje temos uma lua bonita.

      – Eu cuido dela. – Leilani pegou o pássaro.

      Risadinha bateu suas asas e gritou. Leilani puxou a mão de volta.

      Risadinha riu.

      – Isso não foi legal, Risadinha – repreendeu a tia Anela.

      Leilani revirou os olhos. Ela amava tia Anela por morar com eles, mas aquele pássaro a estava


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