A próxima porta . Блейк Пирс

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A próxima porta  - Блейк Пирс


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um pouco maior do que uma carta de baralho.

      Pegou o bilhete e leu. E depois leu novamente.

      Colocou-o novamente no envelope e carregou-o até a mesa, ao lado da parede da sala. Colocou-o lá, com os outros quatro bilhetes, todos com mensagens parecidas.

      Olhou para ele por um momento, com medo e confusa.

      Suas mãos suavam e seu coração começou a bater mais rápido.

      Quem está me vigiando? Imaginou. E por que?

      Então, fez o que normalmente fazia quando algo a incomodava. Ignorou. Tirou o mais novo bilhete de sua mente, junto com a mensagem que ele trazia, e saiu pela porta para encontrar Martin.

      Ao sair do prédio, a mensagem do bilhete reapareceu em sua mente, quase como um sinal em neon.

      EU SEI O QUE ACONTECEU DE VERDADE.

      Não fazia sentido, mas novamente, parecia fazer todo o sentido do mundo.

      Danielle olhou para sua própria sombra na calçada e não se conteve em caminhar um pouco mais rápido. Ela sabia que não escaparia do problema apenas deixando-o de lado, mas pelo menos aquilo a fez sentir-se melhor.

      EU SEI O QUE ACONTECEU DE VERDADE.

      Seus pés pareciam concordar, querendo parar de caminhar e correr de volta para tentar encontrar algum sentido nas cartas—querendo ligar para alguém. Talvez para a polícia. Talvez para Chloe.

      Mas Danielle apenas caminhou mais rapidamente.

      Ela conseguira deixar seu passado para trás, quase sempre.

      Seria diferente com aquelas cartas?

      CAPÍTULO TRÊS

      - Então vocês escolheram frango mesmo, ein?

      Era uma pergunta inocente, mas Chloe sentiu uma raiva profunda dela. Ela mordeu levemente os lábios dentro da boca para não responder.

      Sally Brennan, mãe de Steven, estava sentada em frente a ela, com um sorriso maléfico no rosto.

      - Sim, mãe – Steven disse. – É comida... Comida que eu provavelmente nem vou comer de tão nervoso. Se alguém reclamar da comida no meu casamento, pode ir embora e comer um Taco Bell no caminho.

      Chloe apertou a mão de Steven debaixo da mesa. Ele parecia ter absorvido a irritação dela. Era raro que Steven enfrentasse sua mãe, mas quando enfrentava, parecia um herói.

      - Bom, essa não é uma atitude muito bonita – Sally disse.

      - Ele está certo - Wayne Brennan, pai de Steven, disse da outra ponta da mesa. A taça de vinho ao lado dele estava vazia pela terceira vez no jantar daquela noite, e ele esticou o braço em direção à garrafa de vinho tinto, no meio da mesa. – Na verdade, ninguém está nem aí para a comida do casamento. É da bebida que eles querem saber. E temos open bar, então...

      A conversa morreu ali, com o olhar de Sally mostrando que ela claramente ainda não concordava com a escolha por frango.

      Mas aquilo não era novidade. Ela havia reclamado de quase todas as decisões de Chloe e Steven. E nunca esquecia-se de, da pior maneira, relembrá-los sobre quem estava pagando pelo casamento.

      Pinecrest não era apenas a cidade de Chloe, mas também dos pais de Steven. Eles haviam se mudado para lá cinco anos antes, na verdade para uma pequena cidade chamada Elon, ao lado de Pinecrest. Além do trabalho de Steven, essa fora uma das razões pelas quais Chloe e seu noivo haviam decidido se mudar para Pinecrest. Ele trabalhava como desenvolvedor de softwares para um fornecedor do governo, e havia recebido uma proposta boa demais para ser recusada. Já Chloe era, atualmente, estagiária do FBI, e estava trabalhando em seu mestrado em Justiça Criminal. Pela proximidade com a sede do FBI em Baltimore, tudo fazia perfeito sentido.

      Mas Chloe já estava arrependida de morar tão perto dos pais de Steven. Wayne não incomodava quase nunca. Mas Sally Brennan era, para não exagerar, uma perua folgada que adorava colocar o nariz onde não era chamada.

      Os Brennan, enquanto casal, eram pessoas muito bacanas. Ambos aposentados, bem de vida e quase sempre felizes. Mas eles mimavam Steven. Filho único, Steven já admitira várias vezes para Chloe que seus pais haviam o estragado. Mesmo agora, quando ele já tinha vinte e oito anos, eles tratavam ele como criança várias vezes. E isso acabava gerando uma superproteção. Essa era a principal razão pela qual Chloe se revirava internamente sempre que eles queriam se meter nos planos do casamento.

      E, infelizmente, eles aparentemente queriam se meter na janta. Sally não perdera tempo em reclamar da escolha do menu para a recepção e perguntar também sobre outros assuntos.

      - Então, como está a casa? – Wayne perguntou, ansioso para que Chloe mudasse de assunto.

      - Está bem – Chloe disse. – Vamos terminar de mexer nas caixas em poucos dias.

      - Ah, e olhem só – Steven disse. – Uma mulher que Chloe conheceu no ensino médio mora na mesma rua, duas casas de distância. Não é loucura?

      - Talvez não seja tão louco quanto parece – Wayne disse. – Essa cidade é muito pequena. Você vai trombar com alguém que você conhece toda hora.

      - Especialmente nesses bairros onde as casas ficam uma em cima da outra – Sally disse com um sorriso, demonstrando sua opinião nada positiva sobre mais essa escolha deles.

      - Nossas casas não são uma em cima da outra – Steven disse.

      - Pois é, temos uma varanda de um tamanho bem decente – Chloe acrescentou.

      Sally encolheu os ombros e tomou outro gole de vinho. Depois, pareceu pensar em seu próximo comentário. Ela quase decidiu ficar quieta, mas acabou falando.

      - Sua amiga da escola não é a única em Pinecrest, certo? – Ela perguntou. – Sua irmã também mora por aqui. Se eu me lembro bem.

      - Sim, ela mora.

      Ela respondeu de uma forma firme, mas sem ser rude. Sally Brennan nunca escondera seu desgosto por Danielle—mesmo que elas só tivessem se encontrado duas vezes. Sally era, infelizmente, uma dessas donas de casa clichê, entediadas, que viviam procurando por escândalos e fofoca. Então, quando descobriu que Chloe tinha uma irmã com um passado obscuro, havia ficado chocada e intrigada.

      - Não vamos falar sobre isso, mãe – Steven disse.

      Chloe queria ter se sentido defendida pelo comentário, mas sentiu-se no máximo desprezada. Geralmente, quando o assunto Danielle vinha à tona, Steven acabava ficando do lado de sua mãe. Ele tinha o bom senso de parar de falar, mas sua mãe geralmente não.

      - Ela vai ser dama de honra? – Sally perguntou.

      - Sim.

      Sally não virou os olhos para o comentário, mas sua expressão mostrou o que ela pensava daquilo.

      - Ela é minha irmã – Chloe disse. – Então sim, eu convidei ela para ser dama de honra.

      - Sim, faz sentido, – Sally disse, - mas eu sempre achei que a dama de honra tem que ser escolhida com cuidado. É uma grande honra e responsabilidade.

      Chloe precisou segurar-se na mesa para não responder de um jeito mal educado. Percebendo a tensão, Steven fez o melhor que pode para acalmar a situação.

      - Mãe, calma aí – ele disse. – Danielle vai fazer tudo certo. E mesmo se algo der errado, nós vamos dar um jeito. É o meu casamento, mãe. Não vou deixar nada errado acontecer.

      Agora fora Chloe quem quase virara os olhos. Novamente, aquele fora o jeito dele ficar do lado dela, mas sem irritar seus pais. Chloe gostaria que, pelo menos uma vez, ele defendesse Danielle de verdade. Ela sabia que Steven não tinha problemas sérios com ela, mas que eles estava fazendo de tudo para minimizar o sentimento de sua mãe sobre a cunhada. Era meio nojento.

      -


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