A próxima porta . Блейк Пирс
Читать онлайн книгу.o telefone e trouxe até seu peito. Olhando para a tela bloqueada, disse:
- Qual é sua sen—
Martin tirou o telefone com violência da mão dela. Ele parecia mais surpreso do que furioso.
- O que foi isso? – Ele perguntou.
- Nada – ela disse. – Só brincando. Você pode ver seu telefone quando estiver comigo. Eu não me importo. Mas se for outra namorada eu vou ter que usar minhas garras nela.
- Eu não preciso que você supervisione meu celular – ele disse.
- Ei, espere aí. Não precisa ficar bravo. Eu só estava brincando.
Ele riu da cara dela e colocou o telefone no bolso. Depois, suspirou e sentou-se, aparentemente sem querer mais ficar deitado com ela.
- Ah, você é desses, então - ela disse, ainda tentando encontrar um equilíbrio entre brincar e ser persistente. – Guarda o telefone como se fosse seu pau ou algo assim.
- Esquece isso – ele disse. – Não seja estranha.
- Eu? Martin, achei que você ia quebrar meu pulso tirando o celular da minha mão.
- Bom, não é seu telefone, é? Você confia em mim?
- Não sei – ela disse, levantando a voz. – Não estamos saindo há tanto tempo. Cara, não precisa ficar tanto na defensiva.
Ele virou os olhos e olhou para a TV. Um gesto mal educado, que a irritou. Danielle balançou a cabeça e, fazendo o possível para manter uma expressão agradável, rapidamente montou nele. Abaixou-se como se fosse em direção ao zíper, mas depois virou-se para o bolso no qual estava o telefone. Com a outra mão, começou a fazer cócegas no lado direito dele.
Martin foi pego de surpresa, claramente sem saber como reagir. Ainda assim, quando os dedos dela tocaram no telefone, ele pareceu ter sido ligado na tomada. Pegou o braço dela e puxou com força. Depois, jogou-a no sofá, sem largar o braço. Doeu muito, mas ela não queria que ele a ouvisse gritando de dor. A velocidade e força dele a fizeram lembrar que ele já havia sido um boxeador amador.
- Cacete, solte a porra do meu braço!
Ele soltou, olhando para ela, surpreso. O olhar em seu rosto a fez pensar que ele não queria ter sido tão bruto. Ele surpreendera a si mesmo. Mas Martin também estava bravo. A sobrancelha apertada e os ombros tremendo eram evidências disso.
- Estou indo – ele disse.
- Isso, boa ideia – Danielle respondeu. – E nem precisa me ligar mais se não for para pedir desculpas.
Ele balançou a cabeça—se concordando consigo mesmo ou com ela, Danielle não sabia. Ela o viu sair rapidamente pela porta, fechando-a com força. Danielle sentou-se no sofá, olhando para a porta por algum tempo e tentando entender o que exatamente havia acontecido.
Não quer transar comigo e tem um comportamento desses, pensou. Esse cara pode ser problemático demais para valer a pena.
Claramente, ela sempre se sentia atraída por aquele tipo de homem.
Danielle olhou para seu braço e viu marcas vermelhas onde ele havia a segurado. Ela tinha certeza de que ele havia a machucado. Não era a primeira vez que um cara usava a força com ela, mas ela não imaginava aquilo vindo de Martin.
Brincou com a ideia de ir atrás dele para entender o que havia acontecido. Mas, ao invés disso, ficou no sofá e assistiu ao filme. Se o passado lhe ensinara algo, era que simplesmente não valia a pena correr atrás de homens. Nem daqueles que pareciam bons demais para serem de verdade.
Ela terminou o filme sozinha e encerrou a noite. Quando apagou a luz, sentiu que estava sendo vigiada—como se não estivesse sozinha. Sabia que aquilo era ridículo, é claro, mas não pode deixar de olhar para a porta, onde a carta havia aparecido no dia anterior—e várias vezes antes—vindas do nada.
Continuou no sofá e olhando para a porta, quase esperando que outra carta aparecesse. E vinte minutos depois, quando levantou-se para começar a se arrumar para trabalhar, acendeu todas as luzes do apartamento.
Devagar, uma paranoia esquisita tomou conta dela. Algo familiar, um sentimento que era como um amigo íntimo de anos—um amigo muito íntimo desde que as cartas começaram a chegar.
Pensou nas pílulas e, por um momento, passou por tudo o que estava em sua cabeça. Tudo. Inclusive as cartas.
Aquilo era tudo real?
Danielle não pode deixar de pensar no passado, lembrando-se da escuridão da qual ela achou que já havia escapado.
Ela estava perdendo a cabeça novamente?
CAPÍTULO SEIS
Chloe estava sentada na sala de espera, olhando para as revistas na mesa do café. Ela já havia visitado dois psicólogos diferentes depois da morte da mãe, mas não havia entendido de fato o propósito das consultas. Agora, no entanto, aos vinte e sete anos, ela sabia porque estava ali. Aceitara o conselho de Greene e ligara para o psicólogo do FBI para falar sobre sua reação à cena do crime do dia anterior. Naquele momento, estava tentando relembrar os consultórios que visitara na infância.
- Senhorita Fine? – Uma mulher chamou do outro lado da sala.
Chloe estava tão longe em seus pensamentos que não ouviu a porta da sala de espera. Uma mulher bem apessoada acenou para ela. Chloe levantou-se e fez o possível para não parecer derrotada enquanto seguia a mulher pelo corredor até o grande consultório.
Ela pensou no que Greene havia dito no dia anterior, enquanto tomavam café. Aquilo ainda estava forte em sua mente, porque fora o primeiro conselho realmente útil de um agente durante o começo de sua carreira.
Visitei esse psicólogo várias vezes na minha vida. Meu quarto caso foi um assassinato com suicídio. Quatro corpos. Um era uma criança de três anos. Acabou comigo. Então posso te falar com certeza... isso funciona. Especialmente se você começar desde já. Já vi agentes que se achavam fodas e que não precisavam de ajuda. Não seja um desses, Fine.
Então, não... precisar de psicólogo não fazia dela um fracasso. E melhor, ela esperava que aquilo pudesse torná-la mais forte.
Chloe entrou no consultório e viu um senhor de aproximadamente sessenta anos sentado atrás de uma mesa grande. Uma janela atrás da mesa mostrava uma pequena topiaria lá fora, e borboletas voando para lá e para cá. O nome dele era Donald Skinner, e ele já exercia a profissão há mais de trinta anos. Ela sabia disso porque havia pesquisado sobre ele no Google antes de decidir ir à consulta. Skinner era muito formal e educado. Ele pareceu preencher a sala um pouco mais quando caminhou em direção a ela para lhe cumprimentar.
Ele acenou em direção a uma confortável cadeira no meio da sala.
- Por favor - disse. – Sinta-se à vontade.
Chloe sentou-se, claramente nervosa. Ela sabia que provavelmente estava forçando muito para tentar esconder esse sentimento.
- Já fez isso antes? – Skinner perguntou.
- Quando era muito mais nova – ela disse.
Ele assentiu e sentou-se em uma cadeira idêntica, em frente a ela. Quando se acomodou, colocou o joelho direito por cima da perna e colocou as mãos sobre ele.
- Senhorita Fine, por que você não me fala sobre você... e depois sobre o motivo de você estar aqui hoje.
- Sobre mim desde quando? – Ela perguntou, em tom de brincadeira.
- Por enquanto, foque na cena do crime de ontem – Skinner respondeu.
Chloe pensou por um momento e depois começou. Ela não escondeu nada, inclusive falando um pouco de seu passado para ele. Skinner escutou atentamente, ponderando sobre tudo o que estava sendo dito.
- Me diga – Skinner disse. –