Ameaça Na Estrada. Блейк Пирс

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Ameaça Na Estrada - Блейк Пирс


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      - Obrigada! – ela disse.

      Brett abriu a porta e entrou no pequeno banheiro. A porta fechou-se, e ela encontrou-se totalmente no escuro.

      Estranho, pensou.

      O banheiro não deveria ter ao menos uma janela?

      Brett passou a mão pela parede ao lado da porta, procurando um interruptor, mas não encontrou. Claro, ela não poderia esperar que o veículo tivesse energia elétrica se não estava conectado a nenhuma fonte de energia.

      Virou-se para sair, mas o trinco não se mexeu.

      Deve estar quebrado.

      Tímida, chamou:

      - Ei, acho que estou trancada.

      Não houve resposta.

      Começando a ficar preocupada, Brett pegou o celular do bolso e ligou sua lanterna.

      Quando o celular iluminou o local, o medo tomou conta de seu corpo.

      Aquilo não era um banheiro.

      Talvez tivesse sido um dia, mas agora já não tinha suas características comuns.

      Brett estava em pé em um espaço retangular, com as paredes e o teto forrados com pequenos azulejos, com pequenos buracos.

      Isolamento acústico, ela percebeu.

      Aquele lugar era à prova de som?

      Sentiu o medo crescer.

      Ao focar os olhos na parede, percebeu que os azulejos estavam arranhados.

      As paredes estavam sujas, manchadas com algo vermelho.

      Sangue!

      Quando ouviu o trinco da porta começar a se mexer, ela começou a gritar.

      Mas sabia que não adiantaria de nada.

      Quando a porta começou a se abrir, Brett Parma soube que iria morrer.

      CAPÍTULO UM

      Um homem corpulento foi até o microfone e começou a falar.

      - Sinto-me honrado em estar...

      Mas sua voz firme transformou-se em um som estridente de microfonia, que ecoou pelo auditório gigante.

      Riley Sweeney quase deu um pulo de sua cadeira.

      O barulho logo diminuiu, e poucos segundos depois Riley estava rindo, nervosa, junto com os outros formandos da Academia do FBI. O diretor do FBI, Bill Cormack, era conhecido por ter uma voz forte, profunda, que causava estrago nos sistemas de som.

      Ele poderia até falar sem microfone, Riley pensou.

      Com aquela voz forte, com certeza ele se faria ouvir sem grandes problemas.

      Mas, com um sorriso, o diretor Cormack começou a falar no microfone novamente, dessa vez muito mais tranquilo.

      - Sinto-me honrado em estar formando os graduados da Academia deste ano, aqui em Quantico. Parabéns a todos vocês por terem passado por todos os desafios das últimas dezoito semanas.

      Riley refletiu sobre aquelas palavras.

      Dezoito semanas!

      Quem dera eu tivesse tido dezoito semanas inteiras!

      Ela havia perdido quase duas semanas de Academia, perseguindo um assassino brutal ao invés de participar das aulas como todos os outros formandos.

      Seu mentor, o agente especial Jake Crivaro, havia a retirado da Academia, sem cerimônias, para trabalhar em um caso na Virginia Ocidental—um caso sinistro em que o assassino matava suas vítimas enrolando-as em arame farpado.

      Dar conta de seus estudos, depois, fora difícil. Riley invejara os outros alunos por terem tido mais tempo para realizar um trabalho tão difícil. Mas ela sabia que nem todos os cerca de duzentos estudantes que tinham entrado na Academia estavam se formando naquele dia. Alguns haviam reprovado, e outros, desistido.

      Ela estava orgulhosa de si mesma por ter chegado até ali, apesar de tudo.

      Riley voltou sua atenção para o que o diretor Cormack estava dizendo.

      - Eu olho para trás e lembro com admiração da jornada pela qual eu e tantos outros agentes passamos antes de vocês, na qual vocês estão prestes a embarcar hoje. Posso lhes dizer, pela minha própria experiência, que essa jornada é muito gratificante—mas às vezes, não tão reconhecida. Seus esforços nem sempre receberão gratidão pública.

      Ele fez uma pausa, como se estivesse refletindo sobre sua própria experiência. Depois, disse:

      - Lembrem-se que poucas pessoas fora do FBI têm ideia da responsabilidade de vocês. Vocês serão criticados por seus trabalhos, e cada um de seus erros serão escrutinados, muitas vezes pela mídia. Quando vocês falharem ao solucionar um crime, sentirão que o mundo inteiro sabe disso. Quando obtiverem sucesso, muitas vezes se sentirão abandonados e esquecidos.

      Ele inclinou-se para frente e disse, quase murmurando:

      - Mas lembrem-se sempre—vocês não estarão sozinhos. Vocês fazem parte de uma família agora—a família mais orgulhosa e leal que qualquer um pode imaginar. Sempre haverá alguém aqui para confortá-los nas derrotas e celebrar suas vitórias.

      Riley sentiu um nó na garganta ao ouvir aquela palavra...

      Família.

      Ela mal tivera uma família, pelo menos desde que sua mãe fora assassinada diante de seus olhos, quando Riley ainda era criança. Seu pai, um ex-integrante da Marinha que morava nas montanhas dos apalaches, ainda estava vivo. Mas ela não o via desde...

      Desde quando mesmo?

      Desde sua formatura na faculdade, no outono passado, Riley lembrou-se. E o encontro não tinha sido nada agradável. Até onde Riley sabia, seu pai não sabia quase nada sobre tudo o que ela havia feito desde então. Ela perguntou-se se um dia contaria a ele. Perguntou-se, também, se voltaria a vê-lo algum dia.

      E agora, o diretor Cormack estava prometendo algo com o qual Riley sonhara, mas nunca tivera.

      Uma família.

      Seria mesmo possível?

      Ela se sentiria parte dessa família enorme nos dias seguintes?

      Riley olhou em volta, nos rostos de seus companheiros formandos. Muitos estavam sorrindo, uns para os outros, e alguns cochichavam enquanto o diretor Cormack seguia falando. Riley sabia que muitos deles tinham feito grandes amizades na Academia.

      Ela entristeceu-se ao pensar que não tinha encontrado uma “família” ali. Por conta do caso de assassinato, não tivera muito tempo para socializar e fazer amigos. No máximo, havia criado a expectativa de duas boas amizades durante a Academia—uma com sua colega de quarto, Frankie Dow, e outra com John Welch, um cara jovem, bonito e idealista, com quem Riley já havia passado dez semanas durante o Programa de Estágio de Honra do FBI.

      John e Frankie também estavam ali naquele dia. Os formandos estavam organizados por ordem alfabética, e portanto seus dois amigos estavam distantes. Riley nem sequer conhecia as pessoas que estavam a seu lado.

      Lembrou-se de que ela e seu noivo, Ryan Paige, já eram—ou pelo menos quase—uma família. Ela voltaria a morar com ele no apartamento dos dois, em Washington, e ambos tinham planos de se casar em breve. Riley havia perdido um bebê em um aborto espontâneo, mas eles pensavam seriamente em ter filhos em alguns anos.

      Riley perguntou-se se Ryan estaria na plateia. Era sábado, o que poderia ser um dia normal de trabalho para um advogado iniciante como Ryan. Além disso, Riley sabia que ele tinha sentimentos confusos sobre a carreira que ela tinha escolhido.

      O diretor Cormack finalizou seu discurso, e havia chegado a hora de fazer o juramento para os novos agentes. Um por um, ele chamaria seus nomes. Cada um deles teria que


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