Ameaça Na Estrada. Блейк Пирс
Читать онлайн книгу.Jake encolheu-se, imaginando porque diabos tinha prometido ligar para Harry.
Ele sabia perfeitamente que jamais convenceria o Agente Especial Responsável, Erik Lehl, de que aquele era um caso para o FBI. Pelo menos não com uma conexão tão fraca entre os assassinatos.
É, não vou conseguir.
Mas Jake já havia feito a promessa, e Harry estava no Arizona, esperando um retorno de Crivaro a qualquer momento. E a única resposta que Jake poderia dar a ele era exatamente o que deveria ter dito antes de encerrar a primeira ligação—que não havia como envolver o FBI naquilo.
Jake olhou para seu celular por um instante, tentando criar coragem para retornar a ligação. Mas ele não estava preparado para aquilo—ao menos não naquele momento.
Então, decidiu voltar suas atenções para seu café da manhã. Imaginou que, talvez, mais uma xícara de café pudesse ajudá-lo a refletir melhor sobre como lidar com aquela situação.
Ou não.
Jake sabia que não andava na sua melhor forma. Ele já vinha se sentindo mal antes da ligação de Harry, e não só por conta de sua ausência na formatura de Riley Sweeney.
O caso que ele e Riley tinham resolvido algumas semanas antes—o caso grotesco do assassino do arame farpado—tinha lhe deixado exausto, sem forças. E aquilo parecia estar acontecendo cada vez mais com a chegada da idade. Sua energia já não se recarregava como antes. E Jake suspeitava que seus colegas de Unidade sabiam disso. Ele achava que, justamente por isso, Erik Lehl não havia lhe colocado em outro caso desde aquele último.
E talvez ele estivesse certo.
Talvez Jake ainda não estivesse pronto para outra.
Ou quem sabe ele não voltaria a estar pronto—nunca mais.
Jake tomou mais um gole de café ao pensar...
Talvez seja mesmo hora de me aposentar.
Aquele pensamento vinha lhe incomodando muito ultimamente. Fora uma das razões pelas quais ele havia se empenhado em transferir Riley Sweeney para a Unidade de Análise Comportamental. Por isso ele precisava de uma agente tão acima da média como parceira. Em tantos anos, Jake jamais conhecera outra pessoa com tanto talento—com tanta habilidade para entrar na mente de um assassino.
Quando se aposentasse, Jake queria deixar alguém como ele para continuar seu trabalho—um ou uma jovem agente que pudesse substitui-lo à altura. Mas ele achava que preparar Riley para tudo aquilo não seria uma tarefa fácil. Comumente, ele a descrevia como “um diamante a ser lapidado”.
E de fato ela era um diamante bruto. Mesmo agora, formada na Academia, Jake sabia que teria muito trabalho para lapidar aquela joia—sua impetuosidade, sua tendência a burlar e quebrar regras e não seguir ordens e sua falta de disciplina quando se tratava de utilizar seu próprio dom.
Ela tem que aprender muito, Jake pensou.
E ele precisava saber se era de fato a pessoa certa para ensinar tudo o que Riley precisava aprender, especialmente agora, quando não parecia mais estar em seu auge.
Uma coisa parecia certa—Jake não poderia pegar leve com Riley. Não que ele tivesse sido bonzinho demais até então. Na verdade, ele havia tido dificuldades de segurar seu nervosismo quando Riley cometera alguns erros de novata. Mas ele gostava muito dela, mesmo que tentasse não demonstrar muito. Ela o lembrava de quando ele era muito mais jovem.
Às vezes, ele sentia-se tentado a mimá-la.
Mas sabia que não podia.
Precisava ser duro com Riley. Precisava moldá-la rapidamente.
Quando finalmente terminou seu café, Jake encontrou-se novamente pensando em Harry Carnes, que provavelmente estava esperando sua ligação.
Jake pensou...
Tem algo que eu posso fazer por ele?
Ele precisava admitir, uma onda de ânimo lhe atingira só de pensar em entrar em ação novamente.
E por que não?
Erik Lehl não parecia estar prestes a colocá-lo em qualquer outro caso tão cedo.
A alternativa seria sentar em sua sala e fazer trabalhos entediantes, a não ser que...
Uma ideia surgiu na mente de Jake.
Ele tinha várias férias vencidas. Poderia pedir dois ou três dias de folga para Lehl, ir até o Arizona, e descobrir se poderia ajudar Harry de alguma maneira.
Claro, Riley Sweeney estava a caminho de Quantico para se apresentar para o trabalho.
Mas não haveria muito sentido em tê-la começando seu trabalho na Unidade se seu parceiro sênior estivesse de férias, então...
Por que ela não pode ir comigo?
Aquilo poderia dar à novata oportunidades simples e seguras de treinamento.
Jake sorriu ao pensar naquilo.
Ao sair da sala do café e seguir na direção do escritório de Erik Lehl, pensou...
Quem sabe pode até ser divertido.
CAPÍTULO TRÊS
Ao chegar à sede da UAC, em Quantico, Riley estava de péssimo humor. O caminho desde seu apartamento, em Washington, fora pior do que ela esperara. O trânsito da manhã fora tão intenso que ela quase havia perdido a saída da rodovia.
Seria pior se eu estivesse indo na outra direção, disse a si mesma.
Mesmo assim, não seria nada divertido encarar aquele trânsito todos os dias. E a volta depois de um dia de trabalho não seria nenhum pouco fácil também.
Agora, finalmente parada no estacionamento da UAC, Riley viu duas entradas—uma para visitantes, outra para funcionários.
Qual delas ela deveria usar?
Ninguém havia a avisado. Na verdade, ninguém havia lhe dito nada desde que ela recebera a carta depois de sua formatura, dois dias antes—com a mensagem lhe dizendo para se apresentar em Quantico, e não em Washington.
Ao receber a carta, Riley tivera certeza de que a transferência fora ideia do Agente Crivaro. Mas agora ela já não estava certa. Afinal de contas, eles já haviam trabalhado juntos em outras investigações. Crivaro não teria ao menos se dado ao trabalho de telefonar e conversar sobre a mudança?
Enquanto isso, Riley não fazia ideia de como seria aquele dia—ou, na verdade, de como seria seu futuro como um todo.
Então, deu-se conta de que fosse qual fosse o futuro, tudo o que ela havia feito no último ano tinha lhe levado até ali. Quando entrara em uma investigação de assassinatos no dormitório de sua faculdade, quando trabalhara com Jake em alguns casos, mesmo que ainda estivesse em treinamento, aquilo tudo a levara até aquele momento.
Ela não era uma visitante.
Era uma agente do FBI.
Dirigiu até o portão dos funcionários, onde um segurança estava parado.
Riley pegou seu distintivo e mostrou ao guarda.
O guarda assentiu e disse:
- Estão te esperando.
Ele então a entregou uma etiqueta de permissão para o estacionamento e fez sinal para que ela entrasse.
Riley sentiu um surto de animação. Era a primeira vez em que ela havia mostrado seu distintivo do FBI para se identificar, e aquilo já havia feito diferença.
Ganhei até um lugar para estacionar!
No entanto, a animação logo passou quando Riley dirigiu pelo estacionamento à procura de uma vaga. Memórias do passado começaram a atordoá-la.
Depois