O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas. Christina Hollis

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O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas - Christina Hollis


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desejável e tão sedutor. E, a julgar pelo brilho dos olhos dele, estava a um passo de um destino mais tórrido.

      – O primeiro ponto da lista é o código de vestuário.

      Meg olhou para a sua t-shirt e para as suas calças de ganga sujas.

      – Mas eu tenho de usar isto para trabalhar…

      Gianni fez uma careta.

      – Talvez seja assim em Inglaterra, mas aqui fazes parte do pessoal da villa Castelfino. E decidi que os meus vinhedos e o projecto do meu pai podem ser complementares. Em vez de atrair só enólogos, levar os visitantes dos vinhedos a outras zonas da propriedade poderia ser uma atracção interessante. Mas quero que todos os membros da minha equipa ajam como anfitriões e isso significa que terás de te vestir para o papel.

      – Não entendo.

      – Vou organizar uma festa e espero que todos se vistam de maneira apropriada. Particularmente tu, Meg, já que mostrarás aos meus convidados esse jardim tropical que estás a criar na propriedade.

      Meg começou a relaxar. Se tratasse todos os seus empregados da mesma forma, poderia aceitar uma coisa tão simples como um código de vestuário para certas ocasiões.

      – Tive a ideia quando me entregaram o relatório sobre ti – continuou Gianni. – Há cem anos, os aristocratas ingleses costumavam mostrar o jardim aos seus convidados, sabias?

      – Sim, claro – disse ela, sem saber onde queria chegar com aquilo. – Mas estamos em Itália.

      – Eu sei. Eu passei toda a minha vida a tentar fugir da imagem antiquada dos Bellini, mas, agora que devo encarregar-me de todas as responsabilidades do meu título, estou a tentar que a minha vida seja mais suportável. Os meus antepassados não ficaram de braços cruzados, a desfrutar da sua riqueza, mas tentaram aumentá-la e eu também devo fazê-lo. Transformei algumas dúzias de hectares de vinhedos num negócio milionário e fi-lo para ser uma pessoa independente. Não tenho nada a provar nesse sentido. Agora, pensei começar a produzir outras especialidades locais… A propriedade Castelfino produz um azeite extraordinário, por exemplo. Quero transformar esta villa num sítio fabuloso onde fazer negócios com os meus sócios e os meus amigos, foi por isso que, ultimamente, saí com tanta frequência. Nessa festa servir-se-á tudo o que a propriedade produz: frutas, vinho, azeite, flores… Tudo aquilo de que estou orgulhoso. E quero que dês uma impressão tão espectacular do jardim aos meus convidados como da própria villa, Megan.

      Meg adorava a ideia… Na teoria. Na prática, receava que uma festa organizada por Gianni Bellini fosse tão arrebatadora para ela como aquela semana na Feira de Flores de Chelsea.

      – Não posso discutir isso – disse-lhe, tentando ser diplomática.

      – Fico contente – Gianni sorriu. – Nesse caso, podes tirar o resto do dia para ires comprar um vestido adequado.

      Meg mexeu-se na poltrona, incomodada. Ela não tinha muita experiência em comprar roupa. Em casa, o dinheiro tinha sido sempre um problema, de modo que costumava comprar a pensar mais na durabilidade do que no estilo.

      – Não há necessidade de desperdiçar uma tarde inteira nas compras. Fá-lo-ei no meu dia de folga – disse-lhe. Gianni pareceu agradavelmente surpreendido com essa decisão, mas não com as suas palavras seguintes: – Ou poderia usar a saia e o casaco que usava no dia em que cheguei à propriedade. É um fato elegante e adequado.

      – É um fato preto! – exclamou ele, incrédulo. – Isso serve para uma reunião, mas eu vou organizar uma festa e ninguém da minha equipa tem de se «contentar» com nada. Quero uma coisa nova e espectacular… Do mesmo tom de azul que os teus olhos, se for possível. Quanto ao estilo, a saia serve, muito bem. Mostrava as tuas pernas na perfeição.

      – Nem tu nem os teus convidados deveriam interessar-se pelas minhas pernas – replicou Meg.

      – Eu sou um homem. Mas imagino que já te tenhas dado conta disso – brincou Gianni, então. – E eu devo encontrar algum consolo na vida. Ver-te vestida como uma princesa compensará ter de deixar para trás as discotecas de Florença e ter de encher a minha casa de empresários chatos.

      Ao ouvir aquilo, a sensatez de Meg esteve prestes a desaparecer e teve de usar toda a sua força de vontade para não cair na armadilha. «Devia dizer coisas assim a todas as mulheres», pensou. Embora fosse difícil recordá-lo quando olhava para ela daquela forma, combinando o brilho dos seus olhos escuros com o seu aspecto mediterrânico atraente.

      Tinha de recordar a si mesma que fazia tudo parte de uma conspiração. Gianni estava a tentar fazer com que se sentisse cómoda, para depois se atirar a ela…

      Mas sabia também que devia dar a volta à situação, para que resultasse a seu favor, e, fazendo um esforço supremo, conseguiu dizer:

      – Fazer de tua embaixatriz e de Castelfino será uma grande oportunidade de demonstrar o meu talento e de conhecer gente interessante. Parece-me uma ideia óptima. Tens mais alguma sugestão sobre o que deva usar?

      Pela segunda vez, Gianni mostrou-se surpreendido com as suas palavras.

      – Estou a começar a pensar que te avaliei mal, Megan. Se te sentes assim tão insegura sobre a roupa, talvez precises dos conselhos de um especialista. Não quero arriscar-me a que apareças com um vestido comprado numa loja qualquer, por mais chique que possa ser. Uma rapariga como tu conseguiria fazer com que um saco de batatas parecesse sexy, mas essa não é a questão. Quando organizo uma festa, a villa Castelfino tem de impressionar por tudo e, para isso, é necessário um vestido de marca… Italiano, é claro!

      Depois de dizer aquilo, voltou a sentar-se à secretária, para continuar a trabalhar, e Meg ficou espantada com a transformação imediata de sedutor em empresário.

      – Tenho conta nas melhores lojas de Florença… – Gianni tirou um bloco de uma gaveta e começou a anotar qualquer coisa – e envio constantemente mulheres para lá, para que comprem o que quiserem.

      Meg esperava que se referisse a empregadas da propriedade, mas o seu sorriso brincalhão fazia com que duvidasse.

      – Em qualquer uma destas lojas receber-te-ão de braços abertos – continuou, oferecendo-lhe o papel.

      Meg viu que era uma lista de estilistas que ela só tinha visto na televisão ou nas revistas de moda. E não sabia se devia atrever-se a entrar em algum daqueles lugares.

      – Mas todas estas lojas são muito caras…

      As dívidas dos seus pais tinham-lhe custado indirectamente o emprego dos seus sonhos, mas, agora que tinha conseguido um emprego tão bom, não queria acabar na ruína.

      – Claro que são! Porque oferecem a melhor qualidade.

      Meg fez uma careta. Já tinha conseguido convencê-lo uma vez a não a despedir, mas, se discutisse com ele por causa daquele assunto, Gianni poderia mudar de ideias… De modo que o seu medo das empregadas das lojas de marca lutava contra o seu medo de ficar sem dinheiro no banco.

      Com o seu salário em Castelfino, poderia enviar dinheiro aos seus pais todos os meses. Embora o viveiro Imsey estivesse a trabalhar bem agora, Meg sabia como a linha entre o sucesso e o desastre era ténue. Os seus pais tinham percorrido essa linha muitas vezes no passado e ela queria que tivessem recursos suficientes para suportar qualquer problema que a vida lhes pusesse à frente.

      Aquele emprego era uma oportunidade magnífica para fazer algumas economias e, dessa forma, não teria medo da ruína.

      – Não, claro que não… E é o que me preocupa – confessou-lhe. – Eu preciso de cada cêntimo que ganho aqui. Mas, nessas lojas, de certeza que cobram até por olharmos para a montra.

      Gianni inclinou-se um pouco para a frente, arqueando os sobrolhos.

      – É para isso que servem as contas, Megan. Cobrar-me-ão o que comprares, tu não terás de pagar


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