O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas. Christina Hollis

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O conde de castelfino - Paixões mediterrâneas - Christina Hollis


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aproximar-se dele, não tinha dúvidas disso, e aquela seria a oportunidade ideal para o fazer. E, por isso, estava decidida a ser precavida. A sua relação com Gavin tinha-lhe mostrado como eram alguns homens. Ela sabia por experiência que um homem que gastava dinheiro com uma mulher acreditava que podia controlar a vida dela. Aceitar o dinheiro de Gianni poderia levar a todo o tipo de coisas…

      Voltou a olhar para aqueles olhos cheios de sensualidade. Não aconteceria nada por aceitar a generosidade dele, dizia-lhe o seu corpo traidor.

      – Isso é mais do que eu poderia esperar e é muito amável da tua parte – disse-lhe. E foi recompensada por uma gargalhada que pareceu envolvê-la como um campo de força e que lhe daria coragem para enfrentar a curiosidade dos seus assistentes quando saísse do escritório.

      Pensando que a reunião tinha acabado, Meg levantou-se, mas, quando se virou, Gianni olhou para o seu relógio.

      – Espera, estou prestes a ir para Florença, portanto, eu mesmo levo-te. Enquanto me reúno com os meus sócios, podes ir às compras. Combinaremos depois em algum sítio para voltarmos para casa.

      Meg parou, nervosa. Estar a sós com Gianni no escritório era uma coisa, mas viajar com ele era outra muito diferente.

      – Tenho de mudar de roupa – disse-lhe.

      – Não há tempo para isso. Estás bem assim – anunciou ele, sem sequer olhar para ela.

      – Mas não posso desaparecer, sem dizer a ninguém que me vou embora. Não podes esperar um minuto, enquanto vou dar instruções ao meu pessoal?

      Gianni, sorrindo, tirou umas chaves do bolso.

      – Não, nada disso. Eu conheço bem as mulheres. Se não te mantiver debaixo de olho, far-me-ás esperar uma hora, portanto, irei contigo.

      De modo que a seguiu até ao jardim. Ela sabia que estava a admirá-la. De facto, só deixava de o fazer quando ela virava a cabeça.

      – Como está o viveiro Imsey enquanto estás aqui? – perguntou-lhe, enquanto iam para o carro.

      – Telefono todos os dias para casa, para saber como estão as coisas. Do telemóvel, é claro! – explicou Meg, para que não pensasse que utilizava o telefone da villa. – Os meus pais dizem que está tudo bem, mas eu continuo preocupada. Não sei se me contam tudo… Foi o que aconteceu da última vez.

      – Pois, parece-me estranho que tenhas aceitado um emprego tão longe de casa, quando estás tão preocupada com eles – Gianni arrancou uma espiga e esfregou os grãos entre os dedos.

      – Tinha de o fazer – disse ela. – Quando o teu pai me ofereceu o emprego, pensei que era a oportunidade perfeita para mim. Assim, podia ajudar financeiramente a minha família e começar a abrir caminho sozinha no mundo profissional.

      Meg pensou então no que realmente tinha dado início à sua nova vida: a Feira de Flores de Chelsea, quando conhecera Gianni. Durante semanas, tinha fantasiado com ele. Depois, a sua vida ficara de pernas para o ar com a oferta para trabalhar em Castelfino e agora estava a passear por uma propriedade na Toscana, ao lado dele. Era um sonho tornado realidade… Ou quase.

      Meg tentou não reparar no brilho do sol sobre o seu cabelo preto ou nas suas feições bonitas. Mas começava a ser francamente difícil que o trabalho continuasse a ser a sua prioridade, tendo aquele homem ao seu lado.

      – Depois de pagar as dívidas do viveiro, pensei que estava na altura de refazer a minha vida – disse-lhe, voltando à realidade. – E então, de repente, recebi uma carta do teu pai, na qual me oferecia a possibilidade de trabalhar aqui… Estivemos a conversar durante muito tempo na feira de flores, mas eu não sabia que eram aparentados. Claro que agora que penso nisso… Ah, o bloco que me mostraste! Era a letra do teu pai, não era?

      – Sim, claro. Ele mandou-me ir à tua banca, de modo que deve ter ficado impressionado.

      Meg assentiu com a cabeça.

      – Os meus pais disseram-me que já não precisavam da minha ajuda no viveiro e é por isso que estou aqui.

      Tinham chegado à entrada da casa, onde um Ferrari preto estava estacionado.

      – Nunca tinha visto um desportivo de perto até ter chegado a Itália.

      – Queres conduzi-lo?

      – Eu não… Neste país, não, impossível! Teria medo de me enganar na faixa. Sabes que nós conduzimos pela esquerda.

      – Então, está na hora de praticares um pouco.

      Sem dizer mais nada, Gianni atirou-lhe as chaves.

      – A sério que queres que conduza o teu Ferrari? – perguntou Meg, atónita.

      – É melhor que pratiques um pouco, mas só te deixarei conduzir pela propriedade. Quando chegarmos à estrada, devolver-me-ás o carro, não sou assim tão louco.

      – E se tiver um acidente?

      Gianni olhou para ela, como se tivesse perdido a cabeça.

      – Pedirei à fábrica que me envie outro, é claro! E não mudes de assunto, estávamos a falar de ti. Pensei que tinhas dito que eras feliz em casa, mas vejo que não te custou muito seguir o caminho da fama e da fortuna.

      – Se me tivesses ouvido atentamente, saberias o que queria dizer – replicou Meg, enquanto entrava no carro e tentava ficar cómoda.

      – Ah, eras feliz, mas não totalmente, então! Faltava qualquer coisa na tua vida.

      «Alguém», pensou ela, sentindo uma dor sob as costelas que a impedia de respirar. Era a mesma sensação que tinha experimentado em Inglaterra cada vez que via ao longe alguém que se parecia com Gianni. O seu coração ficava louco cada vez que isso acontecia. Tinha pensado que não haveria maior desilusão do que não voltar a vê-lo, mas estar com ele naquele momento, e naquelas circunstâncias, era muito mais angustiante.

      – Queria triunfar na vida, como toda a gente.

      – Entendo.

      Mas antes que pudessem continuar a falar do assunto, Gianni começou a dar-lhe instruções sobre como arrancar com o desportivo e Meg engoliu em seco. Era como a primeira aula na escola de condução e tinha o mesmo medo, mas agarrou o volante de couro com expressão decidida, arrancou… e começou a andar aos solavancos pela estrada.

      Trinta segundos depois, Gianni pôs as mãos sobre o tabliê.

      – Não, não… Pára!

      Meg travou de repente e ele saiu do carro a toda a pressa.

      – Pedirei a alguém que te ensine a conduzir pela propriedade e depois arranjaremos um carro para ti – disse-lhe, enquanto se sentava ao volante.

      – Estraguei alguma coisa? – perguntou Meg, enquanto colocava o cinto de segurança.

      – Não, só os meus nervos – Gianni olhou para ela, antes de arrancar. – Os carros são como as mulheres. Há que tratá-los com carinho e respeito.

      – Desculpa, se se estragou alguma coisa…

      – Não se estragou nada, não te preocupes. Além disso, que trabalhes para os Bellini já é recompensa mais do que suficiente.

      – Eu gostava do teu pai – disse Meg. – E era um chefe muito atencioso.

      – E esperas que eu continue com a tradição, não é?

      – Sim, bom…

      – Pois, lamento, mas eu não me pareço nada com o meu pai – interrompeu-a Gianni. – Para começar, ele estava desesperado por se casar e ter filhos, mas eu fui o seu pior erro. E aprendi com isso, garanto-te. Quando a minha mãe morreu no parto, o meu pai ficou arrasado e passou trinta anos a lamber as suas feridas, de modo que pretendo demorar o meu tempo a escolher uma esposa. Não quero uma menina bem-disposta, que pretenda arrancar-me tudo o que possa.

      – Pois,


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